Dor psíquica e assédio na Ciência e na Academia

Depressão e ansiedade espalham-se entre pesquisadores e estudantes – e crescem as queixas de abuso moral e sexual. Possíveis causas: estresse financeiro e pressões, cada vez mais intensas, do produtivismo acadêmico

.

Por Shannon Hall, na Nature | Tradução: Antonio Martins

Há uma crise de saúde mental na ciência – em todas as fases da carreira e em todo o mundo. Alunos de pós-graduação estão sendo assediados e discriminados, recebem salários miseráveis, sofrem bullying, trabalham demais e às vezes são agredidos sexualmente. As coisas não são muito melhores para os pesquisadores em início de carreira que lutam para conseguir um emprego de longo prazo. E os pesquisadores seniores estabelecidos enfrentam imensa pressão para ganhar bolsas, publicar em periódicos de alto nível e manter sua reputação em campos altamente competitivos.

Os cientistas queixam-se há anos sobre os impactos de todas essas pressões na saúde mental. Mas uma série de estudos recentes está fornecendo dados concretos. E as descobertas mostram que a situação é terrível.

Os pesquisadores são muito mais propensos do que a população em geral a sofrer de depressão e ansiedade. E embora a pandemia do COVID-19 tenha causado um aumento nos problemas de saúde mental , muitos argumentam que ela apenas exacerbou os problemas que já existiam. Os estudos recentes, que avaliaram coletivamente dezenas de milhares de pesquisadores em todo o mundo, sugerem que as dores de saúde mental dos cientistas são resultado direto de uma cultura de pesquisa tóxica.

Isso é particularmente verdadeiro para membros de grupos sub-representados, incluindo mulheres, indivíduos não binários, pessoas não-brancas, dissidências sexuais e de gênero (LGBTQ+) e estudantes de baixa renda. Mas o fenômeno também afeta pesquisadores e cientistas seniores em diferentes países.

“O bem-estar e a capacidade de estabelecer limites saudáveis ​​em sua vida e em seu trabalho são habilidades fundamental”, diz Sharon Milgram, diretora do Escritório de Treinamento Interno e Educação [Office of Intramural Training and Education] no Instituto Nacional de Saúde [National Institutes of Health (NIH)] dos EUA. “Sinto que havia um ponto cego em mim e em muitos de nós, pois foram necessários esses dados para nos acordar.”

Com números concretos em mãos, alguns argumentam que a ciência está no início de um movimento – um movimento que encorajará mudanças sistêmicas para melhorar a saúde mental dos pesquisadores nas próximas gerações. Outros pensam que a mudança está acontecendo muito lentamente para jovens cientistas que já estão fugindo da ciência – um efeito que pode ter consequências sombrias para o futuro da pesquisa e da própria sociedade.

Um problema global

Em 2015, Teresa Evans, que dirigiu o desenvolvimento da carreira biomédica de pós-graduação no Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas em San Antonio, descobriu que seus alunos estavam tendo dificuldades. Mas quando eles a procuravam para pedir conselhos, ela se sentia mal preparada para ajudar.

Então Evans começou sua própria pesquisa, apenas para descobrir uma escassez de literatura sobre o assunto. Não apenas havia poucos recursos sobre como ajudar os alunos, mas também não estava claro o quão extensos eram os problemas de saúde mental – o que obrigou Evans a divulgar sua própria pesquisa para quantificar o assunto. Ela recebeu 2.279 respostas, a maioria de doutorandos, em 234 instituições em 26 países.

Os resultados, publicados em março de 2018, representavam a maior pesquisa do gênero na época. Revelou-se um problema global: 41% dos entrevistados relataram ansiedade moderada a grave e 39% tinham depressão moderada a grave 1 . Esses níveis são seis vezes maiores do que na população em geral. Os dados também sugeriram possíveis fontes desses problemas de saúde mental – a ansiedade e a depressão foram frequentemente correlacionadas com o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal e relacionamentos ruins com o orientador.

