ANS define reajuste de preços de planos médicos – mas não para todos
• Reajustes de planos de saúde • Reunião da OMS sobre tabaco • E MAIS: reunião do Comitê Executivo da OPAS; uma experiência para o cuidado de idosos •
Publicado 25/06/2025 às 12:19
Na segunda-feira (23), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou o limite de reajustes para os seguros de saúde individuais e familiares. As operadoras aumentar mensalidades em até 6,06% no período entre maio de 2025 e abril de 2026. O cálculo usado pela agência para o reajuste se baseia na variação de despesas assistenciais com o IPCA. Mas um alerta: esse cálculo não é válido para a maioria dos planos contratados no Brasil, os coletivos. As regras só protegem 16,4% dos 52 milhões de consumidores de seguros de assistência médica no Brasil.
Como adverte uma matéria publicada no Brasil de Fato, não há nada que coíba as operadoras de planos coletivos de aumentar as mensalidades acima dos 6,06%. Segundo o advogado Vitor Boaventura, entrevistado pelo jornal, “Tendo em conta que os preços médicos e a frequência dos atendimentos têm subido, isso pode resultar, no próximo ano, em um reajuste ainda maior”. Vitor também relembra que a má regulação do setor acarreta, além dos aumentos abusivos, em outros agravos, como negativas de cobertura ou cancelamento unilateral de contratos com pacientes com doenças de tratamento caro ou idosos.
OMS pede medidas urgentes contra o tabagismo
A Conferência Mundial sobre Controle do Tabaco (WCTC), realizada em Dublin nesta semana, debateu a necessidade de medidas mais duras contra a indústria do tabaco, alinhando-se a quatro grandes negociações internacionais previstas para 2025. O evento, que reuniu especialistas e ativistas, enfatizou a taxação de produtos de tabaco como ferramenta essencial não apenas para reduzir o consumo – um aumento de 10% no preço pode diminuir o uso em até 5% –, mas também como fonte de receita sustentável, conforme proposto no Compromisso de Sevilha, prévio à Conferência sobre Financiamento para o Desenvolvimento (FfD4).
Além do impacto na saúde, o debate abordou os danos ambientais causados pelo tabaco, especialmente os filtros de cigarro, o item plástico mais descartado no mundo. Esses resíduos, associados a um maior risco de câncer de pulmão agressivo, geram um custo anual de US$ 26 bilhões. A conferência também marcou uma mudança de enfoque, com maior participação de jovens ativistas, como o movimento Global Youth Voices, que exige compensação pelos danos causados pelo tabaco e maior controle sobre produtos com sabores que atraem esse público.
Outro ponto crítico foi o alerta sobre a interferência da indústria tabagista em políticas públicas, como tentativas de usar programas de “responsabilidade estendida do produtor” para influenciar regulamentações. A próxima COP-11 da Convenção-Quadro da OMS (FCTC) discutirá mecanismos para responsabilizar legalmente as empresas por danos à saúde e ao meio ambiente.
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OPAS e a agenda de saúde das Américas
Entre os destaques da agenda da 176ª sessão do Comitê Executivo da OPAS estão a política para ampliar o acesso equitativo a tecnologias de saúde de alto custo, o Plano de Ação sobre Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) e a Estratégia sobre Saúde e Migração. Veja o que dizem as autoridades.
O cuidado de idosos com Alzheimer e seus familiares
Com a falta de políticas públicas para lidar com idosos com Alzheimer, acolhendo-os e aliviando a sobrecarga de seus familiares, uma iniciativa em Volta Redonda (RJ), o Centro de Alzheimer Synval Santos, pode servir de exemplo ao país. Saiba mais sobre o serviço público.
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