Tudo indica que inflação e desemprego continuarão subindo; PIB crescerá pouco mais de 1%. Copom prepara novo aumento da Selic. Lula lidera pesquisas; Bolsonaro agoniza, mas é preciso atenção à incógnita reação de uma fera acuada
Ele agarra-se ao cargo como pode — e capitula aos oportunismos eleitoreiros de Bolsonaro. Agora, enfrenta críticas até do rentismo. Seu triênio na Economia será marcado pela incompetência, desmontes e gambiarras para agradar o chefe
Eis o cinismo de Guedes: cortou, só neste ano, 15% do orçamento para Saúde e Educação, omite-se frente a inflação galopante e afirma não haver recursos para programas sociais. Mas pagou R$ 352 bilhões em juros da dívida aos cassinos financeiros
A festa acabou, a economia degringolou e o apoio popular sumiu. Desesperado pela reeleição, presidente se escora no “centrão” – e no insipiente Auxílio Brasil. Mas o tempo é curto e a velha mídia, “órfã da austeridade”, abandona até Guedes
Para bancar o Auxílio Brasil, Guedes busca alterar a Constituição e dar calote em dívidas obrigatórias do Estado. “Solução contábil” visa mantê-lo fiel ao discurso de “austeridade” e evitar o debate central: a revogação urgente do Teto de Gastos
Ao criticarem o oportunismo de Bolsonaro, até setores da esquerda embarcam no discurso “equilíbrio fiscal”, em coro com a velha mídia. No Brasil da fome, resistência deve passar pelo fim do Teto de Gastos e defesa de um auxílio de R$700
Ministro busca em desespero, no Orçamento, recursos que deem alguma chance a Bolsonaro e ao Centrão. Ao negar antigo discurso, expõe o seu oportunismo e o da oligarquia financeira — que topa tudo por privilégios e dinheiro
Política que atrelou preço do petróleo aos mercados internacionais, submetendo-o ao dólar, é uma das origens da atual tragédia brasileira. Financistas aferram-se a ela. Mas é urgente revertê-la, e há alternativas sólidas para isso