“Civilização”, uma obsessão ultrapassada
Ensaio da escritora argelina Louisa Yousfi, em pré-venda pelas editoras Autonomia Literária e GLAC, inspira-se na obra de escritores dissidentes e revolucionários para desafiar a hegemonização do imperialismo cultural. Sorteamos dois exemplares
Publicado 01/08/2025 às 18:41

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Em Mal estar na civilização, Freud aponta que a sociedade foi erguida por meio da supressão de instintos primordiais dos seres humanos. Por conta disso, vivemos em contradições com as leis que nos regem.
Qualificações sobre o que seria ser bárbaro e o que seria ser civilizado foram construídas com base em estereótipos racistas. O branco europeu representa a civilização, enquanto o que não se encaixa nessa caixinha representa a barbárie.
Esses constructos já foram e seguem sendo contestados. Já é explícito que a “civilização”, além de exigir termos que muitas vezes não se aplicam a ela mesma, ergue-se sob a barbárie. Afinal, as guerras, a fome e a exploração têm sido as ferramentas da dita “civilidade”.
Seria então esse um ideal a ser seguido por nós, os povos bárbaros? Qual preço pagamos, nós – os bárbaros –, ao nos “civilizarmos”?

Essa é a pergunta que norteia a escritora, jornalista e ativista “franco-argelina” Louisa Yousfi em sua recente obra Permanecer bárbaro: não brancos contra o império, em pré-venda pelas editoras Autonomia Literária e GLAC. Uma obra que enriquece o debate sobre a política cultural anticolonial.
Outras Palavras e GLAC Edições sortearão dois exemplares de Permanecer bárbaro: não brancos contra o império, de Louisa Yousfi, entre quem apoia nosso jornalismo de profundidade e de perspectiva pós-capitalista. O sorteio estará aberto para inscrições até a segunda-feira do dia 11/8, às 14h. Os membros da rede Outros Quinhentos receberão o formulário de participação via e-mail no boletim enviado para quem contribui. Cadastre-se em nosso Apoia.se para ter acesso!
Não perca! Para quem estiver em São Paulo no dia 09 de agosto há a oportunidade de prestigiar o lançamento do livro com a presença da autora durante a Flipei, às 19 horas, na Praça das Artes Anhangabaú /Centro.
Yousfi se pergunta acerca do que se perde quando quando povos historicamente marcados como bárbaros – negros, latinos, migrantes, árabes, muçulmanos, indígenas – buscam alcançar os ideais do Ocidente.
Nascida no seio de uma família operária de imigrantes argelinos que migraram para França pós-descolonização da Argélia, a autora seguiu os caminhos da “civilização”. Formou-se em filosofia e jornalismo e tem obtido reconhecimento internacional com seu trabalho.
No entanto, essa jornada de integração também suscitou em Yousfi o questionamento acerca de como a assimilação, na maioria das vezes, implica a perda da tradição, dos costumes, de toda uma ligação com a cultura anterior, algo que pode significar um profundo desligamento com seu passado. Neste breve ensaio, ela provoca-nos a desafiar a integração com os costumes do ocidente como uma necessidade histórica.
Inspirada na trajetória do escritor, poeta e revolucionário argelino Kateb Yacine (كاتب ياسين), a jornalista reflete acerca de maneiras para resistir à hegemonização cultural e moral do imperialismo. O argelino serve de inspiração pois além de lutar pela independência de seu país e acompanhar processos revolucionários ao redor do mundo, em determinado momento negou radicalmente os resquícios da colonização, deixando inclusive de escrever em francês e passando a escrever suas obras apenas em árabe.
Entretanto, as referências não param no argelino, para exaltar as “almas que recusam-se em ser domesticadas”, o escrito caminha por letras de rap e citações de personalidades como Toni Morrison, Chester Himes.
Indo da era colonial argelina ao 11 de Setembro e questionando o tratamento dado aos imigrantes, a pensadora inverte o quadro e faz a pergunta lógica, quem é a verdadeira besta irracional?
Em parceria com a Autonomia Literária e GLAC edições, Outras Palavras irá sortear dois exemplares de Permanecer bárbaro: não brancos contra o império, de Louisa Yousfi, entre quem apoia nosso jornalismo de profundidade e de perspectiva pós-capitalista. O sorteio estará aberto para inscrições até a segunda-feira do dia 11/8, às 14h. Os membros da rede Outros Quinhentos receberão o formulário de participação via e-mail no boletim enviado para quem contribui. Cadastre-se em nosso Apoia.se para ter acesso!
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