Guia brasileiro reforça evidências contra ultraprocessados

Documento com linguagem didática e acessível é ferramenta para combate ao lobby da Big Food

Foto: EBC
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Ao lado de representantes da OMS e dos programas das Nações Unidas para alimentos, pesquisadores do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP) lançaram um guia que reforça associações negativas entre alimentos ultraprocessados e adoecimento.

O encontro, que apresentou três artigos-bases para sustentar a hipótese, ocorreu na sede da Fiocruz em Brasília. Com a participação de outros países latinos, os trabalhos já tinham sido publicados em inglês na revista Lancet e serão baliza da OPAS para incentivar políticas públicas na região.

O documento é acessível ao público e os textos são didáticos a respeito da correlação cada vez mais frequente entre comidas industriais com variados elementos artificiais e desenvolvimento de doenças coronarianas, diabetes, entre outras condições debilitantes. Há ainda um infográfico que lista os fatores principais de associação entre o aumento do consumo de ultraprocessados e ampliação de tais indicadores em saúde.

O Guia servirá de apoio a grupos que lutam por agendas políticas de combate ao lobby da indústria do setor, atuante em parlamentos para evitar maior tributação. Também apoiará a defesa de maiores financiamentos à produção de alimentos in natura, uma vez que seu consumo diminui de forma concomitante.

Os estudos em questão foram liderados por Carlos Monteiro, um dos grandes destaques do 14º Congresso da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, realizado em Brasília nesta mesma semana, sob ampla cobertura do Outra Saúde.

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