Saúde tenta combater charlatanismo médico antivacina

• Governo mira charlatanismo médico • Unidades de saúde em risco ambiental • E MAIS: racismo na saúde; novo hospital do HC; Mariana Mazzucatto; fim das praias •

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No final de semana, o Ministério da Saúde deu início ao primeiro movimento do governo Lula de criminalização de profissionais que estimulam convicções antivacina. O ministro Alexandre Padilha afirmou ter subsídios para que tais figuras sejam processadas por crime contra a saúde pública. A tese fraudulenta da vez seria a “spikeopatia”, síndrome que seria deflagrada como possível reação adversas a vacinas de RNA mensageiro. Agindo como influenciadores digitais para vender cursos, essse médicos propagam mentiras sobre reações adversas a esse imunizante.

Novamente, encontra-se entre os possíveis réus o médico infectologia e conselheiro do Cremesp Francisco Cardoso, bolsonarista feroz que teve influência na apologia da cloroquina durante a pandemia. Recentemente, Cardoso incorreu no mesmo expediente desonesto ao oferecer cursos pagos no qual contava a história das vacinas e incluía a cloroquina como tratamento eficaz de coronavírus. Entrevistado pelo Estaão, usou o mesmo argumento ardiloso: afirma querer estimular a investigação científica, mas induz associação negativa sobre a vacina.

Estabelecimentos de saúde em zonas de risco ambiental

Uma pesquisa do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde mapeou as condições geológicas de unidades de saúde do SUS em 1.800 municípios do país e concluiu que 26% estão localizadas em áreas de risco. Entre os eventos que podem ser uma ameaça estão chuvas, enchentes, deslizamentos de terra e queda de fornecimento de energia. Ficaram fora do estudo outras adversidades ambientais como queimadas e secas.

A pesquisa listou algumas recomendações preventivas contra esses eventos, como adaptação de suas estruturas físicas acima de planície alagável e medidas de gestão de energia elétrica em casos de queda na rede pública. A pesquisa do IEPS conseguiu analisar, através de imagens do Serviço Geológico Brasileiro, as condições de 78 mil postos de saúde, dos quais cerca de 22 mil foram considerados vulneráveis.

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O racismo como barreira no SUS

Na semana da Consciência Negra, a Folha publicou a história de Léia Silva, que teve seu diagnóstico de câncer de mama retardado por anos. Por sua baixa idade, médicos passaram anos dispensando-a de uma consulta detalhada e exames, e os próprios gestores de saúde admitiram o racismo como um dos fatores da negligência. Leia sua história.

Hospital “inteligente” em SP

O Ministério da Saúde anunciou parceria com o Hospital das Clínicas da USP para construção do primeiro “hospital inteligente” do país. Trata-se de instalação focalizada em telemedicina, que poderá realizar consultas e analisar exames em integração com estabelecimentos de saúde de outros estados. Quais são as promessas?

“Estado empreendedor” na emergência climática

Teórica da ação estatal no avanço e modernização econômica dos principais países capitalistas, a economista ítalo-estadunidense Mariana Mazzucatto reforçou sua tese ao defender pesados investimentos públicos na preservação ambiental e transição ecológica. Ela discursou na COP-30 de Belém. Entenda o que isso significa.

O esmagamento das praias

Em evento da Fapesp no Uruguai, o professor Omar Defeo afirmou que “quase metade das praias desaparecerá até o final do século”. Em sua palestra, explicou como a combinação de avanço urbano e aumento do nível do mar empobrecem os ecossistemas. Acesse os detalhes.

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