Os possíveis gatilhos da III Guerra Mundial
Desde a Ucrânia, a OTAN volta a atacar o território russo. Moscou pode cumprir seu alerta, e retaliar. Nesse caso, como reagirá Washington? Mais uma vez, há risco de escalada gravíssima e ela poderia, no limite, deflagrar um confronto nuclear. Veja como
Publicado 26/11/2024 às 16:17 - Atualizado 26/11/2024 às 18:56
Atualização:
Depois de recebido o artigo para publicação, os ucranianos conjuntamente com os americanos voltaram a atacar território russo, então o Cenário 1, mencionado no texto a seguir, já não existe mais
Se por “Terceira Guerra Mundial” entendemos uma guerra entre Rússia e Estados Unidos, então ela tem duas fases, a primeira delas a de uma guerra indireta que já começou há décadas – digamos que tenha sido no dia 12 de março de 1999, com a adesão da Polônia, Hungria e República Tcheca à Otan, violando os acordos de não-expansão da Otan para Leste firmados com a então União Soviética, uma década antes; exatos três meses depois, a 12 de junho daquele ano, ocorreria o primeiro enfrentamento bélico entre a Rússia e a Otan, no aeroporto da cidade de Pristina, no contexto da guerra separatista do Kosovo. De lá para cá, as tensões entre os dois países só fizeram aumentar.
A segunda fase, a de uma guerra direta entre russos e americanos, ainda não começou, mas foi assumida formalmente pela Rússia como já tendo de fato começado, por meio de discurso proferido pelo presidente Vladimir Putin no dia 21 de novembro (transcrição oficial para o inglês aqui), em que ele declarou (ênfases nossas):
On November 19, six ATACMS tactical ballistic missiles produced by the United States, and on November 21, during a combined missile assault involving British Storm Shadow systems and HIMARS systems produced by the US, attacked military facilities inside the Russian Federation in the Bryansk and Kursk regions. From that point onward, as we have repeatedly emphasised in prior communications, the regional conflict in Ukraine provoked by the West has assumed elements of a global nature. [Em 19 de novembro, seis mísseis balísticos táticos ATACMS produzidos pelos Estados Unidos, e em 21 de novembro, durante um ataque combinado de mísseis envolvendo sistemas Storm Shadow britânicos e sistemas HIMARS produzidos pelos EUA, atacaram instalações militares dentro da Federação Russa nas regiões de Bryansk e Kursk. Daquele ponto em diante, como enfatizamos repetidamente em comunicações anteriores, o conflito regional na Ucrânia provocado pelo Ocidente assumiu elementos de natureza global].
E declarou também que “Our decision on further [ações militares] (…) will depend on the actions of the United States and its satellites.” [“A nossa decisão sobre futuras [ações militares] (…) dependerá das ações dos Estados Unidos e dos seus satélites.”]
Não poderia ter sido mais explícito. A Rússia se reconhece em guerra contra o Ocidente, contudo, como um derradeiro “chamamento à razão” dirigido aos líderes ocidentais, ainda aguardará pelo início das hostilidades diretas por parte da Otan.
Esboçamos então aqui alguns cenários plausíveis para os desdobramentos futuros:
CENÁRIO 1: Por temer a guerra direta, a Otan refuga e suspende novos ataques com mísseis ocidentais em território russo. No entanto, os líderes ocidentais já deram mostras mais que suficientes de que menosprezam as “linhas vermelhas” da Rússia. Ademais, os agentes do “deep state” que governam de fato os Estados Unidos (e não Biden) têm grande interesse em inviabilizar de antemão o futuro governo Trump. Atribuímos assim a possibilidade de 10% de efetivação deste cenário.
CENÁRIO 2: A Ucrânia prossegue a sua campanha de ataques a território russo com respaldo da Otan, e a Rússia se abstém de responder, aguardando pela inauguração da presidência de Donald Trump em 20 de janeiro. Tal cenário equivaleria a considerar que a Rússia blefa, coisa que não se verificou ao longo de todo o percurso da “guerra indireta” (desde 1999). Possibilidade de 5%.
CENÁRIO 3: Os ataques da Otan via Ucrânia prosseguem, e a Rússia responde atacando instalações militares da Otan. Novamente conforme declarado por Putin em seu supramencionado discurso: “We consider ourselves entitled to use our weapons against military facilities of those countries that allow to use their weapons against our facilities.” [“Consideramos-nos no direito de usar as nossas armas contra instalações militares dos países que permitem o uso das suas armas contra as nossas instalações”]. Decomporemos os 85% de probabilidade que atribuímos a este cenário em alguns sub-cenários:
CENÁRIO 3a: A Rússia ataca diversas instalações militares dos Estados Unidos na Europa e no Oriente Médio. Tal cenário, cujo objetivo seria intimidar os americanos, muito provavelmente traria o efeito oposto, obrigando praticamente os Estados Unidos a uma escalada, a qual rapidamente convergiria para uma guerra nuclear total. Possibilidade de 5%.
