Milei: Hipóteses sobre uma derrota catastrófica
Pesaram as evidências de corrupção. Mas o naufrágio eleitoral do presidente no domingo expressa sobretudo a erosão de duas crenças essenciais à ultradireita. Nem o Estado Social é descartável; nem a solidariedade tornou-se valor obsoleto
Publicado 09/09/2025 às 19:44 - Atualizado 09/09/2025 às 19:53

Por Mariano Schuster e Pablo Stefanoni
Os resultados começaram a ser divulgados às 21h do domingo, mas os rostros dos militantes da La Libertad Avanza já estavam desanimados pelo menos desde uma hora antes. As pesquisas de boca de urna anunciavam que o partido do presidente Javier Milei estava perdendo, de maneira contundente, as eleições legislativas na província de Buenos Aires, de longe a mais populosa do país. Ao final, o peronismo obteve 47,28% dos votos e a La Libertad Avanza apenas 33,71%, com uma elevada abstenção de quase 40%.
As eleições, nas quais estavam em jogo 46 cadeiras de deputados e 23 de senadores provinciais, seriam, segundo previsões de analistas e pesquisadores eleitorais, muito apertadas. O cenário projetado pelo governo ia desde um empate até, no pior dos casos, uma derrota por 5 pontos diante doperonismo. No entanto, a apuração oficial foi deixando para trás as previsões mais favoráveis ao mileísmo: o peronismo, sob a liderança do governador Axel Kicillof (centro-esquerda), venceu os ultraliberais por 13 pontos. Venceu ainda em seis das oito seções eleitorais e ficou com a maioria dos cargos em disputa. O mileísmo, que no segundo turno de 2023 havia conquistado mais de 49% dos votos, não tinha como minimizar a derrota.
A aposta de Kicillof
Pela primeira vez, a província de Buenos Aires convocou eleições separadas das nacionais – neste caso, as de 26 de outubro próximo – para completar seu Parlamento regional. Tratou-se de uma estratégia do governador Kicillof para posicionar sua liderança entre os peronistas com vistas às eleições presidenciais de 2027, frente à ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner e seu filho Máximo Kirchner. Se Axel foi durante anos delfim de Cristina, a partir de 2023 foi se distanciando dela, e a fratura entre ambos se tornou cada vez mais profunda. Por isso, as eleições eram uma espécie de plebiscito para o governador. E por isso também eram rejeitadas por Cristina Kirchner: a ex-mandatária pensava, por um lado, que a provincialização da eleição levaria o peronismo à derrota; mas, por outro, que, em caso de triunfo, o resultado reforçaria Kicillof mais do que a ela. Por isso, propunha que as eleições fossem junto com as nacionais, em outubro.
Mas estas eleições – que em outro contexto poderiam ter uma leitura meramente provincial – nacionalizaram-se após a decisão de Milei de torná-las um plebiscito sobre sua figura – um grave erro, dado que é um território minado para os ultraliberais, no qual os intendentes (prefeitos) conservam muito poder territorial e o ajuste os atingiu com força. A estratégia do presidente era ganhar a província para reforçar as chances da ultradireita na decisiva eleição de meio de mandato em outubro que, segundo sua visão, deveria lhe dar uma vitória contundente a ponto de resolver quase de uma só vez os problemas políticos e econômicos.
O resultado destes dois plebiscitos sobrepostos foi claro: Kicillof venceu por muito mais do que esperava e o governo Milei perdeu sem atenuantes.
Os números são demolidores para Milei, que havia prometido, com a violência que o caracteriza, cravar o «último prego no caixão do kirchnerismo». De fato, o polêmico slogan de campanha do mileísmo foi «Kirchnerismo Nunca Mais». O presidente copiou o lema da luta pelo julgamento e castigo dos responsáveis pelos crimes da última ditadura militar, repetindo inclusive sua tipografia. E não são poucos os ultradireitistas que, nas redes sociais, “acusam” os bonaerenses das zonas mais pobres do chamado conurbano de serem «negros» que, ao votar no peronismo, parecem querer continuar «cagando em baldes» («metáfora» sobre a falta de rede de esgoto). Insultar os eleitores nunca é uma boa ideia; e fazê-lo de forma racista, menos ainda. Mas a provocação permanente e o tom violento e desqualificador – funcional ou disfuncional – são parte do DNA do mileísmo.
Também a direita de Mauricio Macri faz parte dos derrotados na eleição de 7 de setembro: o partido do ex-presidente, em um ato de surpreendente auto-humilhação política, aceitou concorrer às eleições diluído nas siglas e nas cores da La Libertad Avanza. Apesar de suas dúvidas, um debilitado Mauricio Macri acabou aceitando as imposições de Karina Milei, uma figura que ele despreza. Hoje, seu futuro é incerto.
