A persistência do trauma das enchentes no RS

• Sofrimento pós enchentes no RS • A reconstrução do SUS no estado • Brasileiros vão ao dentista, mas não no SUS • Primeira cirurgia para pessoa trans no AM • Dispositivo para repor tecidos do coração • IA para prevenir câncer de mama •

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Uma pesquisa feita pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre com 5 mil pessoas constatou que cerca de 25% da população afetada pelas chuvas que destruíram o estado entre abril e maio passado têm Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). Ansiedade, tristeza, pesadelos, pensamentos intrusivos são os diversos sintomas de uma condição da qual muitas pessoas dificilmente poderão se livrar sem tratamento, não apenas pelo peso da memória da experiência como também pela insegurança relativa ao que pode vir futuramente. 

Pesquisas anteriores já demonstraram altos índices de pessoas que declararam se sentir portadoras de algum problema de saúde mental. Além disso, como demonstra matéria da Folha, muitas pessoas ainda convivem diretamente com os estragos materiais daquelas chuvas.

Nísia visita RS e analisa reconstrução do SUS

Em visita ao estado do Rio Grande do Sul, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, fez um balanço das ações de sua pasta com vistas à reconstrução do sistema de saúde gaúcho. São 27 UBS construídas do zero, outras 50 reformadas após a catástrofe climática, além da entrega de 30 ambulâncias do SAMU. 

Foram cerca de R$ 1,4 bilhão investidos pelo governo federal até agora na recuperação das estruturas do SUS do estado, o que também incluiu uma ampliação nos serviços de saúde mental, condição que se deteriorou em amplas fatias da população. A ação do Estado se junta ao Programa Mais Acesso a Especialistas, que investe na recuperação de estruturas ambulatoriais e hospitalares e amplia o número de leitos para internação.

Saúde bucal: procura é alta no geral, mas baixa no SUS

Durante a realização de seu congresso, o Conselho Federal de Odontologia apresentou pesquisa a respeito da busca dos brasileiros por atendimento dentário. Segundo o trabalho, 68% da população do país procurou algum cirurgião-dentista no último ano. No entanto, apenas 23% o fizeram pelo SUS, o que reflete uma curva inversamente proporcional ao número de usuários dos sistemas público e privado nacionais. 

Além disso, a pesquisa observou que os indicadores de cuidados bucais são maiores nas faixas de renda e escolaridade superiores. País com maior número de profissionais (426 mil cadastrados no CFO), o Brasil reorganiza sua política de saúde bucal no SUS desde 2023, com a retomada do programa Brasil Sorridente e ampliação de equipes especializadas, que saltaram de 28 mil para 31 mil.

Primeira cirurgia de redesignação sexual do Amazonas

O SUS do estado do Amazonas registrou uma experiência histórica: pela primeira vez um hospital local realizou uma cirurgia de transição de gênero. A beneficiária é a estudante de odontologia Emy Rigonatty, de 26 anos, em cujo corpo foi construída uma vagina. O procedimento simboliza o avanço na Política Integral de Saúde da População LGBTQIA+, criada em 2011. Recebeu um novo impulso de investimentos do Ministério da Saúde no ano passado, através da criação do Programa de Atenção Especializada à Saúde da População Trans (Paes Pop Trans). 

O programa prevê aumento da oferta de procedimentos cirúrgicos e estéticos para esta população, além de contar com investimentos na criação de ambulatórios em todos os estados do país. Como relata reportagem da Folha, a falta de oferta de serviços no SUS à população LGBTQIA+ é mais uma opção ideológica de poderes políticos locais, com consequente despreparo de profissionais de saúde no atendimento, do que inviabilidade econômica.

Cientistas criam dispositivo que imita células do coração

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Göttingen (Alemanha) conseguiu criar uma espécie de “remendo” para a musculatura do coração. A partir da coleta de células do sangue, os especialistas conseguiram “editá-las” e transformá-las em células-tronco, capazes de se adaptar a qualquer parte do corpo e reproduzir suas respectivas funções. 

Depois, são misturadas com colágeno e outras células do coração, o que permite a formação de um pequeno pedaço do seu tecido celular; quando introduzido na membrana do coração do paciente que sofre de algum problema do órgão, o dispositivo, que mede entre 5 e 10cm, consegue estimular a reprodução de células mais saudáveis e assim melhorar suas funções cardíacas. Testado em macacos, o método mostrou resultados confiáveis e já foi colocado em prática com pacientes humanos.

IA na prevenção ao câncer de mama

Um estudo conduzido pelo Instituto de Saúde Pública da Noruega analisou 146 mil mamografias de sua população entre 2004 e 2018 e, através do estabelecimento de critérios de pontuação para cada tipo de resultado, chegou a resultados capazes de mostrar quais mulheres teriam mais possibilidade de desenvolver câncer de mama. 

Os números levantados pela análise foram processados por uma Inteligência Artificial incumbida de demonstrar quais eram os casos mais vulneráveis ao desenvolvimento da doença até com anos de antecedência ao diagnóstico real, além de ter se mostrado apta até a demonstrar qual das duas mamas teria uma maior tendência.

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