Escritoras Silenciadas: o que o cânone esconde

Pesquisadora aborda as brasileiras dos séculos XIX e XX que, mesmo célebres em seu tempo, foram apagadas da história por mecanismos sexistas. Coloca-se a necessidade de rever – crítica e continuamente – os programas das universidades e escolas

A escritora carioca Júlia Lopes de Almeida, que embora tenha ajudado a fundar a Academia Brasileira de Letras se viu excluída da instituição, juntamente com outras mulheres, por 80 anos
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Por Anna Faedrich em entrevista a Rodrigo Jorge Ribeiro Neves para a BVPS

Esta entrevista foi publicada originalmente na coluna Palavra Crítica, com curadoria de Rodrigo Jorge Ribeiro Neves, no Blog da Biblioteca Virtual do Pensamento Social, em 5 de dezembro de 2022. 
Leia outros textos da coluna BVPS/MinasMundo no Outras Palavras.

Anna Faedrich é professora adjunta de literatura brasileira do Instituto de Letras da Universidade Federal Fluminense (UFF). Esta conversa gira em torno de sua pesquisa sobre a literatura de autoria feminina, em especial o seu livro Escritoras silenciadas: Narcisa Amália, Julia Lopes de Almeida, Albertina Bertha e as adversidades da escrita literária de mulheres, publicado em 2022 pela editora Macabéa, em coedição com a Fundação Biblioteca Nacional.  Além da temática do livro, Faedrich nos falou sobre o trabalho com arquivos, ensino de literatura, o papel das editoras e sua experiência como curadora de uma exposição.  

Leia a entrevista na íntegra.

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BVPS – Seu livro Escritoras silenciadas: Narcisa Amália, Julia Lopes de Almeida, Albertina Bertha e as adversidades da escrita literária de mulheres, lançado este ano pela editora Macabéa, é parte de um longo percurso intelectual ao qual você vem se dedicando. Além do exame das dimensões estéticas e literárias das obras, você também buscou “compreender os mecanismos sociais e vieses de gênero que contribuíram para a exclusão das escritoras”. Poderia falar mais sobre como esses mecanismos e vieses atuam no silenciamento das autoras na historiografia literária? 

Anna Faedrich – Hoje sabemos da existência de centenas de escritoras no século XIX e início do século XX, que tiveram notável participação no meio literário e na imprensa periódica, escreveram e publicaram suas obras em editoras renomadas, tiveram leitores e reedições, foram premiadas, e, mesmo assim, não tiveram seus nomes eternizados nas histórias e registros oficiais da literatura brasileira. O que explica esse gradual apagamento das mulheres no campo literário? Acredito que a hostilidade e o modo como essas escritoras conseguiram entrar no espaço predominantemente masculino e interdito às mulheres (basta ver o exemplo emblemático da Academia Brasileira de Letras, que proibiu a entrada de mulheres por 80 anos) nos ajudam a compreender os mecanismos sociais de exclusão. Eram os homens que ocupavam espaços de poder, recomendavam as escritoras e avalizavam as suas obras. Em boa parte dos casos, para bajular outros homens – pais, irmãos ou maridos das escritoras. O prefácio de Nebulosas, de Narcisa Amália, é escrito por Pessanha Póvoa, ex-aluno de seu pai (distinto poeta, jornalista e educador). Julia Lopes de Almeida começa a carreira de escritora tendo seu pai como intermediário. Albertina Bertha era filha de Conselheiro Lafayette, homem influente. A história da literatura brasileira não perpetuou um nome feminino nos oitocentos e início do século XX, e esta é uma exclusão de gênero. 