CENÁRIO 3b: A Rússia promove um ataque limitado, na esperança de que seja suficiente para intimidar os Estados Unidos. Possibilidade de 80%, os quais decompomos conforme abaixo:
CENÁRIO 3b1: A Rússia ataca apenas aquelas instalações militares que considera como ameaças inaceitáveis à sua própria segurança (e que compuseram sua justificativa para a invasão da Ucrânia), a saber, as bases da Otan de lançamento de mísseis de Redzikowo na Polônia e Deveselu na Romênia. Como se trata de instalações operadas por militares americanos, os russos avisam previamente que vão atacá-las de modo a poderem ser evacuadas, com os americanos perdendo as instalações, contudo preservando as vidas de seus militares. Possibilidade de 40%.
CENÁRIO 3b2: A Rússia ataca as bases na Polônia e Romênia sem aviso, acarretando mortes de americanos. Possibilidade de 20%.
CENÁRIO 3b3: A Rússia ataca algum outro alvo militar de menor importância, por exemplo, ela afunda uma fragata ou algum outro navio de pequeno porte da marinha americana. Possibilidade de 20%.
A partir daí, tudo residirá em descobrir se os americanos se deixarão intimidar ou se escalarão. Se vierem a escalar, será provável que, em vez de embarcar em uma escalada gradual, os russos respondam com grande força como última tentativa de deter a escalada mútua. Novamente conforme as palavras de Putin (ênfases nossas):
(…) when choosing, if necessary and as a retaliatory measure, targets to be hit (…) on Ukrainian territory, we will in advance suggest that civilians (…) residing in those areas leave danger zones. We will do so for humanitarian reasons, openly and publicly (…). [(…) ao escolher, se necessário e como medida de retaliação, alvos a serem atingidos (…) em território ucraniano, sugeriremos antecipadamente que os civis (…) residentes nessas áreas deixem as zonas de perigo. Faremos isso por razões humanitárias, aberta e publicamente (…)].
Putin não disse, mas para bom entendedor ele está se referindo a um ataque com armas nucleares a alguma cidade ucraniana (muito provavelmente nas regiões ocidentais da Ucrânia, como a Galícia). Naturalmente, mesmo com o aviso “humanitário” dos russos, haverá milhares de mortes civis, o que desencadeará histeria por todo o Ocidente, e recriminação pesada à Rússia. Contudo, o papel destinado pelo Ocidente à população ucraniana nesta guerra é o de morrer mesmo, então, pragmaticamente, seriam razoáveis as chances de que uma medida drástica dessas fizesse estancar a escalada, e resultando também em um abandono definitivo da Ucrânia pelo Ocidente.
A única outra alternativa seria o prosseguimento da escalada, até a guerra nuclear total e a morte certa de boa parte dos habitantes da Terra. A nós, cabe esperar que as coisas não cheguem a esse ponto, ou, caso malfadadamente cheguem, darmos um jeito de reinventar o mundo e as nossas vidas.
É infelizmente o mundo tá sendo levado pela influência maligna de Satanás e suas hostes e seus principados governando totalmente a maioria dos poderes terreno mas Jesus vai voltar para levar a sua igreja e eu quero ver qual é o país que é poderoso para subsistir diante de Deus todo poderoso o criador do céu e da terra
Se Donard Trump fizer igual como Pilatos fez , a guerra entre a Russia e a Ucrânia acaba.
EUA defende um país nazista e um país exterminador e quer falar em democracia. Russia e Ucrânia é uma guerra, Israel e Países Árabes é extermínio.
Embora assustadoras, acho plausíveis as considerações do autor. Tenho acompanhado diversas análises e são compatíveis com os prognósticos aqui feitos. com tudo isso acontecendo o que me estarrece é a apatia das populações da Europa. Gostaria de ler algo sobre isso.
Excelente artigo!
Grato.
VERDADEIRAMENTE A RÚSSIA ESTÁ CERTÍSSIMA COMO É QUE UM PAÍS USURENTOS QUEREM AS RIQUEZAS DO OUTRO E COM ISSO OS ESTADOS UNIDOS SE APODERANDO DA UCRÂNIA PRA ENFRAQUECER A MÁQUINA RUSSA, A RÚSSIA É UMA PÁTRIA E NEIUM PAÍS QUER SER , DIVIDIDO PRA O BEM DE OUTRA NAÇÃO QUE SE ACHA PODEROSA AÍ A MÁQUINA TEM QUE BOTAR PRA LASCAR, A RÚSSIA É MUITO MAIS PODEROSA QUE E.U.A. …
Enquanto Hitler avançava em suas certezas de conquistar o mundo, judeus e o resto do mundo sonhavam que acordariam com sua vida continua.
A guerra ja havia começado e só se deram conta qdo seus familiares e amigos foram realmente dizimados.
“A terceira guerra já começou”.
Li o artigo acima relativo a terceira Guerra Mundial.
Gostaria de perguntar a equipe do jornal:
Estão realmente certos dessas previsões sombrias?
É muito sério o que foi exposto acima e a responsabilidade do jornal em expor essa visão dos acontecimentos é assustador.
Solicito a direção do jornal se realmente falam a sério sobre o relativo artigo?