As causas da derrota são, no entanto, econômicas. A redução da inflação se baseou em um ajuste brutal – segundo Milei, o maior da história da humanidade -, que afetou menos a «casta» política, como prometeu em campanha, do que os setores populares. Milei paralisou a obra pública – em nome de suas veleidades anarcocapitalistas -, congelou aposentadorias e outros benefícios. O plano teve alto custo em termos de atividade econômica. Embora o oficialismo se vanglorie de que o ajuste não provocou um estouro social como ocorrera no passado, e de que supostamente tirou milhões de pessoas da pobreza, o mal-estar social se expressou nas urnas. O peronismo venceu até mesmo em zonas agropecuárias, que costumam ser hostis a ele.
À economia somou-se uma cadeia de supostos atos de corrupção, tema sensível para os eleitores da La Libertad Avanza, sobretudo os menos radicalizados. Primeiro, Milei promoveu, a partir de sua conta em redes sociais, a criptomoeda Libra, que acabou despencando em poucos minutos, com perdas massivas para quem investiu nela e ganhos milionários para os personagens obscuros que a criaram, e têm vínculos comprovados com o presidente. Mais tarde, um avião privado, propriedade de um empresário próximo à Casa Rosada, com apenas dois tripulantes e uma integrante da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), introduziu no país malas suspeitas, sem passar pelos controles aduaneiros. Mais grave ainda: fentanil contaminado provocou quase cem mortos diante da inação do Ministério da Saúde. E o mais demolidor, por afetar o centro do poder: divulgaram-se áudios de um ex-funcionário e ex-amigo íntimo de Milei nos quais mencionava que Karina Milei – irmã do presidente e apelidada de «o Chefe» – recebia propina pelos contratos assinados pela Agência Nacional de Discapacidade com laboratórios farmacêuticos privados.
Este caso afetou em cheio a figura de Karina Milei, que, sem antecedentes na política, assumiu o controle do Estado. Por um lado, mostrou que o governo que se proclamou um cruzado contra a «corrupção kirchnerista» meteu-se, rapidamente, na lama do dinheiro sujo; por outro, este caso, ao contrário de Libra, no qual os prejudicados eram crypto bros estrangeiros, afetava os deficientes, em um momento em que o governo corta recursos para este setor. A oposição ficou com um ativo inestimável: a sensação de que «o governo rouba dos deficientes». Uma canção adquiriu, quase imediatamente, uma imensa popularidade: sua letra repete que «Karina é altamente propineira». A cifra que ela receberia, 3% segundo os áudios vazados, tornou-se o símbolo de seu escárnio e fonte de memes, piadas e gestos contra alguém que o presidente chegou a comparar com Moisés.
Milei passou progressivamente a ser considerado um «homem cruel» por grande parte dos argentinos. Apesar de seu posto, nunca deixou de insultar seus críticos – sobretudo economistas e jornalistas – com termos como «brutos», «merdas humanas», «mandris» (uma referência sexual ao traseiro avermelhado desses primatas), ou os progressistas como «esquerdistas filhos da puta». Inclusive, começou a encerrar suas mensagens com a frase «Não odiamos os jornalistas o suficiente» – acusando-os de tentar desprestigiar seu governo. Também não pôde evitar envolver-se em uma discussão pública com os médicos do emblemático hospital pediátrico Garrahan e até com um ativista de autismo de 12 anos de idade. Seu exército de trolls não hesita em pedir ao mandatário que feche ou dinamite o Congresso, no qual o governo carece de maiorias, quando vota leis que, segundo a visão oficial, buscam destruir o superávit fiscal e o próprio governo.
Um leão herbívoro?
Após a derrota, o presidente assumiu — com um tom comedido, que constitui uma raridade — o que foi, em toda a regra, uma surra eleitoral. «A primeira coisa que se deve aceitar são os resultados, e os resultados não foram positivos», afirmou diante de seus seguidores, rodeado por parte de seu gabinete e do «triângulo de ferro» composto por seu assessor Santiago Caputo e sua irmã Karina Milei, formalmente secretária-geral da Presidência.