Estudando mais a fundo a produção literária feminina, vemos que o apagamento não é por uma questão de qualidade literária (a literatura de autoria feminina não fica aquém da masculina); não está relacionado ao reconhecimento/recepção (elas vendiam muito e eram aclamadas); e não é uma questão de dissonância, ou seja, de falta de diálogo com seus pares (Narcisa Amália dialoga com as três gerações poéticas do Romantismo, por exemplo). Mesmo que elas ocupassem espaços privilegiados junto à imprensa e às editoras, sempre houve adversidades e hostilidade por serem mulheres. E o mais nocivo, a meu ver, é a hostilidade disfarçada, as críticas veladas, “a malícia dos adjetivos” (modo como Gilka Machado se referiu à crítica que recebera). No prefácio de Horto, de Auta de Souza, Olavo Bilac disfarça o preconceito de gênero com adjetivos que enganam à primeira vista. Bilac parece elogiar, mas está dizendo que a poesia de Auta é simples, ingênua, sem preocupação formal, sem o labor de um artista e sua “complicada teia de artifícios”. Em carta à sua noiva Amélia de Oliveira, também poeta, Bilac deixa registrado os mecanismos de exclusão do campo literário ao afirmar que há muitas mulheres que escrevem, mas que não há nenhuma de que não se fale mal, “com ou sem razão”. 

As escritoras estavam cientes da crítica desencorajadora, do ambiente hostil e da desigualdade de gênero, e reclamavam em seus escritos. Se hoje não as conhecemos é porque os historiadores da literatura, em sua maioria homens, não incluíram seus nomes, de modo a não considerar a produção literária e intelectual feminina.

As três escritoras analisadas em seu livro atravessaram um período de grandes transformações sociais, políticas e econômicas no país, mas também dialogam bastante com a contemporaneidade. De que maneira as literaturas de Narcisa Amália, Julia Lopes de Almeida e Albertina Bertha nos ajudam a pensar sobre questões atuais no Brasil?

As três são muito atuais. Tal constatação pode ser vista como um elogio, pois se trata de uma literatura que continua fazendo sentido e, por isso, são clássicos da literatura brasileira. Entretanto, a atualidade dos temas e das reivindicações assusta, pois revela a urgência de algumas mudanças sociais. Julia Lopes de Almeida aborda temas que estão na pauta atual do debate feminista. Relações abusivas, violência no casal (ciúme doentio, controle, possessão, violência física), estupro e feminicídio são temas contemplados em seus romances e contos. N’A Falência, uma personagem secundária, a mãe de Rino, é morta a facadas pelo marido (por desconfiar de uma traição). O romance foi publicado em 1901! Uma das tias de Camila, esposa do protagonista Francisco Teodoro, é viúva e apanhava do marido alcoólatra. Em A casa verde, romance escrito a quatro mãos, por Julia e o marido Filinto, uma personagem secundária é seduzida e iludida pelo vilão, que a encoraja a fugir de casa para viver com ele, e depois a abandona. Julia mostra o desfecho cruel de Laurinda, rejeitada pelo amante, pela família (em especial, o pai, que rejeita a “filha desonrada”), “mal falada” pela sociedade, que a condena por não ter seguido a trilha comum do casamento e da “pureza”. Nas crônicas, Julia aborda temas que continuam atuais, como o descaso com a saúde pública, a importância do desarmamento da população e a violência policial. 

Albertina Bertha fala, em 1916, sobre o desejo feminino. Em Exaltação, Ladice não segue os preceitos sociais e se entrega de corpo e alma ao seu amante. O adultério e o desejo femininos são tabus até hoje. Albertina foi fortemente atacada pelos conservadores, que faziam apelos públicos para que os “pais de família” não deixassem suas filhas lerem um romance corrompedor. A própria família de Albertina, como contam as netas e bisnetas (tive a oportunidade de entrevistá-las), não podiam ler “a vovó”. Narcisa Amália, em pleno século XIX, demonstra consciência arguta da opressão de gênero. Ela reclama a desigualdade de gênero, especialmente em relação à educação. Narcisa lamenta não ter cursado “academias” como os homens de sua época e afirma que vê a extinção gradativa de sua inteligência, pela falta de estímulos. 

O livro vem acompanhado de um Caderno de anexo, com fac-símiles de imagens e textos diversos na imprensa periódica relativos às autoras. Qual é a importância e os problemas da pesquisa em arquivo no resgate dessas e de outras escritoras silenciadas?

Estudar escritoras dos séculos anteriores é um desafio. São muitas lacunas a serem preenchidas. O legado da literatura de autoria feminina não foi preservado, valorizado. Faltam dados biográficos, acesso a obras, fotografias. Há desencontros de informações. Quando terminei a minha dissertação de mestrado sobre Albertina Bertha, não havia uma fotografia dela disponível. Hoje, estão disponíveis na Wikipédia para quem quiser. 