Dores mentais na Ciência
Estudos mostram que os pesquisadores estão sofrendo altos índices de distúrbios mentais, como ansiedade, depressão e o sentimento de sobrecarga de trabalho

Estudantes de graduação relatam ansiedade e depressão em taxas seis vezes maiores que as da população em geral, segundo sondagem feita com cerca de 2300 pessoas de 26 países. As taxas mais altas foram encontradas entre mulheres e pessoas trans. (Fonte: Referência 1)

Numa estudo mundial realizada entre mais de 13 mil pesquisadores, entre outubro de 2019 e julho de 2020, 38% disseram sentir-se sobrecarregados no trabalho “muito frequentemente” ou “frequentemente” (Fronte: Referência 9)

As taxas variaram significativamente por gênero: entrevistados do sexo feminino, transgênero e não conformes ao gênero eram mais propensos a enfrentar problemas de saúde mental do que seus colegas do sexo masculino. A prevalência de ansiedade e depressão foi de 55% e 57% para estudantes de pós-graduação transgêneros e não conformes com o gênero, 43% e 41% para mulheres e 34% e 35% para homens. Isso não surpreendeu Evans, porque as mulheres são mais propensas à ansiedade e à depressão do que os homens 2 .

Mas havia outro fator maior em ação: o assédio sexual na ciência, que afeta desproporcionalmente as mulheres. Em 2014, Kathryn Clancy, antropóloga da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, documentou altas taxas de assédio sexual na ciência de campo 3 . Mais tarde, em 2017, ela e seus colegas pesquisaram 474 astrônomos e cientistas planetários e descobriram que 30% das mulheres se sentiam inseguras por causa de seu gênero (em comparação com 2% dos homens) 4 .

Esses estudos encorajaram as Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina dos Estados Unidos a nomear um comitê especial para examinar a questão em ambientes acadêmicos. Em junho de 2018, divulgou-se um relatório que revelou assédio sexual generalizado e prejudicial na ciência 5

Assédio sexual de estudantes mulheres
Estudantes mulheres relatam altos índices de assédio sexual por membros de suas instituições, nos Estados Unidos. As taxas variaram dependendo do tipo de estudante e de assédio (Fonte: referência 5)

Não é apenas um problema nos Estados Unidos. Em 2020, o Wellcome, um importante financiador de pesquisas biomédicas em Londres, pesquisou mais de 4.200 cientistas de 87 países em todos os gêneros, estágios de carreira e disciplinas e descobriu que 43% dos participantes sofreram bullying ou assédio e 61% o testemunharam 6 . Muitos achavam que era “culturalmente sistêmico” e 33% achavam que os líderes fechavam os olhos para o comportamento.

Epidemia de bullying
61% dos pesquisadores testemunharam bullying e 43% foram vítimas, segundo pesquisa entre mais de 4 mil cientistas, a maior parte no Reino Unido. Entre ao mais de 2 mil participantes que associaram a prática a uma motivação específica, a metade apontou o gênero. Outros aspectos fortemente apontados foram etnia, idade, nacionalidade e classe. (Fonte: Referência 6)

Em uma pesquisa da Nature de 2021 com mais de 3.200 cientistas em atividade, quase um terço disse ter observado discriminação ou assédio de colegas em seu trabalho atual. No ano seguinte, outra pesquisa da Nature com mais de 3.200 alunos de doutorado e mestrado constatou que 35% dos cientistas que se identificam como membros de minorias raciais ou étnicas disseram ter sofrido assédio ou discriminação durante seus estudos de pós-graduação .

Não é de admirar que haja um sério problema de saúde mental na ciência, dizem os pesquisadores. Um estudo até descobriu que as taxas de esgotamento, depressão e ansiedade eram comparáveis ​​às relatadas em ocupações de “alto risco”, como assistência médica 7 .

