A petroquímica brasileira a preço de xepa
Que leva Castello Branco, presidente da Petrobras, a propor a venda das ações da Brasken, quando até os analistas de mercado dizem que momento é péssimo? Corrupção passiva? Ou mentalidade de colonizado, mesmo?
Publicado 30/01/2019 às 15:32
Segundo matéria da FSP, o presidente bolsonariano da Petrobras, Castello Branco, anunciou a “analistas do mercado financeiro” — mas não aos donos da companhia, os cidadãos brasileiros — que “pré sal sim, petroquímica não”.
O assunto concreto é a venda da participação da Petrobras na Braskem, empresa estratégica na cadeia produtiva de materiais derivados de petróleo e gás natural. Isso se seguiria a “desinvestimentos” já executados, como o na Petroquímica Suape.
Sair da petroquímica é crime. É abrir mão de grande agregação de valor no circuito da economia interna, é ausentar-se do desenvolvimento científico e tecnológico, é conformar-se com uma regressão colonial, vendendo óleo bruto a preços cartelizados sob comando dos países centrais para comprar matérias primas industriais a preços monopolísticos determinados por grandes conglomerados transnacionais.
Até analistas de bancos de investimento privados alertam que este é um mau momento para a venda, porque “a Braskem está sendo negociada com grande desconto em comparação a seus pares [pois a Odebrecht em crise precisa de caixa urgente e está torrando suas ações] e a Petrobras pode deixar dinheiro na mesa se vender o ativo nesse momento”.
O primarismo de querer reprimarizar uma companhia de petróleo verticalmente integrada é gritante. Vender na bacia das almas tem todo cheiro de arranjos de paisanos que o finado Marechal Castello Branco vetava com gosto.