Ana Rüsche: “Imaginar é o que nos leva adiante”

Em obra recém-lançada, autora brasileira usa referências do pensamento ecológico, do horror, das utopias e distopias literárias para compreender a era do Antropoceno – Ela ressalta: para enfrentar a catástrofe é preciso imaginação política. Sorteamos um exemplar

Imagem reproduzida no site da autora
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Em obra recém-lançada, a autora brasileira usa referências do pensamento ecológico, do horror, das utopias e distopias literárias para compreender e ampliar o conceito de Antropoceno. Ressalta: é preciso imaginar para transformar. Sorteamos um exemplar 

Vivemos uma era onde os seres humanos promovem diariamente profundas mudanças no planeta. Interferimos ativamente no ciclo de vida e reprodução de outras espécies e causamos alterações  – muitas delas irreversíveis – nos oceanos, no solo, na atmosfera…

Alguns pensadores classificam esse longo momento histórico como Antropoceno – a “era dos humanos”. Não há um consenso acerca de quando ele teria começado, alguns argumentam que se iniciou com a colonização das Américas, por conta do espraiamento de doenças e mazelas em geral empreendido pelos colonizadores; outros classificam a Revolução Industrial; enquanto outros falam da “Grande Aceleração” durante a década de 1950.

A pesquisadora e escritora Ana Rüsche esmiúça a questão na obra Quimeras do agora – Literatura, ecologia e imaginação política no Antropoceno, recém lançada pela editora Bandeirola.

Outras Palavras sorteará um exemplar de Quimeras do agora – Literatura, ecologia e imaginação política no Antropoceno, de Ana Rüsche, entre quem apoia nosso jornalismo de profundidade e de perspectiva pós-capitalista. O sorteio estará aberto para inscrições até a segunda-feira do dia 4/8, às 14h. Os membros da rede Outros Quinhentos receberão o formulário de participação via e-mail no boletim enviado para quem contribui. Cadastre-se em nosso Apoia.se para ter acesso!

No livro, a autora discute o surgimento da ideia de Antropoceno tendo como base seu significado simbólico na ciência e na literatura de ficção. O volume passeia por títulos que vão da literatura de horror e terror, como Frankenstein, da inglesa Mary Shelley; circula por distopias, como a obra Não Verás País Nenhum, do brasileiro Ignácio de Loyola Brandão; e aborda com cuidado o tema dos horrores coloniais e do ecocídio.

Rüsche é autora prestigiada, já foi finalista do prêmio Jabuti e publicou uma série de contos, poesias e romances. A obra em questão surge de sua pesquisa acadêmica de pós-doutorado em estudos linguísticos e literários, que teve como objetivo argumentar que a literatura antecipou a discussão do Antropoceno.

A escritora toma de arsenal clássicos como Platão e Thomas More, e chega a contemporâneos como Lovelock, Fredric Jameson, Donna Haraway, Ailton Krenak, Naomi Klein, além de autores de ficção científica…


“Curiosamente é esse exercício de imaginar o que não é capaz de existir que nos devolve, uma vez mais, nosso próprio mundo. As utopias nascem de uma certeza quase sem sentido: é possível demolir a crença universal e preguiçosa de que outras alternativas são inviáveis e impossíveis. Em última análise, a invenção de utopias nos deixa mais conscientes de nossa limitação mental e ideológica de imaginar uma alteridade, reforçando, ao final, que só a alteração histórica e a ação da prática cotidiana podem engendrar uma mudança.”

– trecho retirado da obra


Ana defende que é também papel da literatura apresentar futuros possíveis, utopias e distopias que sejam capazes de imaginar outros mundos, afinal, como levanta a autora “Dar forma a ideias e retratar o mundo são o cerne do fazer literário. (…) Nomear é construir um mundo, um conceito, uma forma de compreender as coisas, mesmo que dependam da materialidade para de fato acontecerem.”.

É por isso que ela levanta a importância da ficção, das leituras e releituras como ferramentas de interpretação e transformação do mundo – antes que seja tarde. Aos leitores preocupados com o um futuro, esse é um poderoso ativo para ajudar a imaginação a nos levar adiante.


Outras Palavras irá sortear um exemplar de Quimeras do agora – Literatura, ecologia e imaginação política no Antropoceno, de Ana Rüsche, entre quem apoia nosso jornalismo de profundidade e de perspectiva pós-capitalista. O sorteio estará aberto para inscrições até a segunda-feira do dia 4/8, às 14h. Os membros da rede Outros Quinhentos receberão o formulário de participação via e-mail no boletim enviado para quem contribui. Cadastre-se em nosso Apoia.se para ter acesso!


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