Sofrimento mental na adolescência e suas desigualdades

• Adolescentes LGBT+ sofrem mais de depressão e ansiedade • Bolsa Família reduz casos de HIV/aids • E MAIS: surto de cólera no Sudão; febre oropouche nas Américas; cerco a Cuba •

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Um estudo australiano recente, publicado no Australian and New Zealand Journal of Public Health, revelou que meninas e adolescentes LGBT+ apresentam níveis significativamente mais altos de depressão e ansiedade – que costumam piorar ao longo dos anos escolares. O trabalho, que envolveu estudantes dos ensinos fundamental e médio, aponta que a chamada “lacuna de gênero” não só existe, como amplia-se na adolescência, uma vez que, em comparação a meninos cisgênero, a prevalência de sofrimento psicológico foi maior entre meninas e jovens que se identificam com outros gêneros e orientações sexuais. 

Embora transtornos mentais na adolescência não sejam incomuns, por que o sofrimento é mais intenso entre estes grupos? A explicação para o fenômeno inclui uma série de explicações biológicas, sociais e estruturais. Para além de mudanças hormonais, a discriminação, o bullying, o isolamento – de que padecem sobretudo os jovens LGBT+ – e a condição econômica são alguns dos fatores. É aí que reside a importância de políticas públicas que atuem diretamente nos determinantes sociais de saúde e de programas de apoio que considerem o recorte de gênero e dê atenção especial a meninas e jovens LGBT+. 

Bolsa Família e melhoras na saúde pública

Uma pesquisa, publicada na Nature Human Behavior, avaliou o impacto do Bolsa Família na incidência e mortalidade relacionada ao HIV/aids em mulheres brasileiras em situação de vulnerabilidade. Já provado o impacto deste que é o maior programa de transferência de renda do mundo na melhora da saúde pública, o novo estudo demonstra a relação entre o recebimento do Bolsa Família e a redação de 47% e 42% na incidência de HIV/aids em filhas e mães, respectivamente.

O trabalho, fruto de parceria entre a Fiocruz e o Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia, demonstra efeitos ainda mais significativos entre mulheres que acumulavam duas vulnerabilidades sociais, especialmente as negras em situação de extrema pobreza, onde identificou-se uma redução de 53% na incidência da doença. Os pesquisadores destacam a importância de programas de transferência de renda como o Bolsa Família para a redução das desigualdades fortemente associadas à aids – reflexo das disparidades intersetoriais da saúde brasileira.

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Cólera no Sudão

Em meio à guerra, o Sudão registrou o surto mais grave da doença, com ao menos 40 mortes na última semana, concentradas na região de Darfur. Foram atendidos mais de 2,3 mil pacientes pela equipe dos Médicos Sem Fronteiras. No último ano, foram mais de 100 mil casos no país. Falta de acesso à água piora a situação.

Novos dados sobre febre oropouche

12.786 casos da febre oropouche foram confirmados foram notificados em 11 países da América, segundo a Opas. Quase todos estão no Brasil, segundo a Organização. No país, eles se concentram no Espírito Santo e Rio de Janeiro. O espalhamento da doença está ligado às mudanças climáticas. Veja mais dados.

EUA buscam asfixiar Cuba ainda mais

Não é só o Brasil que é atacado pelos Estados Unidos por envolvimento com programas cubanos de cooperação médica: vistos de funcionários de governos africanos e seus familiares também foram cancelados. Segundo o Ministério da Saúde do país caribenho, a ilha mantém atualmente 24 mil médicos em 56 países. Como isso amplia o cerco a Cuba

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