«Não há opção de repetir os erros. De frente para o futuro, vamos corrigir todos os nossos erros», afirmou. Mas, em vez de explicar quais eram e ensaiar possíveis mudanças, avançou no sentido oposto. «O rumo pelo qual fomos eleitos não será modificado, mas sim redobrado», afirmou, para depois enumerar, com sua habitual grandiloquência, cada uma de suas medidas: desde as econômicas até as culturais, sem esquecer o alinhamento internacional ao lado dos países “corretos” – que, em sua visão, são basicamente Estados Unidos e Israel. Tirando da cartola uma citação de autoridade para superar a derrota, Milei evocou Churchill e disse: «O sucesso não é definitivo, o fracasso não é fatal». Não soava como um discurso de «O Leão», como seus partidários denominam seu líder.
Milei chegou à eleição com múltiplas pressões sobre o dólar, que o governo mantém «contido» para evitar uma nova alta da inflação, que devastaria seu principal ativo político. Mas para evitar uma disparada da cotação, o governo elevou às nuvens as taxas de juros – para absorver pesos e evitar que migrem para o dólar – e os encaixes bancários. Até economistas ortodoxos e setores do establishment duvidam hoje do plano econômico implementado pelo ministro Luis Caputo – antes ministro de Mauricio Macri, que perdeu as eleições por causa dos maus resultados precisamente na área econômica. A taxa de risco superou os 900 pontos, e é chamado pelo governo de «risco kuka», termo depreciativo proveniente da palavra «barata», utilizado para se referir ao kirchnerismo. Ou seja, o risco estaria associado, na visão oficial, a resultados eleitorais como os de 7 de setembro, que deixam aberta a possibilidade de um futuro retorno do peronismo ao poder.
No plano político, o triângulo de ferro há tempos ameaça explodir. As gravações vazadas, que mencionam Karina Milei, geraram todo tipo de suspeitas sobre os autores da gravação clandestina. Teria sido alguém do próprio núcleo duro do governo?. Mas as eleições também contribuem para tensionar a relação entre Karina e o poderoso – e opaco – Santiago Caputo, que completa o triângulo que tem Milei no topo. Além disso, os tropeços do governo deixaram expostos, e mais fracos, dois representantes do «clã Menem», parentes do ex-presidente Carlos Menem (1989-1999): Eduardo «Lule» Menem, braço direito de Karina Milei, e Martín Menem, presidente da Câmara dos Deputados.
Embora seja apenas um «assessor», Caputo controla áreas estratégicas do governo – incluindo a inteligência – e se enfrentou com a irmã presidencial pela estratégia eleitoral. Enquanto ele propunha aliar-se com setores da oposição dialoguista, sobretudo governadores, para reforçar as possibilidades eleitorais de um oficialismo sem um partido verdadeiro por trás, ela optou por listas «puras» da La Libertad Avanza para «ir por tudo» pela mão da até então alta popularidade do presidente. Mas os candidatos escolhidos – em geral, políticos com passados questionáveis ou pouco conhecidos – resultaram até agora fatais. Primeiro na província de Corrientes, no nordeste argentino, e agora na estratégica Buenos Aires. A mobilização de violentos barrabravas do futebol, no ato de encerramento da campanha, deixou ver que a prometida renovação política e moral mileísta podia cair rapidamente no pior das práticas da «casta», mas sem a habilidade política desta última.
O «anão soviético» versus Milei
Empoderado pelos resultados, Kicillof buscará agora reforçar seu discurso de «Estado presente» (embora em muitos dos municípios bonaerenses governados pelo peronismo o Estado deixe muito a desejar). Em síntese: mais Keynes – figura que gera surtos quase psicóticos no presidente – e menos Rothbard, o anarcocapitalista estadunidense em quem Milei diz se inspirar.
Mas, ainda que o governador tenha chamado para cantar «novas canções», até agora essas canções não apareceram e voltar à «idade de ouro» do kirchnerismo não parece uma opção. O peronismo tem sido tradicionalmente uma mistura de máquina eleitoral ao velho estilo e capacidade de criar poderosas narrativas e mística política. Em 2023, Milei colocou em crise ambas as dimensões. Mas com os novos resultados, o partido fundado por Juan Domingo Perón na década de 1940 espera voltar a ser uma opção de poder, impulsionado pelos tropeços do governo.
Com origens na classe média intelectual portenha, Kicillof incorporou-se tardiamente ao peronismo e nada indicava que pudesse liderá-lo. Muitos caudilhos territoriais o viam como muito «suave», com seu rosto infantil e estilo de líder estudantil. Mas sua reeleição em 2023 e sua vitória de 7 de setembro foram dois degraus que o catapultam como líder por direito próprio, já independente da ala de Cristina Kirchner.