O estudo do Wellcome 6 constatou que 70% dos entrevistados sentiam-se estressados ​​em um dia normal de trabalho e 34% procuraram ajuda profissional para problemas de saúde mental . Além do assédio, muitos participantes culparam os financiadores e institutos que enfatizam a quantidade em detrimento da qualidade em termos de publicação e obtenção de subsídios – todos estes, agentes que contribuem para um mau equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Outra explicação sugerida no estudo 6 é que muitos cientistas veem seu trabalho como uma vocação, não apenas um trabalho. Embora isso signifique que os pesquisadores são apaixonados, também apresenta um desafio único, argumenta Eric Pellegrini, um astrônomo que deixou o campo no ano passado para se tornar um cientista de dados independente. “Eles fazem você se torturar fazendo deste trabalho parte de sua identidade – não é um trabalho, nem mesmo uma carreira, é uma escolha de vida”, diz ele. “E você acredita nisso por anos até descobrir o que é. Abstraia um pouco, veja a situação de modo mais genérico, e é apenas um relacionamento abusivo.”

Pressões pandêmicas

Esse era o cenário até 2020. Então a pandemia do covid-19 chegou e, com ela, uma enxurrada de novos desafios.

Em uma pesquisa de 2020, com 5.247 estudantes de pós-graduação em ciências, tecnologia, engenharia e matemática de 9 instituições nos Estados Unidos, 38% relataram sintomas consistentes com ansiedade e 35% tiveram depressão 8 . Essas proporções representaram grandes saltos em relação ao que a mesma equipe encontrou em 2019. O número de alunos com depressão dobrou e a prevalência de ansiedade aumentou 50% 8 .

“Nossas descobertas indicaram que foi realmente um desastre”, diz Igor Chirikov, pesquisador sênior do Centro de Estudos em Educação Superior da Universidade da Califórnia, em Berkeley, que liderou o estudo.

A equipe de Chirikov descobriu que os desafios na saúde mental eram frequentemente associados ao estresse financeiro, que é agudo para os pesquisadores em estágio inicial. Nos Estados Unidos, por exemplo, os doutorandos em ciências biológicas ganham salários bem abaixo do custo de vida. Pesquisadores de pós-doutorado ganham em média US$ 47.500 por ano – um pouco mais da metade do salário médio anual de graduados universitários. Além disso, os pós-doutorandos enfrentam reviravoltas constantes, porque normalmente precisam mudar para uma nova função a cada poucos anos. Alguns pesquisadores passam uma década ou mais pulando de um contrato de curto prazo para outro.

Depois disso, apesar dos anos que os cientistas dedicam a seu treinamento, muitos lutam para encontrar um emprego de longo prazo em uma universidade, e isso pode afastar totalmente os jovens pesquisadores da ciência. A pesquisa Wellcome de 2020 6 descobriu que quase metade dos entrevistados que deixaram a pesquisa relataram que a dificuldade em encontrar um emprego foi um dos motivos. Os outros dois motivos comuns incluíam um impacto negativo na saúde mental e o desejo de um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

Mesmo quando os cientistas conseguem cargos permanentes, a competição nunca termina. Em 2020, uma pesquisa elaborada pela Cactus Communications, empresa de comunicação e tecnologia de ciência com sede em Mumbai, na Índia, analisou a opinião de 13 mil pesquisadores em mais de 160 países. Constatou, por exemplo, que 65% dos entrevistados estavam sob enorme pressão para publicar artigos, garantir bolsas e concluir projetos para manter sua reputação na comunidade de pesquisa 9 . “Essa resposta vem em grande parte de pesquisadores mais experientes, porque eles precisam continuar sendo vistos como brilhantes como antes”, diz Abhishek Goel, cofundador e executivo-chefe da Cactus Communications.

