Para conhecer a vida e obra de Eleanor Marx

Biografia resgata legado da filha de Karl Marx e sua contribuição essencial ao socialismo e feminismo. Publicado pela Expressão Popular, o livro revela uma mulher que, ao transformar o mundo, também se transformou profundamente. Sorteamos três exemplares

Imagem reproduzida no site Verso
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Caçula das três filhas de Karl Marx e Jenny Marx, Eleanor Marx, carinhosamente chamada de “Tussy”, nasceu em 1855, em uma família pobre em recursos, porém muito rica em afeto, conhecimento, repertório e fruição cultural, ideais de justiça, entre outras qualidades que moldaram não só sua própria formação, como também influenciaram uma parte significativa da história do pensamento político e econômico do mundo todo.

De seu berço sui generis, herdou as lutas dos pais, no entanto, foi além e construiu “um teto todo seu”, tecendo sua própria contribuição para o movimento socialista, além de uma perspectiva pioneira para o feminismo.

Sua vida, marcada por uma militância ativa aliada ao seu engajamento intelectual, foi reflexo de uma luta obstinada para pôr fim aos “grilhões” que escravizam a classe trabalhadora.

Porém, apesar de sua relevância e do impacto de sua obra, Eleanor permaneceu relativamente invisível para o grande público, até mesmo em seu próprio tempo.

Para preencher tal lacuna histórica, a pesquisadora e escritora inglesa Rachel Holmes publicou a biografia Eleanor Marx: uma vida.

Lançada no Brasil pela editora Expressão Popular, a obra acompanha a história de uma mulher cujas ideias e ações tiveram um importante papel, mas que, por muito tempo, ficou ofuscada pela figura de seu pai.

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A publicação é a primeira tradução para o português acerca do legado de Eleanor, abordando tanto suas contribuições políticas quanto os dilemas pessoais que marcaram sua trajetória.

Com uma escrita fluida e envolvente, Holmes apresenta os 43 anos de vida de Eleanor. Começando de sua infância em uma casa recheada de livros e visitas ilustres, de afeto e das brincadeiras de seu pai, que dizia “Tussy sou eu”.

A obra segue sua adolescência, juventude e vida adulta. Narra as atividades militantes, as investigações e as reflexões da jovem que tinha consciência que um feminismo que não tem perspectiva de classe é útil apenas às mulheres burguesas.

No campo da política, Eleanor ajudou a organizar greves, fez muitas falas públicas sobre o mundo do trabalho e a perspectiva socialista, organizou arrecadações de fundos para partidos e sindicatos, escreveu inúmeros panfletos, compôs campanhas históricas como a de libertação dos mártires de Chicago e transcreveu os escritos de seu pai após sua morte – afinal, só ela entendia a terrível caligrafia de Marx.

Entretanto, como polímata que era, ela explorou diversos mundos e linguagens. Desde criança, escrevia peças, atuava, ilustrava e realizava traduções. Foi dela a primeira tradução para o inglês do clássico Madame Bovary, do francês Gustave Flaubert.

Além disso, é também um dos expoentes do que hoje chamamos de feminismo classista, o feminismo sob a ótica socialista. Suas ideias acerca do tema podem ser lidas no panfleto A questão da mulher (1886), escrito em parceria de Edward Aveling. Junto da biografia, A Expressão Popular também lançou um lindo folheto do escrito. Clique aqui para acessar.

Holmes não se limita a uma visão romântica ou simplista da figura de Eleanor; ao contrário, ela a coloca em toda a sua complexidade, sem reduzi-la a um simples símbolo de luta ou sofrimento.

Sua vida, repleta de vitórias e contradições, é mostrada em sua totalidade – com falhas, limitações e perdas, mas também com uma coragem revolucionária que foi essencial para os avanços no pensamento socialista e feminista da época.

A escolha de Eleanor Marx: uma vida por parte das tradutoras Letícia Bergamini Souto, Lia Urbini e Cecilia Farias se deve, entre outros motivos, à riqueza de documentos novos e informações que foram incorporadas à biografia, além da acessibilidade e clareza da obra.

Ao contrário de outras biografias que tomam como certa a hipótese de suicídio, Holmes oferece uma visão mais equilibrada, permitindo uma compreensão mais complexa das múltiplas facetas da vida de Eleanor.

Sua contribuição à social-democracia na Grã-Bretanha vitoriana foi inegável, e o impacto de suas ideias e ações reverbera até hoje. No entanto, como as tradutoras salientam, é preciso entender Eleanor não apenas como a filha de Karl Marx, mas como uma figura independente que, no processo de transformar o mundo, também se transformou profundamente.

Portanto, a obra é indispensável para quem deseja conhecer o legado de uma das mulheres mais importantes da história do pensamento político e social. Seu caminho, permeado por muita luta, nos guia para uma perspectiva única sobre os avanços do socialismo e do feminismo.

Ao resgatar essa história, a biografia de Rachel Holmes nos dá a oportunidade de reconhecer o verdadeiro significado do legado de Eleanor Marx e a importância de sua contribuição.

Esta matéria integra uma seleção especial de sorteios do Outros Quinhentos neste mês de março. Ao longo deste período, homenagearemos figuras e temas centrais da luta pela emancipação da mulher. Não perca!


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