É provável que pouco mude na política monetária: novo presidente do BC endossou juros altíssimos de Campos Neto e relativiza o ataque do financismo à moeda nacional. Já ministro da Fazenda aventa uma insana desaceleração do crescimento do PIB
Outras saídas eram mais simples e eficazes aos cortes. Uma MP para eliminar isenção tributária para lucros e dividendos, por exemplo. Pacote de Haddad, no entanto, escolheu penalizar os mais vulneráveis. Mas ainda há tempo de reverter a rota austericida…
Fazenda propõe “economizar” R$ 31 bi em 2025, mas país transfere, a cada ano, 25 vezes mais ao rentismo. Pacote de Haddad deixa de fora dos cortes o pior gasto de todos: regressivo, parasita e concentrador de renda. Porém, fica cada vez mais claro onde está a “gastança”
Estamos (e estaremos) com déficit por um bom tempo, como muitos países, mas o Brasil não quebrará por isso. Por que, então, ministro impõe cortes nas Saúde, Educação e Previdência? Não seria mais coerente mirar no pagamento dos juros, a conta mais deficitária do Orçamento?
Há alternativas – e rápidas – para conter o rentismo que pressiona e tenta ocupar mais espaço no governo. Acabar com a isenção de lucros e dividendos com uma Medida Provisória, por exemplo. Mas isso requer coragem – e apoio dos setores populares
Desde Getúlio, a relação do Brasil com o Fundo alternou subordinação e conflito. Lula 1 alcançou certa independência. Agora, ministro mostra-se submisso diante das orientações da instituição que sempre levaram o Sul a privatizações e desmonte de direitos