Além da pressão para o êxito, o estudo identificou vários outros fatores que contribuem para a saúde mental precária entre os pesquisadores, incluindo longas horas de trabalho e uma cultura em que o estresse e a ansiedade são normalizados. Outro fator citado por grande parte dos cientistas foi o bullying e a discriminação no ambiente de trabalho. Isso era especialmente comum para mulheres, pesquisadores que se identificavam como gays e mestiços. Cerca de 60% do último grupo, por exemplo, relataram ter sofrido discriminação, assédio ou intimidação no trabalho.

Embora o estudo tenha ocorrido em 2020, a maior parte dessas questões estava presente bem antes da pandemia de COVID-19. Um estudo, por exemplo, pesquisou mais de 3.000 físicos e biólogos no Reino Unido, Estados Unidos, Itália e Índia, e realizou entrevistas em profundidade com mais de 200 cientistas. Constatou que a pandemia apenas exacerbou problemas já existentes 10 .

“Em nossas entrevistas, os cientistas disseram que a pandemia foi realmente apenas o ponto de inflexão”, diz o coautor do estudo Brandon Vaidyanathan, sociólogo da Universidade Católica da dos EUA em Washington DC. “Coisas como esgotamento e exaustão emocional já aconteciam antes e a pandemia as expôs. Amplificou esses efeitos.”

Uma chance de mudar

À medida que as evidências de todos esses problemas aumentam, os cientistas estão se voltando para soluções. Mas ainda não está claro o quê exatamente precisa mudar. “Quando analisamos os resultados do estudo, ficamos bastante chateados e um pouco zangados – até impotentes”, diz Goel. “Sentimos que seria extremamente difícil efetuar mudanças.”

Ainda assim, muitos cientistas concordam que o primeiro passo é que a saúde mental se torne um tópico comum de conversa – uma mudança que já pode estar acontecendo. Desde que Evans e seus colegas publicaram seu estudo em 2018, eles e outros cientistas foram convidados por várias instituições e conferências para falar sobre o assunto. E a pesquisa decenal mais recente da astronomia e astrofísica dos EUA, em 2021, conduzida pelas Academias Nacionais para definir prioridades de financiamento a cada década, discutiu a necessidade de abordar o assédio e a discriminação na comunidade.

Isso é um grande progresso, argumentou Jennifer Wiseman, astrônoma do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA em Greenbelt, Maryland, em uma reunião da Sociedade Astronômica Norte-americana [American Astronomical Society (AAS)] em Seattle, Washington, em janeiro. Outros programas procuram abordar as questões de representação e equidade que tantas vezes coincidem com assédio, abuso e doença mental. Por exemplo, a NASA recentemente revisou seu Programa Hubble de Fellowship, que oferece cargos de pós-doutorado valorizados, a fim de diversificar seu alcance. Os principais programas de subsídios, como os do Departamento de Energia dos EUA, agora exigem um plano que descreva como a equipe proponente trabalhará contra as barreiras para criar e manter um ambiente de trabalho inclusivo.

Há muito tempo Milgran vê a saúde mental como um componente essencial do conjunto de habilidades de um pesquisador de sucesso. Desde 2020, o Escritório de Treinamento e Educação Interna do Instituto Nacional de Saúde (NIH, em inglês) dos EUA oferece um curso chamado “Tornar-se um Cientista Resiliente” [Becoming a Resilient Scientist], com tópicos que vão desde a síndrome do impostor até o desenvolvimento de melhores relacionamentos com orientadores. Seus 25.000 participantes – incluindo graduandos, graduados, pós-doutorandos e estudantes de medicina recrutados no NIH e em várias instituições extramuros – relataram reduções na ansiedade, depressão e presenteísmo (ou seja, incapacidade de envolver-se plenamente no espaço de trabalho, por causa do estresse). Nos últimos dois anos, a equipe de Milgram ofereceu um programa paralelo chamado “Tornar-se um Cientista Resiliente” [Raising a Resilient Scientist], projetado para ajudar membros do corpo docente e administradores a desenvolver melhores habilidades de orientação e trabalhar em sua saúde mental pessoal.

