Prometeu prisioneiro e o direito ao saber
Obra da Editora 34 traz nova tradução, em edição bilíngue, da obra clássica de Ésquilo, ressaltando a atemporal batalha entre tirania e conhecimento. A peça é um chamado à reflexão sobre ética e poder na sociedade contemporânea. Sorteamos um exemplar
Publicado 31/10/2024 às 17:44 - Atualizado 31/10/2024 às 17:51
Na mitologia grega, o titã Prometeu sacrificou-se para compartilhar com a humanidade o fogo e a técnica, abrindo as possibilidades para que nossa estirpe pudesse cultivar a civilização.
O herói condenado é símbolo de rebeldia e generosidade, além de representar a luta pelo direito de saber em um mundo obscurecido pela tirania e pela ignorância.
A obra de Ésquilo, datada de aproximadamente 525 a.C., é uma das mais significativas da literatura ocidental. Na peça, Prometeu, após ter auxiliado Zeus na derrubada de seu pai, enfrenta a ira do novo deus por ter proporcionado aos humanos o fogo e o conhecimento.
Aprisionado em um rochedo e condenado a uma dolorosa punição, ele se torna o protagonista de um drama que explora a relação entre poder, conhecimento e a condição humana.
Reconhecido por suas traduções de clássicos da Grécia Antiga, o professor Trajano Vieira, junto da Editora 34, publicou uma nova versão para o público brasileiro do mito de Prometeu Prisioneiro.
Outras Palavras e Editora 34 sortearão um exemplar de Prometeu Prisioneiro, de Ésquilo, entre quem apoia nosso jornalismo de profundidade e de perspectiva pós-capitalista. O sorteio estará aberto para inscrições até a segunda-feira do dia 11/11, às 14h. Os membros da rede Outros Quinhentos receberão o formulário de participação via e-mail no boletim enviado para quem contribui. Cadastre-se em nosso Apoia.se para ter acesso!
Em formato bilíngue, o escrito oferece uma interpretação que mantém a intensidade e a relevância da mensagem original e vem acompanhada de textos de apoio, incluindo um posfácio que discute as particularidades da linguagem de Ésquilo e os desafios enfrentados na tradução de uma peça que é, predominantemente, um diálogo profundo sobre a condição humana. Inclui ainda excertos da crítica e um ensaio do classicista inglês C. J. Herington, onde aborda os múltiplos aspectos da obra.
Prometeu Prisioneiro se destaca por sua abordagem direta e incisiva, refletindo a luta entre a busca pelo saber e a repressão do poder. A peça aborda temas como a monopolização do conhecimento e a importância de sua democratização, questões que ressoam fortemente nos debates contemporâneos sobre ciência, ética e responsabilidade social.
E não se esqueça! Quem apoia o jornalismo de Outras Palavras garante 30% de desconto em obras selecionadas da Editora 34. Faça parte da rede Outros Quinhentos em nosso Apoia.se e acesse as recompensas!
Através das visitas que Prometeu recebe, conhecemos não apenas sua dor, mas também a complexidade das relações de poder que moldam nossa civilização.
A tradução de Vieira não se limita a uma simples transposição de palavras; é um trabalho de reinterpretação que busca preservar a musicalidade e a profundidade do texto grego.
Sua pesquisa cuidadosa e sensibilidade para com a estrutura original resultam em uma obra que busca enriquecer a compreensão dos leitores sobre a tragédia clássica e suas lições atemporais.
Muito além de uma obra literária; a história reflete sobre o papel do conhecimento em nossas vidas e as implicações de nossa relação com o poder.
Algumas temáticas parecem estar sempre rondando a humanidade, seja no imaginário, seja na realidade. Julian Assange, por exemplo, é uma espécie de Prometeu moderno, acorrentado por anos por lutar pelo direito à verdade, pelo direito ao saber. Um triste exemplo da atualidade da peça.
Tendo isso em vista, o escrito segue sendo um libelo contra a tirania, o obscurantismo e falta de transparência. Além disso, é também um alerta sobre os excessos humanos contra a natureza, ressoando fortemente nas discussões atuais sobre sustentabilidade e ética.
SOBRE O AUTOR
Ésquilo nasceu em 525 a.C. em Elêusis, a 20 quilômetros de Atenas, e é o primeiro dos três grandes tragediógrafos gregos, que incluem Sófocles e Eurípides. Além de dramaturgo, Ésquilo teve participação militar destacada nas batalhas de Maratona (490 a.C.) e Salamina (480 a.C.). Em 484 a.C. obteve sua primeira vitória em concurso de tragédia, à qual se somariam outras doze. Das cerca de 80 peças que compôs, apenas sete chegaram até nós: Os Persas (472 a.C.), Sete contra Tebas (467 a.C.), As Suplicantes (463 a.C.), a trilogia Oresteia (Agamêmnon, Coéforas e Eumênides, 458 a.C.) e Prometeu Prisioneiro. Faleceu em 456 a.C., em Gela, na Sicília.
SOBRE O TRADUTOR
Trajano Vieira é doutor em Literatura Grega pela Universidade de São Paulo (1993), bolsista da Fundação Guggenheim (2001), com pós-doutorado pela Universidade de Chicago (2006) e na École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris (2009-2010), e desde 1989 professor de Língua e Literatura Grega no Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp, onde obteve o título de livre-docente em 2008. Tem se dedicado a verter poeticamente tragédias do repertório grego, como Agamêmnon (2007) e Sete contra Tebas (2018), de Ésquilo; Édipo Rei (2001) e Filoctetes (2009), de Sófocles; e Medeia (2010) e As Troianas (2021), de Eurípides. É também o tradutor das comédias Lisístrata, Tesmoforiantes (2011) e As Rãs (2014), de Aristófanes; do poema Alexandra, de Lícofron (2017); e da Ilíada (2020) e da Odisseia, de Homero (2011), entre outros. Suas versões do Agamêmnon e da Odisseia receberam o Prêmio Jabuti de Tradução.
Em parceria com a Editora 34, o Outras Palavras irá sortear um exemplar de Prometeu Prisioneiro, de Ésquilo, entre quem apoia nosso jornalismo de profundidade e de perspectiva pós-capitalista. O sorteio estará aberto para inscrições até a segunda-feira do dia 11/11, às 14h. Os membros da rede Outros Quinhentos receberão o formulário de participação via e-mail no boletim enviado para quem contribui. Cadastre-se em nosso Apoia.se para ter acesso!
Outras Palavras disponibiliza sorteios, descontos e gratuidades para os leitores que contribuem todos os meses com a continuidade de seu projeto de jornalismo de profundidade e pós-capitalismo. Outros Quinhentos é a plataforma que reúne a redação e os leitores para o envio das contrapartidas, divulgadas todas as semanas. Participe!
NÃO SABE O QUE É O OUTROS QUINHENTOS?
• Desde 2013, Outras Palavras é o primeiro site brasileiro sustentado essencialmente por seus leitores. O nome do nosso programa de financiamento coletivo é Outros Quinhentos. Hoje, ele está sediado aqui: apoia.se/outraspalavras/
• O Outros Quinhentos funciona assim: disponibilizamos espaço em nosso site para parceiros que compartilham conosco aquilo que produzem – esses produtos e serviços são oferecidos, logo em seguida, para nossos apoiadores. São sorteios, descontos e gratuidades em livros, cursos, revistas, espetáculos culturais e cestas agroecológicas! Convidamos você a fazer parte dessa rede.
• Se interessou? Clica aqui!