Hospital São Paulo tem novo pronto-socorro
• Após crise, hospital paulista tem novos leitos de emergência • Município com pior cenário de dengue recebe ajuda do ministério • Descredenciamento de hospitais • EUA ampliam desconfiguração da Saúde • Novo guia sobre câncer infantil •
Publicado 20/02/2025 às 11:37 - Atualizado 20/02/2025 às 11:38
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Com quase três anos – mais precisamente, 31 meses – de atraso, o pronto socorro do Hospital São Paulo (HSP), ligado à Unifesp, voltou a funcionar. Sua inauguração aconteceu na segunda, 17/1, e nela estavam presentes a ministra da Saúde Nísia Trindade, a reitora da Unifesp, Raiane Assumpção, os secretários estadual e municipal de saúde, Eleuses Paiva e Carlos Zamarco e outros políticos paulistas. A capacidade de atendimento foi ampliada com mais 50 leitos na emergência e o pronto-socorro foi modernizado, após o aporte de R$ 23 milhões do estado e da prefeitura.
O Hospital São Paulo é um importante centro de alta complexidade, localizado na zona sul do município. Em 2022, após o período mais crítico da pandemia, denúncias revelaram que a unidade enfrentava uma grave crise financeira. Pacientes e funcionários protestavam pelas más condições do atendimento, falta de remédios e insumos e a redução do pessoal. Agora, a promessa é de que haverá 200 profissionais da saúde por turno para atender a população – o HSP recebe pacientes que chegam pelo Samu ou que são encaminhados de outros hospitais. A obra foi iniciada em 2022 e estava prevista para durar apenas quatro meses.
A expectativa é de que a reforma beneficie cerca de 3 milhões de pessoas. “Quero fazer uma menção especial a esse trabalho conjunto que resultou em uma melhor qualidade de atendimento para a população de São Paulo, mas que também é uma referência para a população brasileira”, frisou Nísia, no evento. A ministra também anunciou um aporte federal de R$ 24 milhões por ano para ações de custeio do hospital.
A ampliação do HSP é bem vinda, mas, como mostrou matéria recente publicada neste boletim, estado e prefeitura de São Paulo seguem com a tendência de privatizar e sucatear o SUS em suas gestões atuais. Dois exemplos recentes: o Hospital Municipal da Bela Vista fechou após apenas quatro anos de funcionamento. Já o Hospital Japonês Santa Cruz, ligado ao estado, demitiu, há pouco, 15% de seus trabalhadores.
MS apoiará município paulista em crise de dengue
São José do Rio Preto (SP) receberá ajuda do Ministério da Saúde para enfrentar a epidemia de dengue, informa a Agência Brasil. “Estamos, a pedido do município, que concentra o maior número de casos do Brasil, apoiando a Rede de Atenção”, explicou a ministra Nísia Trindade. Em 2025, a cidade paulista já registrou cerca de 33 mil casos e 34 óbitos associados à doença.
A 155 quilômetros de São José do Rio Preto, o município de Araçatuba também passa por um momento crítico, já tendo confirmado 15 mil casos e 11 mortes por dengue. Ambas as cidades registram uma taxa próxima de 2 mil casos para cada 100 mil habitantes, as mais altas do país. O estado de São Paulo, de forma geral, segue tendo os números mais altos da epidemia de dengue neste ano: são 110 mil casos e 101 mortes confirmadas, com mais 211 óbitos ainda em investigação.
Aumentam denúncias de descredenciamento de hospitais
Seguros de saúde estão descredenciando hospitais sem comunicação prévia aos usuários, violando resolução da ANS em vigor desde 2024. A norma exige aviso com 30 dias de antecedência, de forma individualizada e com confirmação de recebimento. Em janeiro, a ANS recebeu 219 queixas sobre descredenciamentos, e escritórios de advocacia relatam aumento de ações judiciais contra operadoras. No Reclame Aqui, há mais de 200 reclamações ativas.
Casos registrados na matéria incluem pacientes com partos agendados e tratamentos de câncer interrompidos. Operadoras alegam seguir as regras, mas usuários afirmam que as alternativas oferecidas não equivalem aos serviços descredenciados. A ANS prevê multas a partir de R$ 50 mil para infrações em redes hospitalares.
Demissão em massa atinge Saúde dos EUA
O governo Trump ordenou a demissão de milhares de funcionários públicos da área da saúde, conta a emissora pública norte-americana NPR. Durante o fim de semana, 1.300 trabalhadores ligados ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), principal autoridade epidemiológica dos Estados Unidos, receberam cartas que os notificaram da perda de seus empregos. A demissão sumária atingiu 10% da força de trabalho do órgão.
Já nos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), conjunto de centros de pesquisa federais daquele país, 1.200 pesquisadores e funcionários foram demitidos. Dezenas também perderam seus empregos na FDA, agência que faz o controle sanitário de alimentos e medicamentos. Muitos dos exonerados lideravam programas como a vigilância epidemiológica, o treinamento de funcionários de laboratórios e a distribuição de verbas públicas para a pesquisa, o que levou especialistas a alertarem para o enorme impacto da decisão para a saúde pública nos EUA.
OPAS lança guia sobre câncer infantil
No sábado (15/2), a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) lançou um novo guia para a detecção precoce do câncer infantil. Todos os anos, ocorrem 30 mil novos diagnósticos de câncer entre crianças e adolescentes da América Latina e do Caribe – além de 10 mil óbitos nessa mesma faixa etária. De acordo com nota do órgão, “o material oferece orientações para que os profissionais de saúde identifiquem os sinais e sintomas do câncer em suas fases iniciais”, com indicações que abrangem “desde a avaliação inicial até a classificação dos sintomas, indicando ações específicas conforme a gravidade do caso”.
De acordo com Liliana Vasquez Ponce, oficial técnica para o câncer infantil da OPAS, “a implementação do guia não só otimizará os tempos de diagnóstico, como também contribuirá para reduzir as complicações de longo prazo associadas aos tratamentos tardios”.