Para que serve um artista?

Em obra da Editora 34, teórico francês reflete sobre alguns dos principais temas da arte contemporânea: “a morte da arte” e o surgimento dos artistas-do-comum, criadores engajados socialmente e menos preocupados com prestígio ou tradição. Concorra a um exemplar

Natureza-morta com um crânio (Nature morte au crane), Paul Cezanne [1898] | Fonte: WikiArt
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O “fim da arte e do artista” é um debate que causa muito burburinho no meio artístico de nossos tempos. A polêmica se relaciona ao fato de que vivemos um momento de expansão das possibilidades artísticas, um dos fatores que levam a isso, é o de que muitos artistas já não se sentem mais tão amarrados aos cânones.

Além disso, vivemos em uma sociedade onde os dispositivos eletrônicos, a internet e a inteligência artificial penetram cada vez mais em nossas vidas, com aparente normalidade. Tendo isso em vista e em face dessa “morte”, o que é ser artista hoje?

Em meio a essa polêmica, ainda presenciamos a emergência de artistas que carregam angústias relacionadas ao peso da tradição e que muitas vezes pouco se importam com “legado artístico” – ou mesmo o desconhecem.

Por conta disso, parecem mais preocupados com uma arte do presente do que com algum dever para com o passado. Olhando para esse quadro, surgem questões como: quais são as relações entre arte, ativismo artístico, regimes estéticos, utopia social e o surgimento de artistas dessa natureza?

São essas as questões que norteiam a obra A sociedade do artista: ativismo, morte e memória da arte, de Stéphane Huchet, professor titular de História da Arquitetura e Teoria da Arte na Universidade Federal de Minas Gerais, e publicada pela Editora 34.

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Observador privilegiado da cena artística contemporânea, formado pela Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais (EHESS – École des hautes études en sciences sociales) em Paris, Huchet apura e explicita no livro os principais impasses e desafios que envolvem a produção, a recepção e a própria conceituação da arte no mundo hoje.

Na primeira parte da obra, o autor traça de maneira esclarecedora uma linha divisória entre dois tipos de artista: os que se colocam no campo de memória e tradição da História da Arte (ainda quando as transgridem); e os que as ignoram – de forma proposital ou apenas por negligência ou ignorância – e, dessa forma, voltam seu fazer artístico para uma fusão entre arte e vida. Ou seja, quando a arte passa a ter preocupações claras com o outro, o social, o político, o ambiental, a cultura etc.

Esses últimos são os que o autor chama de artistas-do-comum, ou do cotidiano, que são “motivados por uma (nobre) vontade de missão social, de criação de relações no comum, no prosaico e no ordinário da vida e do real […], talvez constituam uma nova categoria de artistas, ativistas corajosos, felizes, socialmente engajados, pouco sensíveis ao seu próprio prestígio”. 

Ainda assim, entre o artista que se define pelo ativismo e o que se define pela memória, está o problema da “morte da arte”. A segunda parte é dedicada a essa questão e sua relação com a memória enquanto elemento central da postura artística.

Por fim, o livro tece uma rememoração histórica do mito social do artista. Mas os artistas-do-comum são o leitmotiv que atravessa toda a obra, “o motivo subjacente da reflexão”.

Como ressalta o sociólogo Laymert Garcia dos Santos, a obra é muito oportuna “para quem quer se situar e se inteirar não só dos rumos das artes moderna e contemporânea como dos embates que se travam a respeito de dois grandes eixos estruturadores do modo como as obras foram e são produzidas e percebidas pelos artistas, pelos especialistas e pelo público.”


Em parceria com a Editora 34, o Outras Palavras irá sortear um exemplar de A sociedade do artista: ativismo, morte e memória da arte, de Stéphane Huchet, entre quem apoia nosso jornalismo de profundidade e de perspectiva pós-capitalista. O sorteio estará aberto para inscrições até a segunda-feira do dia 10/11, às 14h. Os membros da rede Outros Quinhentos receberão o formulário de participação via e-mail no boletim enviado para quem contribui. Cadastre-se em nosso Apoia.se para ter acesso!


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