«As urnas disseram a Milei que não se pode parar a obra pública, explicaram a ele que não se pode bater nos aposentados [em referência à repressão policial das marchas que reivindicam, toda quarta-feira, melhoras nas aposentadorias], que não se pode abandonar as pessoas com deficiência. As urnas gritaram que não se pode desfinanciar a educação nem a saúde, nem a ciência nem a cultura. As urnas disseram a ele [Milei] que tem que parar de insultar a democracia, o federalismo e a Constituição», disse Kicillof diante de seus seguidores. Posicionando-se claramente como o líder da oposição, dirigiu-se diretamente ao presidente: «Milei, o povo te deu uma ordem: não podes governar para os de fora, para as corporações, para os que mais têm. Escuta o povo. Temos que imperiosamente nos reunir, como autoridade da província onde habitam 40% dos argentinos e argentinas. Espero a ligação, tem a coragem e a valentia de ligar, trabalhar e entrarmos em acordo».
A ex-presidente Cristina Kirchner saiu à varanda do apartamento onde cumpre uma sentença de seis anos de prisão domiciliar – que inclui sua inabilitação perpétua para exercer cargos públicos – e celebrou com centenas de manifestantes que a aclamavam da rua. Para Cristina, a vitória tem um sabor agridoce: por um lado, o triunfo peronista melhora sua situação pessoal e potencializa sua denúncia de «proscrição», mas por outro, reforça Kicillof, que se distanciou dela.
Em uma mensagem publicada na rede social X, à qual recorre usualmente para se dirigir diretamente ao atual presidente argentino, Cristina escreveu: «Viu, Milei?… Banalizar e vandalizar o ‘Nunca Mais’, que representa o período mais obscuro e trágico da história argentina, não é de graça. Rir da morte e da dor de seus oponentes, tampouco. Mas apontar com o dedo e estigmatizar os deficientes, enquanto sua irmã cobra 3% de propina nos medicamentos, é letal. E melhor, nem te conto como está o resto (dos que ainda têm trampo)… Endividados por comida, aluguéis, condomínios ou medicamentos, e ainda por cima com os cartões estourados… Sai da bolha, irmão… que tá ficando pesado. Saudações cordiais desde San José 1111». Esse endereço, na zona sul da cidade de Buenos Aires, é hoje um local de peregrinação para os kirchneristas.
Kicillof, por sua vez, já lançou seu próprio espaço dentro do peronismo: o Movimento Direito ao Futuro, com o qual o governador – a quem Milei chama de «anão soviético» – buscará unir o hoje fragmentado peronismo atrás de sua figura. Agora, Kicillof deverá ratificar sua vitória nas eleições nacionais de outubro, nas quais Milei sonha em se recuperar.
Congresso, a nova trincheira
Junto ao devir econômico (Milei esperava que uma vitória eleitoral emitisse uma mensagem à política e aos mercados) soma-se uma renovada atividade parlamentar. A rejeição ao veto presidencial da Lei de Emergência em Deficiência, decidida por mais de dois terços do Senado, e o avanço de uma iniciativa para limitar os decretos presidenciais, dos quais Milei faz uso e abuso, são apenas uma mostra de que o Congresso está longe de sua submissão inicial. Naqueles primeiros meses, atordoada pela popularidade de Milei, parte da oposição apoiou com seu voto a Lei de Bases, um megaprojeto legislativo que incluía uma radical desregulamentação do Estado. O governador da província de Santa Fe, Maximiliano Pullaro, da ala de centro-direita da União Cívica Radical, resumiu: «A gente não quer mais gritos, quer fatos». O Congresso, dominado pela oposição, possivelmente também não suporte mais os insultos cotidianos do presidente e de seus lacaios.
Ninguém sabe por que rumo Milei seguirá, mas esperam-se mudanças em seu gabinete. Predominarão os falcões ou as pombas, como o chefe de gabinete Guillermo Francos? Haverá alguma margem para que Karina Milei ceda algo de seu poder, dado seu vínculo psicológico – quase patológico – com seu irmão? (em certas ocasiões Milei rompe a chorar quando menciona seu nome). Que reviravoltas poderia dar na área econômica? Até onde chegará o cerco parlamentar? E finalmente: que probabilidades tem o governo de reverter, nas eleições nacionais de outubro, este resultado?
Nas bases mileístas reinava o estupor e abundavam as reclamações. «Aqui continuaremos apoiando ATÉ O FIM. Mas organize JÁ o time. Organize o time e VENCEREMOS», postou na rede X o Gordo Dan, o líder do exército digital mileísta. Muitos reclamavam voltar às fontes, reincorporar os ultradireitistas desgarrados e reduzir o poder de Karina Milei. Em síntese, uma fantasia de voltar ao momento zero, no qual o mileísmo era todo esperança, frente ao momento atual, no qual deve enfrentar a política real e o fim da lua de mel com a sociedade.
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