Câmara quer restringir aborto legal

• Aborto legal atacado pelo Congresso • Acordo de Trump com farmacêuticas • Os ultraprocessados na mesa ribeirinha • E MAIS: Meningite; Alzheimer; Mercúrio; Tylenol •

Créditos: Paulo Pinto/Agencia Brasil
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Nesta quarta-feira (5), a Câmara dos Deputados aprovou projeto de decreto legislativo para barrar o aborto legal em crianças e adolescentes, derrubando uma resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). O documento, aprovado em dezembro pelo conselho, visava assegurar um atendimento humanizado a quem tem direito ao procedimento e não previa tempo gestacional limitador para o procedimento abortivo.

A aprovação se deu com 317 votos favoráveis e 111 contrários, evidenciando o caráter ultraconservador do Congresso Nacional, que pauta questões de saúde pública como morais e religiosas. O projeto agora segue para o Senado Federal. Eleonora Menicucci, ex-ministra-chefe da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, em entrevista a Outra Saúde caracterizou o enfrentamento a essa cultura fundamentalista e patriarcal como essencial para uma democracia real. 

Trump consegue vitória em redução de preço de remédios

O governo dos Estados Unidos anunciou um acordo com as grandes farmacêuticas Eli Lilly e Novo Nordisk para a redução nos preços dos medicamentos contra a obesidade. Como explica matéria do The New York Times, o valor dos tratamentos, que chegavam a uma média de mil dólares mensais, passa a custar até 150 dólares. A variação depende das doses, produto e modo de pagamento. 

O anúncio faz parte da política “pacientes norte-americanos em 1º lugar”, através da qual Trump tenta abaixar os valores historicamente altos de medicamentos nos EUA. Diante dos entraves a seu plano de reconstrução da indústria farmacêutica estadunidense, essa pode ser uma alternativa buscada por Trump para consolidar uma vitória política e ampliar sua popularidade junto à população estadunidense.

Ultraprocessados invadem dieta de povos tradicionais

Ultraprocessados estão tomando o lugar de alimentos tradicionais na dieta das comunidades ribeirinhas da Floresta Nacional de Caxiuanã, no Pará. Noticiada pelo Jornal da USP, uma pesquisa realizada no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB – USP) acompanhou a alimentação de 177 participantes, e demonstrou aumento no risco de doenças graves e perda de qualidade de vida causada pelo aumento no consumo de produtos industrializados.

Notavelmente, o estudo aponta um crescimento de 50% no consumo de gordura. Mariana Inglez, bioantropóloga e autora do projeto, explica que as mais afetadas nutricionalmente são mulheres, pois deixam as melhores partes dos alimentos para os parceiros e filhos. Como uma das origens da mudança, a pesquisadora aponta a alta presença de ultraprocessados nas cestas básicas entregues à população. 

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Meningite na Baixada Santista

Em 2025, foram registrados 44 casos de meningite na Baixada Santista, em São Paulo, sete levaram a óbito. O município com maior incidência foi Praia Grande, com 11 casos e três óbitos. Confira mais informações.

Avanço contra o Alzheimer

Pesquisadores da Universidade Federal do ABC (UFABC), com apoio da FAPESP, desenvolveram um novo composto químico com potencial para o tratamento da doença de Alzheimer. Saiba mais sobre o projeto.

Mercúrio em pauta

Evento com participação da Fiocruz debate a contaminação por mercúrio como uma questão de saúde global e justiça ambiental. As comunidades tradicionais e rurais são as mais afetadas. Acompanhe o debate.

Tylenol à venda

A multinacional Kimberly-Clark comprará a fabricante do Tylenol, Kenvue, por 40 bilhões de dólares. As ações da empresa caíram consideravelmente desde a polêmica incomprovada sobre o analgésico anunciada por Trump. Entenda.

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