Ultraprocessados se infiltram no prato das crianças

• Ultraprocessados são um terço do que comem as crianças • Cancelamentos unilaterais na justiça • Novas alternativas de vacinas contra mpox • Brasil tem 945 casos da doença • Vacinação contra pólio no sul de Gaza • Cólera avança no mundo •

Foto: Catraca Livre
.

Os ultraprocessados já são um quarto da alimentação das crianças de até 5 anos no Brasil, estima um relatório do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani) divulgado na quinta-feira (5/9). Entre os produtos dessa categoria que são mais consumidos pelos brasileiros mais jovens, estão os biscoitos doces e salgados e as farinhas instantâneas utilizadas em mingaus, bebidas e achocolatados. A pesquisa identificou que a infiltração dos ultraprocessados cresce com a idade: na faixa dos 2 aos 5 anos, eles chegam a ser 30% da dieta dos garotos e garotas, 10% a mais do que no período dos 6 meses aos 2 anos de idade. Outro problema é a presença exagerada dos doces e açúcares na mesa dos pequenos. Sua oferta em excesso, diz o estudo, pode levar ao excesso de peso e doenças associadas. Abrangente, o estudo promovido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) a pedido do Ministério da Saúde avaliou a rotina alimentar de quase 15 mil crianças de mais de cem municípios.

STJ restringe cancelamento de planos

Um entendimento publicado por órgão ligado ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) restringiu o cancelamento unilateral e injustificado de pequenos planos de saúde. Quando eles abarcarem menos de 30 vidas – pessoas cobertas –, as empresas da saúde privada não poderão simplesmente rompê-los – ainda que o contrato tenha cláusulas que admitam essa forma de cancelamento, elas devem ser consideradas nulas, diz o Conselho da Justiça Federal (CJF). Consultada pela Folha, a advogada do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Marina Paulelli, explica que os enunciados “servem, muitas vezes, de orientação para o julgamento de ações e de recursos. Embora não tenham cunho obrigatório, representam um entendimento que já é seguido por juízes e juízas”. Os cancelamentos unilaterais têm sido uma das principais causas do aumento das batalhas judiciais entre cidadãos e empresas da saúde suplementar nos últimos anos.

Cada vez mais alternativas de vacina para mpox

Na semana passada, a Organização Mundial de Saúde (OMS) frisou a urgência de garantir mais vacinas para conter a disseminação da mpox. De fato, desde então, a corrida para fornecer imunizantes aos países que enfrentam surtos envolve cada vez mais empresas do setor farmacêutico. A fabricante sul-africana Aspen, maior farmacêutica da África, declarou estar em negociações com parceiros para produzir vacinas em suas instalações. O grupo, porém, põe condições: quer que haja demanda garantida para as doses que forem fabricadas. Por sua vez, nesta semana, a farmacêutica europeia Moderna anunciou que seu imunizante experimental contra a mpox teve bons resultados em testes com macacos. A vacina teria reduzido a gravidade e a duração da doença, além de diminuir a transmissão do vírus.

Em 2024, Brasil já teve mais casos de mpox que em todo o ano passado

No Brasil, os casos de mpox até agosto já superam o ano passado inteiro, alerta boletim do Ministério da Saúde. Em 2023, foram 853 registros da doença, enquanto 945 já foram confirmados em 2024. De acordo com notícia da Agência Brasil sobre o informe oficial da pasta, há uma dinâmica de concentração regional: neste ano, 763 casos – mais de 80% do total – foram encontrados no Sudeste. Além disso, 95% dos casos remetem ao sexo masculino, e três quartos deles à faixa de 18 a 39 anos. 69 das pessoas que tiveram mpox precisaram ser hospitalizadas, sendo que cinco delas foram internadas em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI). Apesar disso, não se registrou nenhum óbito relacionado à doença no país neste ano. A nova variante, responsável pelo surto global de mpox em andamento, também ainda não foi identificada no Brasil.

Israel volta a bombardear hospitais enquanto a vacinação avança em Gaza

Concluída a primeira etapa da campanha, a vacinação contra a pólio se deslocou para o sul da Faixa de Gaza no meio desta semana, diz a Reuters. É a segunda região do enclave a receber as equipes de imunização das crianças de até 10 anos de idade contra a doença viral, identificada na Palestina por meio de um caso de paralisia infantil notificado em agosto. Segundo as autoridades sanitárias locais e a OMS, até aqui, o processo está andando mais rápido que o esperado, principalmente devido ao envolvimento das famílias palestinas, que estão levando seus filhos em massa aos locais de vacinação. Contudo, a campanha ainda pode ser perturbado pela fragilidade do cessar-fogo acordado. Nesta quinta-feira (5/9), Israel retomou seus bombardeios aéreos e atingiu um hospital na Faixa de Gaza. As cenas da destruição causada no equipamento foram divulgadas pelo New York Times.

Mortes por cólera cresceram em 70% no mundo

Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) identificou um preocupante crescimento do cólera em 2023 no mundo. O documento indica que os casos da doença subiram em 13%, enquanto as mortes saltaram em impressionantes 70% em relação a 2022. No ano passado, 4 mil pessoas faleceram devido ao mal, que a agência das Nações Unidas destaca ser “prevenível e facilmente tratável”. Houve uma mudança na distribuição geográfica dos casos: se antes eles se concentravam no Oriente Médio, houve um importante deslocamento para a África, onde houve um aumento de 125% nas notificações. Afeganistão, Congo, Malauí e Somália foram os países mais afetados. A OMS avalia que “dados preliminares mostram que a crise global do cólera continua em 2024”, com ainda mais casos já tendo sido registrados que em 2023. O Sudão, onde estourou uma guerra civil, é um dos locais onde a doença se disseminou muito neste ano.

Leia Também: