Os “fuzis artesanais” que atormentam as periferias
A partir de peças importadas de Miami ou moldadas em impressoras 3D, surge uma indústria de armas clandestina no país. Nova logística oferece mercado diversificado para empoderar milícias e reconfigura cadeia ilícita de armamentos – que torna quase impossível rastreá-los
Publicado 25/09/2025 às 18:02

Por Jacqueline Muniz, no Brasil 247
Da importação à indústria clandestina: a mutação do mercado de fuzis
Em 20 de agosto de 2025, a Polícia Federal estourou uma oficina de armas em Rio das Pedras, Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde eram montados fuzis a partir de peças importadas de Miami. No local, os agentes policiais encontraram maquinário, armas em fase de montagem e impressoras 3D, usadas para fabricar componentes. Havia indícios de participação de milicianos que trazem uma expertise diferenciada sobre a gramática de armamentos e os seus modos de emprego (i)legal e (i)legítimo.
Uma operação policial também iniciada no dia 20 e estendida ao dia 21 de agosto de 2025 expôs a escala dessa prática: em Santa Bárbara d’Oeste e Americana, no interior de São Paulo, policiais federais e militares localizaram, respectivamente: 1) uma oficina clandestina de fuzis disfarçada de empresa de usinagem aeronáutica, equipada com moldes e maquinário de precisão; e 2) um galpão com peças e cerca de 40 fuzis em fase de acabamento.
Poucas semanas depois, em 19 de setembro de 2025, a Bahia registrou uma apreensão recorde: em menos de 24 horas, foram confiscados 28 fuzis em operações realizadas em Camaçari, Porto Seguro e Salvador — sendo que, só em Abrantes (Camaçari), a polícia localizou 22 fuzis prontos, munições e drogas. No acumulado de janeiro a setembro, o estado já somava quase 100 fuzis apreendidos, revelando a difusão desse mercado e a interiorização da produção e circulação de armamento pesado.
Esses episódios recentes de 2025 são exemplares de um movimento mais amplo e dinâmico, em curso há anos, que tende a se aprofundar com a difusão tecnológica e a reconfiguração das cadeias ilícitas de armamento. Mais do que casos isolados, são indícios de uma transformação em curso. O chamado “crime organizado” já não depende do contrabando internacional de armas: a manufatura doméstica de fuzis facilita a atividade criminal e dificulta o trabalho das forças de segurança. Esse deslocamento significativo no mercado (i)legal de armas, amalgamado por negócios (i)lícitos e (in)formais, marca a transição de um modelo monopolista de importação/exportação para um regime de produção híbrida.
Essa nova forma combina aquisição de componentes externos e internos com montagem local e modular, reunindo pedaços heterogêneos, de origem distinta e fluxos diversos. Trata-se de uma espécie de assemblagem ilícita. O processo reduz os custos logísticos e operacionais, um dos grandes gargalos do crime e um dos principais desafios das polícias e da segurança pública. Ele garante a regularidade de oferta e diversifica as fontes de abastecimento. Também encarece e complexifica o trabalho policial — do rastreio de peças à perícia balística —, trazendo níveis mais elevados de exigência nas distintas modalidades de policiamento público e estatal.
Ao manufaturar o fuzil de forma doméstica e descentralizada, a economia criminal itinerante e em rede converte uma arma antes relativamente escassa e de alto custo em um bem de produção seriado, vantajosamente canibalizado e sem registro. Sua presença performática no espaço urbano excede a funcionalidade tático-operacional. Ainda que pouco eficiente em enfrentamentos de curta distância, típicos dos eventos cidade — da favela ao asfalto —, o fuzil cumpre um papel simbólico, moral e político: instrumento de construção identitária, dispositivo de prestígio e poder, meio de intimidação e de domínio territorial negociado.
O que se consolida é uma prática discursiva em que a arma não é apenas recurso bélico com um alcance estendido de alto impacto letal. Ela é também capital simbólico e mercadoria estratégica, com elevada visibilidade ostentatória e rendimento performático para os regimes do medo e suas práticas de exceção. Ela sustenta a força das governanças criminais e, ao mesmo tempo, expõe a vulnerabilidade da resposta policial, marcada pela dificuldade de pronta reação e pela insuficiência de repressão qualificada diante da hipersaturação de fuzis entre grupos e nas polícias.
Cada arma clandestina introduz uma nova camada de cálculo na cadeia político-econômica do crime, viabilizando uma lógica de proteção assentada na disseminação da ameaça difusa e da violência como moeda de troca. Tem-se um rendimento da proliferação do fuzil que serve como um ícone sinalizador da capacidade de emprego da coação potencial e concreta, que distribui coercitividades (i)legais e (i)legítimas, dobra vontades, dissuade pela violência e impõe sujeições.
