A maternidade em Gaza em meio a um genocídio

• Como é parir um filho em Gaza • Para preparar o Sul Global para pandemias • O preço dos medicamentos nos EUA • E MAIS: SAMU da saúde mental; saúde indígena; infertilidade; progresso na malária •

Foto: MAHMUD HAMS / AFP
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A maternidade é completamente diferente para as mulheres que trouxeram ao mundo os 70 mil bebês nascidos em Gaza desde 7 de outubro de 2023. Em entrevista a Al Jazeera, a Obstetrícia e Ginecologista Asil Jallad conta como é atender as mães que estão em meio ao maior genocídio de sua geração. A doutora conta que elas precisam andar por horas apenas para conseguir água limpa, ou para suas consultas. E, quando chegam ao médico, sabem que não terão o que seus filhos precisam, pela grande escassez de equipamento em Gaza. 

Ela reforça, também, que as mães estão em luto, mesmo durante o nascimento de seus bebês. A maioria teve os filhos mais velhos e familiares mortos, ou não sabe se estarão vivos em sua tenda quando retornarem com o recém nascido. Para a médica, essa é uma situação trágica, mas os nascimentos trazem esperança de que essas crianças poderão crescer enquanto o mundo luta para dar fim ao genocídio. 

Fiocruz e MEC negociam expansão de cooperação em saúde para a África lusófona

Em reunião em Brasília na última quarta-feira (3), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Ministério da Educação (MEC) discutiram a ampliação de ações conjuntas para enfrentar o déficit na formação de profissionais de saúde em países africanos de língua portuguesa. A Fiocruz argumenta que a escassez crônica de mestres e doutores na região, fruto de desigualdades históricas, é um obstáculo central para a consolidação de sistemas de saúde públicos robustos.

A fundação apresentou os resultados de suas parcerias de longa data, como a formação de cerca de 70 pós-graduados que hoje ocupam posições-chave em Moçambique. Atualmente, mais de 100 profissionais de várias nações lusófonas estão em cursos de especialização. O objetivo da cooperação, que emprega metodologias híbridas de ensino, é reduzir essas assimetrias e criar sistemas sanitários mais equitativos e preparados para crises no Sul Global.

EUA e Reino Unido fazem acordo de tarifa zero em medicamentos

Os governos dos Estados Unidos e do Reino Unido anunciaram um novo acordo comercial que elimina tarifas sobre produtos farmacêuticos e médicos britânicos. Em contrapartida, o Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido se comprometeu a aumentar em 25% seus gastos com novos medicamentos nos próximos três anos — o primeiro aumento significativo em mais de duas décadas. O entendimento também envolve uma revisão no modelo de avaliação de custo-efetividade dos remédios no país.

A mudança inclui ajustes no sistema do Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados (NICE), que define se um tratamento é custo-efetivo para o NHS. Além disso, a taxa de desconto que as farmacêuticas devolvem ao sistema de saúde britânico cairá para 15% a partir de 2026. Esse é mais um passo na política de Trump que busca pressionar a Europa a pagar mais por fármacos norte-americanos, para reduzir os custos em seu país. Ele tenta combater os históricos preços exorbitantes de medicamentos nos EUA, em comparação com o Norte Global – mas poderá afetar o mundo inteiro com isso.

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SAMU especializado em saúde mental

A câmara municipal de Porto Alegre aprovou a criação de equipes especializadas em pacientes psiquiátricos no SAMU. A medida visa criar um novo protocolo para reduzir mortes evitáveis, internações involuntárias e episódios de violência decorrentes de atendimentos desestruturados. Entenda.

Filtros que eliminam doenças chegam a indígenas

Em ação que contou com auxílio de ONGs, o Ministério da Saúde entregou 8.300 filtros de água com tecnologia capaz de eliminar agentes causadores de doenças em sua filtração. Os filtros serão distribuídos em 23 distritos sanitários indígenas e auxiliarão na captação de água em momentos adversos como secas. Saiba como funcionam.

OMS cria diretriz para infertilidade

De forma inédita, a OMS criou uma política para incentivo a ações de apoio a pessoas que se encontram incapazes de gerar filhos. Segundo a organização, a condição acomete uma em cada seis pessoas em idade reprodutora e causa grandes prejuízos financeiros individuais na busca por soluções. Veja as recomendações.

Progressos e desafios da malária

Uma das doenças que mais mata no mundo, a malária foi alvo de políticas de prevenção e vacinação que diminuíram sua incidência e mortalidade. No entanto, as infecções e mortes anuais ainda são altas e a resistência antimicrobiana à imunização da doença aumentou. Acesse o alerta da OMS alerta sobre cortes em programas de combate.

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