Brasileira assume presidência de comitê de saúde mental da OMS

Claudia Braga, colunista do Outra Saúde, foi eleita a nova presidente do Grupo Assessor Estratégico e Técnico sobre Saúde Mental, Saúde do Cérebro e Uso de Substâncias da Organização Mundial da Saúde (OMS). Quais os desafios estratégicos?

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Terapeuta ocupacional e professora da Faculdade de Medicina da USP, a brasileira Claudia Braga foi eleita a nova presidente do Grupo Assessor Estratégico e Técnico sobre Saúde Mental, Saúde do Cérebro e Uso de Substâncias da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Conhecido pela sigla em inglês STAG-MNS, o espaço reúne 19 especialistas de diferentes países e cumpre o papel de assessorar diretamente a diretoria-geral da agência de saúde das Nações Unidas em sua atuação na área de saúde mental. Seu trabalho envolve “identificar desafios atuais e futuros”, “indicar rumos estratégicos que devem ser priorizados”, “assessorar a formulação de documentos estratégicos globais” e “propor intervenções e atividades estratégicas a serem implementadas pela OMS”, esclarece a página do Grupo. Ele se distingue dos Grupos Assessores Técnicos (ou TAGs) por tratar de questões mais amplas e responder diretamente ao diretor-geral, e não às diretorias técnicas.

A participação da pesquisadora brasileira vem em um momento difícil para a atuação da Organização Mundial de Saúde, tendo em vista o redesenho institucional previsto após o corte dos repasses financeiros dos Estados Unidos. De acordo com um documento interno publicado pelo Health Policy Watch, o Departamento de Saúde Mental da agência será fundido ao Departamento de Doenças Não-Transmissíveis.

Colunista de Outra Saúde (leia seus textos aqui), Claudia pondera que dois desafios estratégicos atravessarão seu mandato na presidência do Grupo, que durará dois anos (2025-2027). “O primeiro é poder construir estratégias para assegurar que a discussão sobre saúde mental se mantenha na agenda das políticas públicas e do orçamento dos países-membros da Organização Mundial da Saúde”, ela aponta.

“A segunda questão é pensar em como construir uma saúde mental desde baixo. Isto é, como podemos construir possibilidades reais para que os países identifiquem os recursos territoriais que têm para, junto com as pessoas, promover saúde mental e promover práticas que respondam realmente às necessidades das pessoas que têm desafios colocados por conta do uso de substâncias”, complementa.

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