Brasil premiado por medidas antitabagistas, mas uso cresce

• Uso do tabaco no Brasil, na era dos vapes • Gripe aviária no Brasil • Israel dá mais um passo na destruição de Gaza • E MAIS: mortes maternas; esclerose múltipla; alimentos enganosos; albinismo •

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A Anvisa recebeu, no dia 28/5, o prêmio do Dia Mundial Sem Tabaco 2025 da OMS. A cerimônia aconteceu na sede da Opas em Brasília (DF). A agência foi reconhecida pela sua atuação na regulamentação dos cigarros eletrônicos, que atualizou e manteve a proibição desses produtos no país. A diretora da Anvisa, Danitza Buvinich, afirmou que: “A decisão da Anvisa baseou-se em um processo de revisão normativa que se iniciou em 2019, fruto de ampla revisão da literatura científica e técnica de uma forte participação social em diferentes etapas do processo”. 

Mesmo proibido, o uso de cigarros eletrônicos está disseminado no país. Em um ano, mesmo com uma pequena queda entre homens, a prevalência de mulheres brasileiras fumantes de vapes quase dobrou. Os dados preliminares são de uma pesquisa do próprio Ministério da Saúde feita em capitais e no Distrito Federal. Na própria cerimônia de entrega do prêmio para a Anvisa, foi anunciada a primeira alta de fumantes adultos desde 2007. 

A preocupação com o tabagismo é global. Também no 28/05, a OMS lançou uma nova publicação que faz um chamado aos governos para proibirem urgentemente todos os sabores artificiais em produtos de tabaco e nicotina para proteger os jovens da dependência e de doenças. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, afirmou que: “Os sabores artificiais estão alimentando uma nova onda de dependência e devem ser proibidos. Eles minam décadas de progresso no controle do tabaco”. As Américas apresentaram a segunda maior prevalência de consumo de tabaco entre adolescentes, ao mesmo tempo em que se observou um aumento no uso de cigarros eletrônicos pelo mesmo grupo.

A estratégia brasileira para combate à gripe aviária

Raphael Andreatti, especialista em patologias aviárias e professor da Unesp, em entrevista ao Jornal da Unesp, analisou o histórico do vírus H5N1, sua chegada ao Brasil e as estratégias tomadas pelas autoridades ao redor do país. Ele explica que, desde o surgimento do vírus na Ásia, em fins do século XX, a avicultura já começou a debater a chegada do vírus ao Brasil, uma vez que o país ocupa a posição de maior exportador de carne de frango do mundo. Por isso, o preparo para combater a possível eclosão da gripe aviária em território brasileiro não é de hoje.

Para o docente, “o fato de o Brasil ser o último grande produtor do setor a registrar casos de gripe aviária é um sinal do sucesso das autoridades em se articularem para retardar o problema. Mas agora será o momento de testar a preparação para o enfrentamento direto”. Andreatti diz que o protocolo de ações concebido recentemente pelas autoridades e produtores visa conter o vírus no local onde foi detectado, impedindo o surgimento de novos focos. Neste protocolo, explica ele, uma vez detectada a doença, os animais que restaram vivos são sacrificados e enterrados com produtos químicos. Além disso, Raphael enfatiza que os riscos para seres humanos são mínimos e que, apesar de a letalidade do vírus ser alta, a ocorrência de casos em humanos ainda é muito baixa.

Israel fecha o último hospital em funcionamento no Norte de Gaza

Autoridades israelenses forçaram a evacuação de profissionais de saúde e pacientes do Al Awda, o último hospital em funcionamento – mesmo que parcialmente – na região norte de Gaza. Entrevistado pela Al Jazeera, o direitor do Al Awda afirmou que, estando sob cerco israelense há duas semanas, ele e a equipe médica foram forçados a sair sob ameaças de bombardeio e assassinato. Em 22 de maio, esse mesmo hospital já havia sido atacado.

Desde que Israel quebrou o acordo de cessar-fogo em março, o genocídio contra o povo palestino, especialmente no Norte de Gaza, escalou. Em maio, as forças israelenses detonaram dezenas de hospitais e fecharam o único centro de Gaza que cuidava de casos severos de desnutrição. A destruição do sistema de saúde na Palestina é uma das formas da limpeza étnica almejada pelo governo israelense com o genocídio palestino.

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A urgência de reduzir as mortes maternas

Como promover mudanças radicais para reduzir as mortes maternas, um problema grave no Brasil, que atingem de forma desigual mulheres pobres e de povos tradicionais? Segundo o Ministério da Saúde, 92% delas são evitáveis. Um debate promovido pelo Cebes abordou o tema. Assista e entenda por que são necessárias mudanças estruturais.

Falta de remédio para esclerose múltipla

Segundo pacientes que usam fumarato de dimetila, medicamento de alto custo para tratar esclerose múltipla, ele está em falta no SUS. O Ministério da Saúde afirma que há dificuldade em adquirir o medicamento com o fabricante, mas que as entregas serão feitas nesta semana. Entenda a importância do remédio.

Como evitar alimentos fake

Azeite que é óleo composto, mel que é xarope de glicose, iogurte que é “bebida láctea”. A indústria inundou os supermercados de alimentos enganosos por preço mais barato. O risco: têm poucos nutrientes e muitos aditivos. Como identificá-los? Veja o que recomendam especialistas da nutrição.

Proteção a pessoas com albinismo

Pessoas albinas agora passam a ter seus direitos reconhecidos por uma política nacional de proteção. Haverá uma linha de cuidados, a definição do perfil epidemiológico, entre outras medidas. A essas pessoas, será oferecido atendimento oftalmológico especializado. Entenda suas necessidades.

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