Ressurgimento de fenômeno aparentemente longínquo: a religião como ícone de dominação violenta. Como o vazio institucional nas favelas introjetou o fundamentalismo no coração da ordem miliciana que subjuga população
Apoiadores do presidente, instigados por ele, amotinaram-se contra o lockdown, que teria reduzido a tragédia. Ministério da Saúde despreparou população, ao “tranquilizá-la” com a cloroquina. Agora, presidente tenta lavar as mãos
Enquanto o mundo aguardava o encerramento de um ano maldito, o cassino financeiro celebrou comissões bilionárias com mercado de dívidas impulsionado por empresas quebradas, e irrigado com rios de dinheiro dos Estados
Oceanógrafo aponta: decisão do STF que suspendeu ataque do ministro do Ambiente a manguezais e restingas não basta. Para deter desastre, será preciso proteção mais robusta, principalmente contra abusos do próprio governo
Paralisia econômica e desigualdades explosivas levam executivos a questionar busca do lucro máximo, a curtíssimo prazo. Mas hesitam: por que romper com os dogmas de Milton Friedman, que glorificam o interesse egoísta acima de tudo?
Para ex-ministro, país só superará as três décadas de estagnação, e de ausência de projeto nacional, quando livrar-se da prisão neoliberal. Para tanto, Estado precisará ampliar gasto social e em infraestrutura, e perder o medo de emitir dinheiro
Não se trata de “avanço evangélico”. Também políticos católicos, ou não ligados a fé religiosa, manejam a pauta de costumes para obter apoio nas periferias. Esquerda precisa, se quiser se recompor, voltar a dialogar com estas
No Ocidente, corporações farmacêuticas terceirizam pesquisa para pequenas start-ups. De cada dez, uma sobrevive — e precisa gerar lucros altíssimos. Sociedades pagam, em imunizações que podem custar US$ 50. Estados são cúmplices
Negligência sanitária do governo e fim do Auxílio Emergencial ampliarão drama dos mais pobres. Pode haver revoltas sociais. Esquerda precisa concentrar-se nos problemas da maioria, em vez de se se entregar aos cálculos eleitorais
Como as corporações que dominam quatro setores — farmacêutico, químico, biotecnológico e agroindustrial — submetem populações a padrão alimentar cada vez mais monótono, devastador da natureza e associado a enfermidades como a covid