OutrasPalavras

Jornalismo de Profundidade e Pós-capitalismo

“E levando a malinha, jornais comprados e uma vontade humilde de chorar, nervosamente, epilepticamente, caminhou pelas ruas”

“O artista deitou a cabeça farta ao colo suave da amante imprevista. E dialogaram ante a festa muda do mar brasílico e da terra brasílica”

“E na seriedade dos olhos onde se confessavam todos os crimes e covardias, mas também as tentativas de vitórias fecundas, o escultor viu passar uma promessa contente”

Em prefácio a “Serafim Ponte Grande”, escritor revê trajetória, declara desejo de servir à revolução proletária e renega fase antropofágica — à qual voltaria depois

“Passou o dia estirado em um quarto de hotel em Santos. A noite veio e foi… Ficou até meio-dia na cama alva e desconhecida. Fazia calor de porto sul-americano”

“Jorge D’Alvelos não estava morrendo: estava subindo do fundo limoso de precipício onde o haviam jogado cego, perfurado de fogo líquido no coração”

“S.Paulo rumorejava últimos instantes do carnaval. Houve luz e baque mecânico na noite. Surpresa azeda na boca… Moveu as pernas numa aflição de viver”

“E corpos juvenis esmagavam-se docemente contra Jorge d’Alvelos, no aperto geral risonho. Esbarravam nas suas, mãos suadas de moças, braços suados”

Documento de Oswald evoca comunismo, revolução e psicanálise, mas os enxerga em perspectiva radicalmente descolonizada e não-cristã

“A amante morta jazia no fundo subterrâneo do seu ser: imortal, perene companheira para as noites de solidão, para as horas amargas”