Por que o fuzil? Economia, prestígio e poder
A produção local altera as condições de controle, monitoramento e responsabilização, multiplicando pontos de vulnerabilidade na investigação, no patrulhamento, na emergência, nas operações especiais e, não menos importante, nas atividades periciais e de inteligência.
Entre as opções estratégicas do mercado ilícito, observa-se a escolha deliberada pela montagem clandestina de fuzis — e não de pistolas ou armas curtas. Há boas razões econômicas, logísticas e simbólicas para isso.
Economicamente, a escala de produção e o reaproveitamento de componentes tornam o fuzil mais rentável em mercados que demandam poder de fogo como recurso político-econômico regular. Logisticamente, o fluxo de peças modulares compensa o investimento inicial em maquinário. Simbolicamente, o fuzil oferece prestígio e intimidação, convertendo-se em mercadoria com alto valor de troca social e política nas disputas territoriais.
A escolha pelo fuzil exige especialização: armeiros, usinagem de precisão, linhas de acabamento. Esse capital técnico gera externalidades favoráveis ao crime — maior margem de revenda, fidelização de clientes, capacidade de manter estoques. Assim, mesmo com desvantagens urbanas (volume, peso, munição cara), o retorno econômico e simbólico compensa. O fuzil funciona como totem de poder e terror, cuja visibilidade pública supera sua utilidade bélica imediata.
Importante destacar a reconfiguração das redes de propina e conivência policial que a economia do fuzil revela: a presença de fábricas e linhas de montagem altera os incentivos e os circuitos de pagamento relacionados à apreensão (ou à não apreensão) de fuzis e, não menos importante, à devolução negociada ao dono ilegal do fuzil apreendido, conhecida no Rio de Janeiro como “kit sucesso”.
Tem-se um rearranjo que redefine quem paga, quanto se paga e por quais armas se paga, deslocando os esquemas de propina de simples acertos pontuais para mecanismos contínuos de financiamento e regulação clandestina.
Essa reconfiguração articula-se ao conhecimento especializado necessário na aquisição, montagem, revisão e distribuição dos armamentos — saber que, em grande medida, provém de atores do próprio Estado (policiais, militares regulares) e de atores com acesso técnico e autorizações, como os colecionadores e caçadores (CACs).
Assim se forma uma cadeia produtiva híbrida, onde o capital técnico-político do Estado orienta, subsidia e regula as práticas ilegais e clandestinas. Aqui, o “esquema” de propina com agentes públicos mescla os controles formais, tornando-se parte do aparato de policiamento integrante dos negócios da proteção e de seu circuito de armas e drogas.
Tem-se, neste caso, o avanço do policiamento dos bens, com seus arranjos entre grupos criminais e agentes estatais, na governança de territórios, e os esforços de contenção pelo policiamento do bem, composto pelos segmentos das forças públicas que não se tornaram patrões, sócios ou funcionários do crime organizado.
Evidencia-se que o ator relevante contra ou a favor da organização criminosa (ORCRIM) é o Estado em sua abstração política e a burocracia estatal na concreção de suas práticas, emaranhadas e dispersas nos labirintos institucionais.
Do mercado ao artefato político: efeitos condensados do fuzil
Observa-se como a fábrica clandestina de fuzis atua não apenas como engrenagem de mercado, mas como operador político que redistribui custos, riscos e ganhos.
Para tornar visível essa articulação entre dimensões materiais e simbólicas, o quadro a seguir sintetiza os efeitos mais significativos desse arranjo.
Quadro 1: Síntese dos efeitos significativos

O elenco de efeitos reunidos aponta que a fábrica clandestina de fuzis não se reduz a um arranjo de mercado, mas se projeta como um artefato político que tensiona e reacomoda as relações entre crime e Estado.
Esses efeitos não operam de forma linear-causal, mas como uma gramática material e simbólica que atravessa distintos domínios: a logística da oferta, a economia do preço, a especialização do trabalho, a rastreabilidade policial e o simbolismo social. É nessa chave que a clandestinidade industrial se deixa ver como prática inserida nos modos criminais de governo e nas tecnologias de sujeição adotadas.
Pode-se observar como cada efeito se combina e se reforça nos diferentes eixos que dão alguma centralidade ao fuzil na economia política do crime.
A) Logística e oferta: da escassez à previsibilidade
A emergência de unidades de montagem e pequenas fábricas desloca a disponibilidade de armas do regime esporádico do contrabando para um padrão de oferta mais previsível.
Onde antes o armamento dependia de rotas longas e de risco, instala-se uma arquitetura de estoques e reposição: peças chegam por canais diversos, são acumuladas e montadas conforme a demanda.
Isso altera o repertório de planejamento dos domínios armados — operações, bloqueios e ocupações passam a considerar a existência de reservas internas de armamento, reduzindo a dependência de “oportunidades” externas e tornando as decisões táticas e políticas menos sujeitas a rupturas de abastecimento.