Nesse sentido, o contato com os familiares foi fundamental. A família ajuda a montar o quebra-cabeça. Encontrei as três famílias no Rio. A bisneta da Narcisa Amália foi uma surpresa, pois não há registro de filhos em nenhuma das biografias. Com a bisneta, tive acesso à fotografia de Narcisa com sua filha Alice Violeta. No caso de Julia Lopes de Almeida, o neto Claudio Lopes de Almeida tem ajudado muitas pesquisadoras, abrindo as portas de sua casa e do acervo de Julia, há anos. Além das famílias, a digitalização dos jornais pela Hemeroteca da Biblioteca Nacional é de grande valia. A imprensa é uma fonte primordial para “descobrir” as escritoras, pois elas participavam ativamente. Pela imprensa, obtemos informações importantes como o número de reedições dos livros, a visibilidade das escritoras, a participação como conferencistas, a publicação de seus romances em folhetins, os posicionamentos políticos etc. É preciso que a Biblioteca Nacional continue investindo nesse trabalho de digitalização (ainda faltam alguns periódicos). Além de preservar o material (fonte primária), democratiza o acesso. 

O trabalho das editoras de literatura de autoria feminina, nos últimos anos, merece destaque. Embora já não tenhamos mais algumas precursoras, como a Mulheres, presenciamos a crescente atuação de casas independentes, como a Macabéa, e a reativação de selos por grandes grupos editoriais, como a Rosa dos Tempos, pela Record. Poderia comentar sobre o papel desse mercado editorial no resgate das escritoras?

É com otimismo que vejo diferentes editoras abraçando uma causa que, há alguns anos, não recebia tanto acolhimento. Como pesquisadora, enfrentei algumas adversidades para reeditar obras de autoria feminina. Não havia interesse no mercado editorial, dado que os livros não traziam garantia de venda e retorno lucrativo para as editoras. Afinal, quem lê mulheres? Ou ainda, quem lê escritoras do século XIX? 

O que estamos vivenciando hoje é algo inédito e muito bem-vindo. O trabalho da Macabéa, editora carioca e formada por mulheres, é impecável. A Macabéa tem um trabalho bonito com escritoras contemporâneas, abrindo espaço para escritoras jovens, em início de carreira. A editora Luas, mineira, também tem um projeto feminista importante. Em 2021, relançou os dois textos de Ercília Cobra em sua primorosa “Coleção Precursoras”, com o estudo de Imaculada Nascimento. No mesmo ano, a editora Campos, de São Paulo, relançou um dos romances mais importantes de Julia Lopes de Almeida, A falência (1901), em edição de luxo, com capa dura e ilustrações de Juliana Grünhäuser, com a qual pude contribuir escrevendo o posfácio. Hoje contamos também com a possibilidade de financiamento coletivo, o que ajuda bastante. 

O único meio de a pesquisa acadêmica sair da universidade, ou seja, da bolha, é com apoio das editoras, que permitem a circulação de obras injustamente apagadas, desconhecidas. O apoio das editoras e da imprensa são fundamentais para que os resultados das pesquisas realizadas na universidade cheguem ao público-leitor.

5. Além de pesquisadora de literatura, você também é professora do ensino superior e tem experiência no ensino básico. Fale-nos um pouco sobre o trabalho com a literatura de autoria feminina na sala de aula.

