A violência que atravessa o SUS e seus profissionais

Debate no Abrascão aponta: sistema de saúde e seus trabalhadores precisam se preparar melhor para lidar com a violência urbana

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
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Se o Brasil é um país atravessado pela violência, o SUS e seus profissionais também o são. Dessa forma, é necessário educá-los e prepará-los para lidar com essa mazela dentro das estruturas da saúde pública. Foi essa a síntese da mesa Formação e Violência em Saúde: desafios para o SUS, que aconteceu no domingo (30) no 14º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva.

Na visão de Ionara Magalhães, da Universidade Federal do Recôncavo Baiano, a ideia se justifica pelo fato de que os profissionais de saúde e sua posição de relativo poder frente a um paciente têm potencial para aprofundar a violência trazida ao consultório.

Pesquisadora do tema, a professora Claudia Araujo de Lima (UFMS) alertou para questões práticas, como a falta de protocolos para notificação de violência sofridas pelos pacientes, em especial no âmbito doméstico e áreas de fronteira com outros países, o que exige interlocução com suas instituições.

Por sua vez, Ionara destacou a necessidade de o SUS atuar em parceria com outras áreas, pois “as opressões também são interseccionais”. Nesse sentido, critica a ideia de preparar o sistema de saúde apenas para reduzir danos em termos técnicos e estatísticos. Para ela, a esfera do Cuidado – e seu reconhecimento social e econômico – é aspecto fundamental no combate a violências estruturais.

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