Iniciativas de ações autônomas, lançadas estudantes de pós-graduação e pós-doutorandos, levaram a vários eventos e workshops, até encontros de ioga. Os esforços para formar associações de estudantes de doutorado e pós-doutorado nos campi dos Estados Unidos também buscaram garantias de melhores condições de trabalho . “É o início de um movimento que esperamos que, ao longo de gerações de acadêmicos, resulte em mudanças de longo prazo”, diz Evans. “E eu sinto que temos todas as peças para ver isso acontecer. Só leva tempo.”

Mas outros argumentam que a ciência precisa de mudanças sistêmicas maiores – como tolerância zero para abuso. Embora as instituições e conferências estejam fortalecendo declarações de valor, códigos de conduta e aplicação, ainda há muito trabalho a ser feito, disse Wiseman na reunião da AAS. Os pesquisadores precisam ser capazes de levantar preocupações sem medo de represálias ou preconceito. Na pesquisa de Goel 9 , por exemplo, 49% dos entrevistados disseram que não buscariam apoio por se preocuparem com retaliações.

Muitos argumentam que é preciso haver mudanças drásticas nas estruturas de financiamento. “Esses modelos são realmente datados”, diz Sheila Kanani, diretora de educação e diversidade da Royal Astronomical Society em Londres, que entrevistou 650 astrônomos e físicos em 2020 e encontrou um problema sistêmico de bullying. “Todo o sistema precisa de uma grande revisão.” Como parte disso, ela e outros dizem que o financiamento não deve ser inteiramente baseado em publicações, mas sim em um ambiente de trabalho saudável – que considere a saúde mental dos pesquisadores e o rigor de seu trabalho, incluindo ideias que podem nunca chegar a um jornal acadêmico.

Sem mudanças drásticas, é possível que jovens pesquisadores continuem fugindo do campo. “Este é realmente um problema que pode afetar o futuro da ciência se não conseguirmos reter jovens talentos”, diz Vaidyanathan. “Devemos às futuras gerações de cientistas a responsabilidade de criar locais de trabalho mais acolhedores, que permitem que você faça ciência.”

Referências

  1. Evans, T. M., Bira, L., Gastelum, J. B., Weiss, L. T. & Vanderford, N. L. Nature Biotechnol. 36, 282–284 (2018). Article  PubMed  Google Scholar 
  2. Eaton, N. R. et al. J. Abnorm. Psychol. 121, 282–288 (2012). Article  PubMed  Google Scholar 
  3. Clancy, K. B. H., Nelson, R. G., Rutherford, J. N. & Hinde, K. PLoS ONE 9, e102172 (2014). Article  PubMed  Google Scholar 
  4. Clancy, K. B. H., Lee, K. M. N., Rodgers, E. M. & Richey, C. J. Geophys. Res. Planets 122, 1610–1623 (2017). Article  Google Scholar 
  5. Johnson, P. A., Widnall, S. E. & Benya, F. F. (eds). Sexual Harassment of Women: Climate, Culture, and Consequences in Academic Sciences, Engineering, and Medicine (National Academies Press, 2018). Google Scholar 
  6. Wellcome. What Researchers Think About the Culture They Work In (Wellcome, 2020). Google Scholar 
  7. Watts, J. & Robertson, N. Educ. Res. 53, 33–50 (2011). Article  Google Scholar 
  8. Chirikov, I., Soria, K. M, Horgos, B. & Jones-White, D. Undergraduate and Graduate Students’ Mental Health During the COVID-19 Pandemic (Univ. California, Berkeley & Univ. Minnesota, 2020). Google Scholar 
  9. Cactus Foundation. Joy and Stress Triggers: A Global Survey on Mental Health Among Researchers (Cactus Communications, 2020). Google Scholar 
  10. Jacobi, C. J., Varga, P. J. & Vaidyanathan, B. Front. Psychol. 13, 923940 (2022). Article  PubMed  Google Scholar 
Leia Também:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *