Lula acompanha Nísia na reabertura de Hospitais Federais do Rio

• Hospitais federais do Rio: mais abertura de leitos • Hospital do Andaraí e Cardoso Fontes com emergências reabertas • Mais Acesso a Especialistas na rede • 300 mil ações contra empresas de saúde • Balanço do Brasil Saudável • Armadilha para Aedes •

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Enquanto algumas matérias especulam uma possível troca de Nísia Trindade no Ministério da Saúde, a ministra viaja por vários estados do Brasil para ampliar a divulgação dos feitos de sua gestão. Na semana passada, o destaque foi a reinauguração de alas inteiras dos hospitais federais do Rio de Janeiro, importante braço da estrutura de alta complexidade do país. 

Na quinta, a ministra foi acompanhada do presidente Lula para a cerimônia de reabertura da emergência do Hospital de Bonsucesso, que esteve fechada por cinco anos. O prefeito da cidade, Eduardo Paes, também esteve presente ao evento e comemorou o “fortalecimento da saúde pública”. Por sua vez, Nísia afirmou que a população voltará a ter orgulho da rede de hospitais.

Mais duas emergências reabertas

Além do Bonsucesso, a ministra visitou na sexta o Hospital do Andaraí, que, assim como o Hospital Cardoso Fontes, também teve sua emergência reaberta. Estes estabelecimentos, diferentemente do hospital de Bonsucesso, passam por um processo de descentralização, isto é, serão geridos pela prefeitura da cidade. 

Ainda assim, o governo enviará verba para a adaptação ao novo modelo de gestão e garantia de suas despesas. Outro hospital que já tem sua reestruturação em andamento é o dos Servidores Estaduais. O ministério ainda estuda alternativas para gerir os demais hospitais da rede, como o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle e o Hospital de Ipanema.

Fortalecimento da alta complexidade

Conforme destacou Nísia, a reorganização da rede de hospitais federais é fundamental no avanço do programa Mais Acesso a Especialistas, criado pelo governo federal para agilizar a resolutividade dos encaminhamentos de pacientes pela atenção básica e garantir acesso mais rápido a cirurgias no SUS. 

Neste sentido, a ministra prometeu que a ala de radioterapia do hospital do Andaraí será reaberta ainda no primeiro trimestre deste ano, em projeto realizado em parceria com o Instituto Nacional do Câncer. Tal novidade também dialoga com a política específica para a oncologia, que instituiu a obrigatoriedade de se iniciar tratamentos de câncer em no máximo 30 dias a partir do diagnóstico. No total, o governo prevê a reabertura de aproximadamente 1.300 leitos em toda a reestruturação destes hospitais.

Judicialização da saúde explodiu em 2024

O número de confrontações entre empresas de saúde e seus clientes continua galopante no Brasil. Enquanto ANS e entidades batem cabeça para chegar a um acordo que melhore a relação com os usuários dos planos de saúde, o número de processos na justiça alcança seu recorde: foram 300 mil ações impetradas por segurados em 2024, mais que o dobro dos 141 mil de 2020. 

O fenômeno, como mostram denúncias em gabinetes parlamentares aliados das famílias e variadas reportagens na imprensa, estão diretamente associados a uma sistemática negação de tratamentos de pacientes autistas, considerados muito dispendiosos pelas empresas. No período, as seguradoras acumularam denúncias de cancelamentos unilaterais de planos de famílias com pessoas neurodivergentes, além de idosos e pacientes com câncer.

Plano contra doenças negligenciadas completa um ano

Como antecipou o Outra Saúde, o governo federal apresenta um balanço do Programa Brasil Saudável, que visa atacar um grupo de 11 doenças tropicais negligenciadas (DTNs), além de combater a transmissão vertical (de mãe para filho) de outras 5 infecções. Lançado em fevereiro de 2024, o programa já apresenta resultados positivos no controle e eliminação de doenças como a filariose linfática, popularmente conhecida como “elefantíase”, e transmitida por mosquito infectado por um parasita. 

As DTNs são consideradas socialmente determinadas, dado que acometem a população mais pobre e aparecem em áreas geralmente carentes de saneamento básico, esgotamento sanitário e coleta de lixo. Segundo o coordenador do programa, Draurio Barreira, algumas destas doenças devem deixar de ser problemas de saúde pública até 2026, sendo possível atingir o objetivo total até 2030.

Nova armadilha para mosquito da dengue tem bons resultados

Um estudo realizado por pesquisadores da Fiocruz de Pernambuco e da Universidade da Califórnia produziu um estrato de larvicida a partir de uma variante denominada Bacillus thuringiensis (Bti). Segundo os cientistas, tal derivação se mostrou uma isca mais eficiente na atração de fêmeas do Aedes aegypti em sua busca por locais para depositar seus ovos, que desta forma acabam esterilizados pela armadilha contaminada. 

Além do aedes, o experimento se mostrou eficaz na captura de outros pernilongos, como o mosquitoCulex quinquefasciatus, vetor da filariose linfática e também da febre oropouche. A armadilha não exige a importação de nenhum tipo de insumo e pode passar a ser adotada pelos órgãos de saúde brasileiros caso aprovada por seus gestores.

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