B) Economia e preço: arrendamentos e rotatividade do poder de fogo
A produção local e as modalidades transitórias de apropriação (empréstimos, consignações, arrendamentos) reconfiguram a relação custo-benefício do armamento.
Não é preciso comprar para dispor do poder de fogo: fórmulas de arrendamento e empréstimo permitem que um assalto, uma ação pública de grande visibilidade — como o assassinato de um delator do PCC no aeroporto de Guarulhos ou mesmo uma “encomenda” letal, como o assassinato do ex-chefe da Polícia Civil de São Paulo — sejam executados com armamento de alto calibre sem o desembolso inicial.
Isso torna o fuzil acessível a operadores episódicos e facilita a rotatividade do poder de fogo entre grupos. Na prática, a redução do preço unitário e a circulação temporária diluem o custo e transferem riscos para o provedor, ao mesmo tempo em que criam vínculos de dependência: pactos locais e obrigações informais entre fornecedor e usuário consolidam-se como dispositivos de governança.
O efeito político é duplo: expande a capacidade operacional sem exigir capital alto e, simultaneamente, dificulta a responsabilização individual e institucional, porque o armamento deixa de ser um bem de propriedade estável e passa a ser produto de uma bricolagem que atira, fere e mata.
Esse cenário se adensa quando se considera a flexibilização do porte e do acesso às armas promovida pelo governo Bolsonaro (2019-2022). Pistolas, carabinas e fuzis passaram a circular mais livremente no varejo da vida social, permitindo ao crime “matar com nota fiscal”.
Barateou-se o custo do armamento e saturou-se a já limitada capacidade estatal de fiscalização — política que, na lógica do “liberou geral”, não tinha interesse em se aprimorar.
Estimulou-se, assim, um mercado legal regulado de forma insatisfatória, cujos estoques transbordam para o ilegal e produzem uma circulação híbrida de pequeno e grande porte.
Essa política ancorava-se na ilusão pseudoliberal de que o indivíduo armado poderia se autorregular e se autofiscalizar, sobretudo numa sociedade brasileira desigual e hierárquica, que aciona suas razões de cor, classe, gênero etc. para impor soluções.
O controle foi deslocado para a figura isolada do comprador — na lógica do individualismo egoísta e desconectado dos pactos políticos-normativos, onde “se fez errado, que pague”.
A contrapartida seguiu sendo a fabricação de leis duras, concebidas para serem impraticáveis, e que reforçam o desmanche e a descaracterização de armas.
O efeito imediato foi a criação — e o reforço — de uma capacidade coativa potencial dissolvida no cotidiano da vida comum. Sua existência e a exibição de sua disponibilidade para o uso criam um efeito impositivo e dissuasório.
Esse efeito desiguala os termos de toda e qualquer negociação, frente à possibilidade constante da ameaça latente e difusa de uma arma como escolta das interações conflituosas.
Arsenais privados tornaram-se recurso de estoque para impor soluções violentas e autoritárias de conflitos nos espaços de convivência, sejam eles públicos ou privados, criminais ou não.
Trata-se de um legado que persiste no atual governo Lula. Apesar do esforço de retomar algum rigor na legislação e na fiscalização, os efeitos da flexibilização anterior permanecem, com marcas que seguem organizando o mercado e a circulação de armas.
C) Trabalho especializado: armeiros, técnicos e intermediários
A montagem em escala exige competências técnicas e arranjos organizacionais: usinagem, acabamento, manutenção e logística não são mais tarefas improvisadas, mas funções especializadas.
Surgem polos de saber prático — armeiros, técnicos e intermediários — e cadeias de fornecimento que articulam fornecedores legais e ilegais.
Essa profissionalização produz bens mais confiáveis e padronizados, fideliza clientelas e amplia a capacidade de oferta.
Desloca-se o problema do enfrentamento apenas para o campo policial, porque atinge também dimensões laborais, econômicas e de regulação de mercados.
D) Rastreabilidade e perícia: o labirinto do controle estatal
A fragmentação das rotas e a modularidade das peças complicam a rastreabilidade. Componentes sem numeração, corpos remontados e uso pontual de tecnologias de fabricação dificultam a identificação da origem e exigem perícias multidisciplinares — metalúrgica, digital, balística.
Isso eleva custos e tempos de investigação e impõe à polícia maior necessidade de cooperação (administrativa e técnica), bem como de controle aduaneiro e inteligência financeira.
A consequência é uma assimetria: enquanto a cadeia criminosa se flexibiliza com a contribuição do Estado, a resposta estatal demanda investimentos longos e custosos que dependem de prioridades políticas do governo. Estas prioridades podem não acontecer diante da ausência ou presença da “vontade política” personalista, instável e suscetível à busca por resultados eleitorais.
