Empenhado em recuperar popularidade, governo cria novo tipo de empréstimo para trabalhadores com carteira. Mas, por temer enfrentar agiotagem dos bancos, não limita os juros nem, muito menos, os abusos do rentismo financeiro
Dois erros foram centrais para produzir avaliações negativas do governo. Apesar de sucessivos alertas de economistas, Haddad fixou uma meta de inflação que levou à alta dos juros. E paralisia do governo, diante da alta do dólar, contribuiu para forte aumento dos preços
Programa tornou-se marco no combate à pobreza no Brasil e grande bandeira de Lula. Mas a alta dos preços da comida o corrói – e, ainda assim, governo diz que não elevará seu valor. Isso em nada ajudará o presidente na tentativa de reconexão com sua base social para 2026
Brasil pagou este valor, em doze meses, ao parasitismo financista. Mas insiste em cortes nos gastos sociais que podem aprofundar desigualdades e abrir espaço para a privatização de serviços públicos. Se 2026 já começou, como diz Lula, é hora de reorientar a política econômica
Reunião ministerial nada apresentou de concreto. E houve até ministro que disse: se a laranja está cara, que coma outra fruta. Governo abre mão de estoques reguladores e retomar o protagonismo do Estado. Queda na popularidade de Lula é sintomática
É provável que pouco mude na política monetária: novo presidente do BC endossou juros altíssimos de Campos Neto e relativiza o ataque do financismo à moeda nacional. Já ministro da Fazenda aventa uma insana desaceleração do crescimento do PIB