Bate-Estaca: quando os beats eletrônicos adentraram a cidade
Obra da editora Veneta revela como, entre 1980 e 2000, DJs, drag queens, clubbers e produtores marginais redesenharam não só a noite, mas a própria ideia de cultura em SP, criando espaço de libertação para pessoas LGBTQIA+, periféricas e artistas underground. Sorteamos dois exemplares
Publicado 04/04/2025 às 17:17 - Atualizado 04/04/2025 às 17:20
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Nos anos 1980, enquanto a cidade dormia, um novo ritmo nascia nas entranhas das subculturas de São Paulo. Não era só música – era um movimento que iria transformar para sempre a cultura, a noite e a própria identidade da metrópole.
Essa história, que vai dos clubes underground aos megafestivais, ganha vida nas páginas de Bate-Estaca – Como DJs, drag queens e clubbers salvaram a noite de São Paulo, obra de Camilo Rocha, lançada pela editora Veneta, que vai muito além da nostalgia.
Outras Palavras e Editora Veneta irão sortear dois exemplares de Bate-Estaca – Como DJs, drag queens e clubbers salvaram a noite de São Paulo, de Camilo Rocha, entre quem apoia nosso jornalismo de profundidade e de perspectiva pós-capitalista. O sorteio estará aberto para inscrições até a segunda-feira do dia 21/4, às 14h. Os membros da rede Outros Quinhentos receberão o formulário de participação via e-mail no boletim enviado para quem contribui. Cadastre-se em nosso Apoia.se para ter acesso!
Mais do que documentar uma cena musical, o livro captura como a cena eletrônica se tornou um fenômeno cultural único em São Paulo. Rocha, testemunha ocular e participante ativo dessa história, conduz o leitor por uma jornada que começa em boates pioneiras como o Nation e o Overnight, passa pelas raves clandestinas dos anos 1990 e chega aos grandes eventos dos anos 2000. Mas este não é um livro apenas sobre festas – é sobre como uma geração reinventou a cidade através da música.
O autor equilibra o rigor jornalístico e a vivência pessoal. Cada capítulo se ancora em espaços icônicos, revelando não apenas os DJs e produtores, mas toda a efervescência cultural que os cercava: as drag queens que desafiavam convenções, os produtores independentes que criavam novas formas de distribuir música, as tensões entre centro e periferia que se resolviam na pista de dança.
Bate-Estaca mostra como São Paulo não apenas absorveu a cultura eletrônica internacional, mas a recriou à sua maneira – com a cara, o ritmo e a criatividade que só uma metrópole que é ao mesmo tempo provinciana e cosmopolita poderia dar.
Quando hoje vemos artistas brasileiros no topo das paradas mundiais, estamos colhendo os frutos dessa semente plantada décadas atrás por quem acreditou que os beats eletrônicos poderiam mudar não apenas a noite, mas toda uma cidade.
Para quem viveu a época, a obra é uma chance de revisitar memórias com novos olhos. Para os mais jovens, é uma aula sobre como a cultura de resistência pode transformar realidades.
Bate-Estaca é, no fim, um retrato vívido de como São Paulo se tornou a capital brasileira da música eletrônica – e por que essa história ainda ecoa tão forte hoje.
SOBRE CAMILO ROCHA
Camilo Rocha é jornalista, DJ e pesquisador musical. Em publicações brasileiras e internacionais como Folha de S.Paulo, Estadão, Bizz, Muzik e BBC World, ele acompanhou de perto o desenvolvimento da cena em torno da música eletrônica brasileira. Viu e anunciou o nascimento de novos movimentos, além de contribuir para o lançamento de tendências em seu trabalho de jornalista e DJ.
Em parceria com a Editora Veneta, Outras Palavras irá sortear dois exemplares de Bate-Estaca – Como DJs, drag queens e clubbers salvaram a noite de São Paulo, de Camilo Rocha, entre quem apoia nosso jornalismo de profundidade e de perspectiva pós-capitalista. O sorteio estará aberto para inscrições até a segunda-feira do dia 21/4, às 14h. Os membros da rede Outros Quinhentos receberão o formulário de participação via e-mail no boletim enviado para quem contribui. Cadastre-se em nosso Apoia.se para ter acesso!
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