Em Filhos do rio-mar, caminho para enxergar a Amazônia
Publicado 20/05/2016 às 13:22
Letícia Freire expõe, em S.Paulo, imagens de comunidade ameaçada. Exposição — que retrata, além dos clichês, ribeirinhos e sua relação com rio, propõe visita guiada e rodas de conversa
Por Gabriela Leite
Em uma mistura de arte, crônica e jornalismo, a exposição de fotos Filhos do rio-mar, da fotógrafa Letícia Freire, mostra uma comunidade à beira do rio Tapajós, na Amazônia. A área está ameaçada por um grande complexo hidrelétrico, que arrisca devastar a mata, o rio e os seres que ali vivem. Nas imagens de Letícia, acompanhamos uma fração do cotidiano de pessoas que cultivam uma rica relação com seu ambiente.
A mostra carrega fragmentos da Amazônia diretamente para um pedaço de Mata Atlântica no meio do asfalto: o Instituto Butantan, em São Paulo. Com visitas guiadas e rodas de conversa, será possível conhecer outro lado do Brasil para além do clichê. Letícia, a fotógrafa e colaboradora editorial de Outras Palavras, chegou ao Tapajós junto com a pesquisadora Ana Teresa Reis da Silva, da UnB. Tinha a ideia de retratar os ribeirinhos, a importância do rio e de seus afluentes. Algumas das fotos da exposição foram publicadas em nossas páginas .
Uma de suas surpresa foi o registro de um banho de rio de uma criança, que, com muito medo das lendas sobre o Tapajós, chorou durante todo o tempo em que esteve na água. Esse momento está registrado em uma sensível sequência de retratos. Na visita guiada, Letícia contará essa e outras histórias registradas por suas lentes. Já na roda de conversa, a ideia é falar sobre os fotógrafos e livros que a inspiraram a fazer o registro — sua principal referência é o Pedro Martinelli e seu livro “Gente x Mato”.
A mostra faz parte do evento Avistar Brasil 2016. Realizado no Butantan entre 20 e 22 de maio, ele reúne observadores de aves e explora a questão ambiental e biodiversidade, . As fotografias já passaram por Brasília, acompanhadas de um seminário que discutia os valores tradicionais versus os valores de mercado, e como a ciência se encaixa entre as duas coisas. A ideia é que passem, no futuro, pelo bairro do extremo sul de São Paulo, o Grajaú, e em seguida retornem para o próprio Tapajós.
Populações ameaçadas por madeireiras, mineradoras e grandes projeto. Deixe-os em paz!
muito bom discute um tema importante, a situação de povos tradicionais e o problema ambiental das hidroelétricas, e ajuda a conscientização para defesa do rio Tapajós