95 profissionais de saúde da Palestina seguem nas prisões de Israel

Israel ainda detém profissionais de saúde palestinos • Gastos com saúde nos EUA • Sífilis no Brasil • E MAIS: aborto legal; zika; radioterapia no SUS; negacionismo europeu •

créditos: Médicos Sem Fronteiras
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As entidades Anistia Internacional e Healthcare Workers Watch denunciam que 95 trabalhadores da saúde palestinos ainda estão presos em Israel, mesmo após a troca de prisioneiros que acompanhou o cessar-fogo. O mais notório deles é Hussam Abu Safia, diretor do hospital Kamal Adwan no norte da Faixa de Gaza, cuja detenção sem direito a julgamento foi estendida por mais seis meses por um tribunal israelense nesta semana. Entre os demais, conta a Al Jazeera, estão 32 enfermeiras, 24 médicos, 2 farmacêuticos e mesmo um agente comunitário de saúde.

Durante os dois anos de genocídio em Gaza, os profissionais de saúde foram alvo prioritário das tropas sionistas. Além de destruir total ou parcialmente 94% dos hospitais do enclave, Israel matou 1.722 trabalhadores da área, segundo o Ministério da Saúde palestino. Cinco deles morreram sob detenção israelense, o que levanta suspeitas de assassinatos sumários no cárcere – para além das denúncias constantes de tortura, fome e péssimas condições sanitárias.

Saúde privada aperta famílias dos EUA

Não só no Brasil a saúde privada consome uma parte cada vez maior do orçamento das famílias. O custo de um plano de saúde nos EUA cresceu 6% em um ano, noticia o Stat. Segundo a pesquisa anual da organização KFF, o valor médio anual de um plano familiar agora é de 27 mil dólares, ou 145 mil reais brasileiros.

Ainda de acordo com o estudo, a inflação nos Estados Unidos foi de 2,7% e os salários cresceram 4% no mesmo período – significativamente menores que o reajuste da saúde privada. As empresas justificam a mudança a partir do aumento de seus gastos com o tratamento de doenças crônicas e a compra de medicamentos. Em 2026, a expectativa é que o reajuste seja de 9%, pressionando ainda mais o bolso da população norte-americana. Até por isso, alerta o Public Health Watch, está crescendo o número de crianças sem cobertura de saúde nos EUA, onde não há sistema público de saúde.

Sífilis segue em alta no Brasil

No último dia 17, a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde publicou o Boletim Epidemiológico – Sífilis 2025, trazendo os dados mais recentes sobre sífilis adquirida, sífilis em gestante, parturiente ou puérpera e sífilis congênita no Brasil. 

Os números apontam uma “redução no número de casos de sífilis congênita”, que passaram de 1.517 em 2023 para 576 em 2024. No entanto, também houve um “aumento nas taxas de detecção de sífilis adquirida e de sífilis em gestante, parturiente ou puérpera”. Em um sentido geral, a “taxa de detecção da doença mostrou uma tendência de crescimento ao longo de quase toda a série histórica”, e segue crescendo.

Em 2024, o governo criou o Programa Brasil Saudável, com o objetivo de enfrentar as doenças determinadas socialmente, como a sífilis. Além de gráficos e tabelas detalhados sobre a situação da doença no Brasil, o boletim também conta, em sua introdução, com uma breve apresentação das mais recentes ações do poder público para enfrentá-la.

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Questões do aborto legal

“Stealthing” é o nome dado ao ato de retirada da camisinha no meio do ato sexual sem consentimento. É crime previsto no Código Penal desde 2009. Em São Paulo, a Justiça havia decidido que a vítima que engravidasse poderia ter garantido seu direito ao aborto legal – como acontece em casos de estupro. Mas a PGE de SP derrubou a liminar. Entenda.

10 anos de zika

Há dez anos o Brasil registrava os primeiros casos de zika, que acarretou em uma geração de bebês com microcefalia, em especial na Bahia, Pernambuco e Paraíba. Embora o país tenha avançado em pesquisas científicas, aquelas crianças continuam desprotegidas e avalia-se que continuamos despreparados para novos surtos. Ouça podcast sobre o tema.

Auxílio para acessar radioterapia

Um dos grandes problemas de acessar a atenção especializada no Brasil é a distância dos serviços de saúde a grande parte da população que vive em cidades menores. O Ministério da Saúde tenta minimizar esse entrave, e vai custear transporte, alimentação e hospedagem de pacientes que se deslocam para fazer radioterapia. Saiba os valores.

Europa “saudável de novo”?

Na semana passada, foi lançado no Parlamento Europeu o “Make Europe Healthy Again” (MEHA) no Parlamento Europeu, em uma aliança entre a extrema-direita e movimentos antivacina – com apoio de aliados do secretário da Saúde estadunidense, o negacionista-mor Robert F Kennedy Jr. Veja do que se trata.

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