Há alguns anos, incluo, deliberadamente, a literatura escrita por mulheres nos meus cursos, mesmo quando isso não está previsto nas ementas. No entanto, nem sempre foi assim. A ausência de escritoras na minha formação acadêmica nem sempre foi nítida para mim. E é aí, na “violência doce” (Bourdieu) porque não é percebida, que mora o perigo. Os meus professores não me provocaram a questionar o cânone literário e suas lacunas. Pelo contrário. Tive um professor que passava uma lista dos clássicos da literatura que deveríamos ler ao longo da vida. Recém-chegada ao ambiente acadêmico, eu ficava deslumbrada com todo aquele conhecimento. Muitos anos depois, voltei à lista e confirmei o que, à época, não era evidente para mim: só havia escritores homens — Proust, Borges, Kafka, Dostoiévski, Tolstói, Somerset Maugham, Thomas Mann, James Joyce, Faulkner, Goethe, Tchekov, García Lorca, Stendhal, Scott Fitzgerald, Salinger, Camus, Coetzee (e a lista não para). Tive outro professor que menosprezava Clarice Lispector e passava longe da poesia de Cecília Meireles. Às vezes, nem as canônicas se salvam! Outros tempos, ainda bem. Hoje, por se tratar do tema da minha pesquisa, tenho conhecimento e material sobre as escritoras brasileiras. Mas e aqueles que não têm, como fazem? Como estudar e conhecer as escritoras, se elas não estão nas histórias da literatura? Como ensinar algo que você também não aprendeu? 

Em todas as universidades onde lecionei, as alunas e os alunos ficavam perplexos ao se darem conta de que nunca nem sequer tinham ouvido falar nas escritoras brasileiras oitocentistas e do início do século XX. Ao lerem as obras literárias ou ensaísticas de algumas das centenas de mulheres alijadas do cânone literário, os discentes se indignavam com o “sequestro da autoria feminina”. Houve um caso engraçado. Em uma das universidades, pela qual tive uma passagem rápida, levei a poesia de Narcisa Amália para as aulas de Literatura Brasileira I, na qual estudamos o Romantismo. No semestre seguinte, um professor amigo me ligou pedindo material sobre as escritoras, porque as alunas estavam cobrando dele, e brincou dizendo que eu era a culpada por ele estar sendo “acusado de machista”. Faço questão de colocar entre aspas, porque era uma brincadeira mesmo. O meu ex-colega é um excelente e querido professor e, assim que percebeu a demanda, foi atrás da mudança. 

Quantos professores e professoras estão dispostos a mudar? Quantos autores de histórias literárias, homens em sua maioria, estão dispostos a estudar toda essa produção esquecida, de modo a incluí-la em suas histórias? Até quando a reescrita da história da literatura ficará à mercê da boa vontade daqueles que ocupam espaços de poder? 

A boa notícia é que já vemos uma mudança significativa no ensino de literatura. Quando entrei no CAp-UERJ, vi que as professoras já trabalhavam com os contos de Julia Lopes de Almeida e de Maria Firmina dos Reis, e com Carolina Maria de Jesus na Educação Básica. Um trabalho bonito de se ver! Participando de um evento, pude testemunhar o ensino crítico e inclusivo que é feito no IFF-Itaperuna, com projeto sobre “escritoras insubmissas”. As universidades têm reformulado suas ementas. Há um movimento coletivo revisitando o cânone literário. Felizmente, são muitos exemplos que comprovam uma mudança há muito desejada.

Você é a curadora acadêmica da exposição “Julia Lopes de Almeida: 160 anos”, inaugurada no dia 17 de setembro, no Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro. A mostra traz ainda uma série de atividades, como ciclo de debates, programação educativa e um sarau. Como foi o processo de sua curadoria para a montagem da exposição e de que maneira ela contribui para discutir o lugar de Julia Lopes na história da literatura brasileira?

Acredito que a exposição seja um passo importante e necessário para o resgate da memória feminina. É uma forma de divulgar ainda mais a obra e a importância de Julia Lopes de Almeida. Idealizada e patrocinada pelo neto Claudio Lopes de Almeida, a exposição contou com a parceria de Beth Araújo (esposa do Claudio, atriz e arte-educadora que trabalha há anos com projetos artísticos sobre escritoras do século XIX), curadoria dos artistas Helder Nascimento e Susana do Amaral, e minha curadoria acadêmica. Um dia Beth e Claudio me chamaram para conversar sobre a ideia que tiveram de organizar uma exposição em homenagem aos 160 anos de Julia. Eles já tinham conversado com o diretor do Museu Histórico da Cidade, tinham carta branca para usar o espaço e queriam a minha ajuda para escrever os textos da exposição. Sem experiência como curadores, fomos aprendendo com as demandas, com o andar da carruagem. E não imaginávamos que fosse tão trabalhoso. É preciso pensar em cada detalhe, cada painel, como aproveitar os espaços, como tornar a história da Julia atraente para um público que não a conhece etc. Sem contar a parte burocrática anterior, como a escrita do projeto para aprovação do conselho do Museu. 

