As ruas enfrentam o “Congresso dos privilegiados”
Quem esteve nas ruas neste domingo (21) sentiu a energia, presença jovem e convicção de que é possível virar o jogo. Nesta semana, clima será outro no Congresso: pressão para o Senado barrar PEC da Blindagem e expectativa de novas jornadas…
Publicado 22/09/2025 às 19:02

Uma boa manifestação popular é pressentida na véspera. Mesmo os que não dispõem dos serviços de monitoramento de atividade nas plataformas digitais, percebe o engajamento do seu entorno, que se expressa no interesse transmitido pelas pessoas do seu convívio. Familiares, amigos e colegas, vão por diversos meios nos alertando do evento, nos instigando a ir e antecipando suas presenças. O carinhoso “bora!” é mais que um convite. É uma convocação.
Quem anda pelas ruas certas e com as boas companhias sabia que as manifestações do dia 21 de setembro seriam enormes. Os temas de conversa da véspera eram a cor da vestimenta que usaríamos, as companhias da hora, os adereços do protesto e a logística de acesso aos locais do protesto. A decisão de ir já estava tomada, há muito tempo. Afinal, quem nos convocava era a história, esse sentimento de que determinadas coisas só se mudam com a força do grito que vem das ruas.
A métrica pueril de muitos analistas dos grandes jornais insiste em indicar um possível equilíbrio entre as manifestações dos dias 21 e 7 de setembro. O fazem considerando apenas os números de Rio de Janeiro em São Paulo. Não levam em conta nem os expressivos números de Belo Horizonte, Salvador e Brasília, nem o espalhamento de manifestações em mais de 30 cidades grandes do Brasil. Esquecem o mais importante, o argumento contra a blindagem parlamentar e contra a anistia dos golpistas possui uma adesão mais ampla do que o mote da pacificação clamada nas manifestações direitistas.
A PEC da blindagem parlamentar, vamos combinar, é fruto de um delírio e esperteza típica de quem tem poder demais, controle de menos e sabe que terá que prestar contas pelo uso indevido de recursos públicos para favorecimento político eleitoral e/ou enriquecimento pessoal. Trata-se de uma agenda corporativa que é apresentada como compensação ao centrão (embora seja amplo interesse de muitos parlamentares) para livrar o país do mal da polarização. O problema é que, para a maioria das pessoas comuns, tanto a sugerida benesse nacional, como a prebenda aos benfeitores, estão erradas.
Não haverá paz enquanto os seus defensores continuarem a cassar os seus oponentes a todo o instante nas mídias sociais para que eles e elas percam empregos, vistos, direito de se manifestar e mesmo viver em harmonia. Não haverá paz enquanto os que a clamam incentivam que uma potência estrangeira humilhe e castigue economicamente o Brasil. Não haverá paz enquanto seus defensores negarem o respeito às leis.
A prebenda exigida pelos deputados do centrão et caterva é uma licença para continuar delinquindo e dar novas razões para que o crime organizado se aproxime do ambiente político.
Não é de todo exagerado as comparações feitas entre as manifestações do dia 21 de setembro com as massivas jornadas de 2013 ou com a primavera árabe. Quem esteve nas ruas sentiu a energia, a presença jovem, a retomada dos símbolos da pátria pela esquerda (hino, bandeira e cores), a convicção de que estamos fazendo algo grande, que pode virar o jogo.
O governo agiu com prudência ao não convocar as manifestações. Porém, ele é o principal beneficiário das jornadas dessa nova primavera. O judiciário deve ter respirado aliviado. Parlamentares de esquerda e em especial do PT que chutaram contra o próprio gol vão carregar essa mácula para o resto da vida. As manifestações os flagraram em má companhia por uma causa (a blindagem) da pior espécie.
Em Nova Iorque, o presidente Lula chegará para a sua missão mais delicada, desde que assumiu o terceiro mandato: apresentar-se ao mundo como liderança do entendimento global em tempos de grandes incertezas. Porém, chegará embalado pela eletricidade que tomou conta do país no dia 21 de setembro, enquanto seu maior antagonista estará as voltas com a decisão do Canadá, Reino Unido e Portugal, de reconhecerem o estado Palestino. França e Bélgica estão próximos de fazer o mesmo. Logo, o presidente Trump terá muito mais confrontos a fazer na Assembleia Geral das Nações Unidas do que o presidente do Brasil.
A semana que se inicia, trará um congresso açodado querendo liquidar a fatura o mais rápido possível. Contudo, o clima já será outro. A expectativa de novas jornadas da primavera já virou o compromisso de alguns deputados com a PEC da blindagem. Ela também tornará a mesa do senado mais determinada em barrar essa iniciativa e recuperará a grandeza das ações do judiciário e dos órgãos de controle para fazer com que todos estejam atentos ao primado da lei.
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A blindagem pode estar agonizante. Mas não morreu. E não morreu pq bandido não abandona estratégia que lhe salve a pele. E nosso congresso é um convescote de gangsters. Ladrões, rufiões e ladinos da Plutocracia Nacional. São famílias as mais diversas, algumas no congresso ha gerações infelicitando o povo e colecionando privilégios e sinecuras para sua classe. Urge eliminá-los.
A blindagem pode estar agonizante. Mas não morreu. E não morreu pq bandido não abandona estratégia que lhe salve a pele. E nosso congresso é um convescote de gangsters. Ladrões, rufiões e latinos da espécie Plutocracia Nacional. São famílias as mais diversas, algumas no congresso há mais de 100 anos, como os Andrada, os Abiackel, os Mello ou os Mota. Outros ha ainda mais tempo como os Guimarães…