Importação de médicos pelo Norte Global cresce em 86%

•Norte Global leva nossos médicos • Vacina brasileira da dengue • Problemas no anexo do Acordo das Pandemias • E MAIS: Febre maculosa; Saúde nas cidades; Covid-19 subnotificado; Mamografias •

Uma sondagem da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) revelou que o número de médicos estrangeiros contratados pelas nações ricas aumentou em 86% entre 2001 e 2021. Os profissionais vindos do exterior já representam 54% da força de trabalho da medicina na Austrália, 41% no Reino Unido e 30% nos Estados Unidos.

O aumento na demanda por trabalhadores da saúde se dá principalmente pelo envelhecimento da população nesses países. A prática, contudo, pode estar violando o Código de Prática Global para o Recrutamento Internacional de Pessoal de Saúde, documento lançado pela OMS em 2010, que se propõe a coibir práticas de recrutamento que agridem os sistemas de saúde do Sul Global. Dessa maneira, os Estados ricos acessam uma força de trabalho extremamente bem-formada a uma fração do custo necessário para formar profissionais desse nível localmente, deixando que a conta seja paga pelos países em desenvolvimento.

Vacina nacional da dengue em 2026

Em novo pronunciamento sobre a aprovação do imunizante nacional contra a dengue, o Ministério da Saúde afirma que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve autorizar a vacina do Instituto Butantan no ano que vem. O titular da pasta, Alexandre Padilha, também anunciou a previsão de que o novo imunizante deve passar a ser distribuído ainda no próximo ano, com faixas etárias e estratégias de distribuição a serem definidas pelo Programa Nacional de Imunização.

De acordo com o ministro, um levantamento feito com 3,2 mil municípios mostrou que 30% dessas cidades estão em situação de alerta para a proliferação e transmissão de doenças pelo Aedes aegypti no ano que vem, sendo São Paulo, Minas Gerais e Paraná líderes nas mortes causadas por essas infecções.

Proposta de anexo ao Acordo das Pandemias é criticada

A primeira versão do sistema de Acesso a Patógenos e Partilha de Benefícios, mecanismo a ser anexado ao Acordo das Pandemias, foi recusada pelos países-membros do Grupo de Trabalho Intergovernamental. O debate se dá principalmente pela falta de clareza em fatores como os direitos e deveres de cada nação diante dos agentes patogênicos a serem descobertos.

A dificuldade que originou o atraso no fechamento do tratado parece persistir, como cobriu Outra Saúde, parece persistir: os países em desenvolvimento denunciaram que as grandes potências econômicas promoveram agressivamente a visão de que os primeiros deveriam compartilhar dados de microorganismos com potencial de causar uma nova pandemia. No entanto, não haveria acesso garantido aos medicamentos, diagnósticos e vacinas que fossem desenvolvidos com as informações cedidas. Com a pressão, estas nações ricas estariam priorizando o lucro de suas corporações farmacêuticas, e não a ação coletiva contra futuras emergências sanitárias.

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Febre maculosa

Na semana passada, duas mortes foram registradas na cidade de Leme, no interior de São Paulo, por febre maculosa. A região vem sofrendo com a chamada doença do carrapato, que já levou a 20 óbitos neste ano. Confira mais informações.

Saúde urbana

Com mais da metade da população global inserida em contextos urbanos, a OMS aponta que as piores crises sanitárias recaem sobre os que moram em favelas e assentamentos irregulares. Por isso, a entidade criou um Guia de Estratégias para a Saúde Urbana. Acesse o documento.

Alta na covid-19

Os países estão deixando de registrar dados e monitorar a incidência do coronavírus em suas populações, indica artigo publicado na Nature. A pesquisa aponta um crescimento notável nos casos, e alerta para a possibilidade de um contexto pior ainda, disfarçado pela subnotificação. Saiba mais.

Mamografias insuficientes

Apenas 20% das mulheres entre 50 e 69 anos realizaram exames de mamografia no SUS entre janeiro e agosto deste ano, sugere levantamento. A baixa nos exames pode levar a diagnósticos tardios e menores chances de combate à doença. Confira.

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