Helder e Suzana tinham experiência como curadores e vieram para somar. Helder fez o projeto dos painéis, calculando o tamanho e quantidade de material que cada painel teria. Trabalhamos os cinco juntos, de forma intensa, na casa do Claudio, selecionando as imagens que seriam ampliadas, os recortes de jornais, pensando em qual seria o fio da narrativa (há painéis temáticos), organizando os objetos pessoais, os livros, os documentos que seriam expostos. Foi um momento de muita troca entre nós. No primeiro andar, colocamos o texto de apresentação da exposição e uma imagem grande de Julia Lopes sentada. Ao lado, uma cadeira de época para as pessoas se sentarem e fotografarem junto à escritora. No segundo andar, está a sala de apresentações e debates. Nela, colocamos uma releitura do retrato de Julia feito por Bertha Worms (1895). E, no terceiro andar, os painéis temáticos e os objetos pessoais. O primeiro painel, de frente para a escada, conta com uma fotografia ampliada de Julia, como se ela estivesse dando “boas-vindas” para o público. Em nossas reuniões, não houve consenso sobre como seria esse painel. A princípio, seria uma fotografia do casal, Julia e Filinto, em pé, como se estivessem lá no século XIX recebendo os convidados para os famosos saraus em sua casa no bairro Santa Tereza (RJ). Depois, concordamos que o protagonismo da exposição era de Júlia e escolhemos uma fotografia marcante dela. O segundo painel é “Um lar de artistas”, expressão de João do Rio para denominar a família Almeida. Os filhos do casal também eram artistas e, no painel, apresentamos todos os talentos. O terceiro painel “A cena carioca: cronista do Rio de Janeiro” mostra uma faceta menos conhecida de Julia, a de cronista, e o protagonismo do Rio em seus escritos. O quarto painel traz as diferentes faces de Julia Lopes de Almeida, escritora, conferencista, jornalista, mãe, mulher e feminista. A mostra reúne fotografias do acervo familiar, objetos pessoais, manuscritos, livros raros, memórias e documentos, entre eles, o passaporte com a autorização por escrito do marido para que Julia pudesse viajar. Este é um registro importante para entendermos as conquistas dos movimentos feministas. 

Eu escrevi os textos da exposição e organizei o ciclo de debates Encontros com Julia Lopes de Almeida. O ciclo contou com a palestra de abertura da professora Nadilza Moreira, uma das críticas pioneiras, no dia 18 de setembro. Contamos com a parceria solidária de pesquisadoras e pesquisadores amigos, que se dispuseram a compartilhar suas pesquisas sobre a obra de Julia. Cada palestra-conversa trata de uma obra diferente, demonstrando a variedade e a importância de sua produção literária. Já tivemos duas mesas, nos dias 22 e 29 de outubro, e o encerramento será no dia 14 de janeiro de 2023. Além disso, uma rica programação paralela — saraus artísticos, atividades socioeducativas e contações de histórias — tenta fazer jus à importância do legado de Julia Lopes de Almeida.

A nossa intenção é levar a exposição para outros lugares, como uma “exposição itinerante”. No futuro próximo, tentaremos editais de apoio, pois é custoso organizar uma exposição. Acredito que a mostra ficou simples, porém simpática e acolhedora. Julia adorava orquídeas e plantas, e o Museu Histórico da Cidade, na Gávea (Rio de Janeiro), é um espaço bucólico e tem um orquidário. Uma semana antes de inaugurarmos a exposição, nasceram orquídeas no Museu. Nós ficamos felizes e entendemos como um sinal de aprovação de Julia.

Leia também: Eros e deseducação: puxando conversa com Eliane Robert Moraes, em que o sociólogo André Botelho dialoga com o livro Seleta erótica de Mário de Andrade (Vozes, 2022), organizado por Eliane Robert de Moraes.

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