E) Simbolismo e fetiche: o fuzil como ativo relacional
O fuzil opera simultaneamente como instrumento e como signo: mesmo em cenários urbanos e em geografias acidentadas — ocupações com traçado irregular, becos e encostas que reduzem manobrabilidade e campo de visão — sua presença excede a racionalidade tático-operacional.
O peso, o porte e a logística de munição tornam o fuzil desajustado a muitos ambientes cotidianos. Contudo, a visibilidade pública do armamento confere autoridade às governanças criminais.
Além disso, a circulação por arrendamentos e empréstimos transforma o fuzil em ativo relacional: é tanto ferramenta de coerção quanto meio de composição de lealdades e obrigações locais.
Metas, propinas e a engrenagem político-criminal
Outro efeito perverso são as metas isoladas de apreensão de fuzis, que transformam o que deveria ser um meio para reduzir a circulação de armas num fim em si mesmo.
Esse simplismo retroalimenta a lógica das propinas e dos esquemas necessários para sustentar o produtivismo policial.
Como não é possível manter uma curva linear e crescente de apreensões — sobretudo das armas mais caras —, tais metas acabam exigindo a negociação direta com o crime para garantir números vistosos.
A estatística de impacto, convertida em propaganda imediata, funciona como capital eleitoral, enquanto, nos bastidores, rearranjam-se as propinas em torno daquilo que será ou não apreendido.
Esse processo ancora-se num saber técnico especializado sobre aquisição, montagem, revisão e circulação de armamentos — muito dele oriundo de agentes do próprio Estado (policiais, militares regulares) — e dá forma a uma cadeia produtiva que combina crime e aparato estatal, transformando a gestão de fuzis em moeda política e publicitária.
Quadro 2 – Engrenagem política das metas

Diante dessa engrenagem — metas que se autoalimentam, estatísticas convertidas em capital eleitoral e uma cadeia produtiva híbrida — seguem-se implicações práticas imediatas para políticas de controle de armamentos, fiscalização interna e transparência das operações.
A leitura dos eixos analíticos permite compreender que os efeitos das fábricas clandestinas produzem impactos concretos no funcionamento cotidiano do crime e na capacidade de resposta do Estado.
É nesse ponto que se pode sistematizar as implicações práticas da montagem local de fuzis, organizadas como catálogo técnico que traduz a engrenagem industrial em consequências operacionais diretas para o mercado ilícito e para a ação policial.
Quadro 3 – Implicações operacionais específicas

A convergência entre esses eixos gera um circuito autorreprodutor: a oferta regular e o preço mais baixo expandem o mercado; a especialização assegura qualidade e fidelização; a perda de rastreabilidade aumenta a impunidade; o valor simbólico do fuzil retroalimenta sua demanda.
O resultado é uma economia política armada em que o fuzil opera simultaneamente como mercadoria, signo de poder e instrumento de governo territorial.
O desafio da “industrialização criminal”
As fábricas clandestinas de fuzis expressam a industrialização do crime organizado como parte constitutiva da economia política em rede que envolve negócios (i)legais e governanças criminais sob a regulação do Estado.
Não se trata de desvio ou exceção, mas de prática ordinária que reorganiza fluxos, regula preços, redistribui riscos e reconfigura relações de poder.
Este artigo buscou evidenciar cinco pontos centrais:
- a logística que passa da política da escassez à política da previsibilidade;
- a economia que dilui custos via arrendamentos e rotatividade do meio coercitivo;
- a especialização do trabalho que cria cadeias híbridas de armeiros, técnicos e intermediários;
- a rastreabilidade comprometida pela modularidade e pela fragmentação;
- o simbolismo do fuzil convertido em capital político, mercadoria estratégica e ativo relacional.
A engrenagem das metas de apreensão, das estatísticas publicitárias e dos esquemas de propina mostra como o policiamento dos bens se entrelaça à gestão criminal, enquanto o policiamento do bem é tensionado pelos labirintos institucionais.
O enfrentamento desse fenômeno exige compreender que a industrialização do fuzil é também uma tecnologia de governo.
No plano regulatório, implica controle de peças, kits e marketplaces virtuais.
No plano técnico, supõe ampliar a perícia e a rastreabilidade forense.
No plano político, demanda cooperação internacional, arranjos federativos e monitoramento financeiro.
Mas o ponto decisivo é simbólico: disputar o fetiche do fuzil como signo de prestígio e poder, que tem sido construído como uma pedagogia de governos policiais e militares dentro da estrutura do Estado.
Sem essa disputa política de sentidos que vem de dentro, a engrenagem político-criminal seguirá operando o fuzil como artefato central da economia política do crime — mesmo diante de sua menor rentabilidade logística e tático-operacional nos domínios territoriais armados.
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