Brasil volta a produzir sua própria insulina
Insulina volta a ser produzida pela Biomm. Padilha comemora avanço da estratégia industrial da saúde.
Publicado 15/07/2025 às 15:49 - Atualizado 16/07/2025 às 15:41
Na última sexta (11), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esteve na fábrica da Biomm para receber o primeiro lote de insulina produzido no Brasil. Destinado ao tratamento de diabetes, o insumo é resultado da parceria entre o laboratório indiano Wockhardt e a Fundação Ezequiel Dias (Funed), laboratório público do estado de Minas Gerais.
Em seu discurso, o ministro celebrou o acontecimento como uma mostra efetiva da importância dos Brics, que acabaram de realizar reunião no Brasil, numa semana marcada pelo tensionamento comercial com os EUA. Inserida no bloco, a Índia tem a maior produção farmacêutica do mundo e sua história de investimento no setor já foi contada pelo Outra Saúde (1. Como a Índia se tornou a “farmácia do Terceiro Mundo”; 2. A Índia desafia as farmacêuticas do Norte; e 3. A indústria de genéricos da Índia em risco?)
O que Padilha recebeu na sexta-feira foi um lote de 207 mil frascos e canetas de insulina NPH, que serão disponibilizados no SUS e devem beneficiar cerca de 350 mil pessoas.
No total, devem ser produzidas 8 milhões de unidades da insulina, nos dois tipos referidos, até o final de 2026. Com 100% de tecnologia transferida para a fábrica localizada em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte, a expectativa é de atender 50% da demanda total do SUS, em torno de 45 milhões de doses anuais.
Fundada em 2001, a Biomm voltou a receber vultosos investimentos do Estado neste governo Lula, tanto de BNDES e Finep, no âmbito federal, como BDMG, no estadual. Dessa forma, o país voltou a produzir sua própria insulina após mais de 20 anos de dependência externa.
Foram R$ 142 milhões aplicados nesta denominada Parceria de Desenvolvimento Produtivo, como o Ministério da Saúde e sua secretaria de ciência e tecnologia denominam este tipo de investimento.
Além dos tipos produzidos pela Wockhardt, a fábrica recebe investimentos para produção de insulina glargina, neste caso em parceria com os laboratórios chinês Gan & e Lee e Bio Manguinhos (da Fiocruz), destinada a tratamento da diabetes mellitus 1 e 2.
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