Um dossiê de 2015, da Associação Brasileira de Saúde (Abrasco), revelou que segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) agrotóxicos causam setenta mil intoxicações agudas e crônicas por ano que evoluem para óbito, em países em desenvolvimento. Mais de sete milhões de casos de doenças agudas e crônicas não fatais também são registrados. No mesmo dossiê, consta que o Brasil vem sendo o país com maior consumo destes produtos desde 2008, decorrente do desenvolvimento do agronegócio no setor econômico. Há casos conhecidos de permissão de agrotóxicos em nosso país que já foram banidos em outros países, além de venda ilegal de agrotóxicos que proibidos. 

É importante ressaltar que o PARA – Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, promovido pela Anvisa desde de 2001, foi descontinuado durante a pandemia da Covid-19. Isso é resultado de uma política alinhada com os interesses do latifúndio.

Contra essa política de morte, nos juntamos à iniciativas como a do Sítio A Boa Terra, nosso parceiro de longa data. O sítio, localizado na cidade de Itobi (SP),  é cultivado desde 1981, sendo um dos pioneiros da agricultura orgânica no Brasil. Os casais idealizadores desse projeto também encabeçaram iniciativas como a Associação dos Trabalhadores Rurais de Itobi (ATRAI). A história completa pode ser lida em seu site.

Outras Palavras e Sítio A Boa Terra realizarão o sorteio de uma cesta de alimentos orgânicos entre quem apoia o nosso jornalismo. O formulário de participação será enviado por e-mail para quem participa do Outros Quinhentos e aceitará inscrições até a segunda-feira do dia 11/9, às 14h.

Dados da OMS demonstram que a conta de intoxicações apenas cresce. São cerca de vinte mil mortes por ano devido ao consumo de agrotóxicos. O Conselho Nacional de Saúde (CNS) também já se pronunciou inúmeras vezes quanto a essa realidade, exigindo medidas mais enérgicas para redução dos agrotóxicos nos alimentos, como a revogação do PL 6299/2002: a PL do veneno. Outra reivindicação é pela retomada da atuação do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).

Na contramão da destruição, o sítio além de oferecer produtos livres de agrotóxicos, também proporciona mudanças qualitativas na vida de diversas pessoas. O agrônomo Richard Geremias conta que após refletir sobre a possibilidade de um grande colapso do sistema econômico, decidiu aprender e trabalhar com produção de alimentos. Ao perceber que “não se tratava só de conhecimento técnico, mas da importância de vivermos os ciclos da natureza mais de perto”, descobriu o Sítio e lá foi trabalhar.

Atualmente trabalhando no Sítio A Boa Terra, me sinto satisfeito em ver como é possível produzir com abundância e livre de venenos, agredindo menos o ambiente e os trabalhadores. Mas já sentimos os desafios futuros com o envelhecimento da mão de obra no campo e a crise da água. Acredito que serão necessários mais trabalhadores na agricultura, mais pequenos produtores que busquem melhorar o solo sempre e conservar as águas.  E mesmo as máquinas mais inovadoras não dispensarão a mão humana. Espero que não seja tarde quando todos perceberem a importância de manter e plantar mais florestas.

O Sítio já promoveu doação de cestas orgânicas para famílias carentes região, diversos projetos socioambientais para jovens, promove ações junto às comunidades próximas, além de gerar empregos que não coloquem as vidas do campo e da cidade em risco por conta da contaminação com agrotóxicos. Tudo isso faz porque há um compromisso com uma sociedade mais saudável e verdadeiramente próspera, onde não é a fome por lucro que dita o ritmo da vida. 

Podemos acompanhar de pertinho a rotina diária do sítio no Instagram. Eles também promovem feiras orgânicas, em geral, no endereço: Sítio A Boa Terra, Rodovia SP 350, km 245. Entre as cidades de Casa Branca e Itobi, no interior de São Paulo.

De acordo com as épocas das frutas e hortaliças, os produtos se tornam disponíveis no carrinho do Sítio e, todas as semanas, seguindo a safra e a produção, aparecem novas ofertas. Esse é o ritmo que respeita a vida, preserva o meio ambiente e valoriza os pequenos agricultores.

Quem compra no Sítio garante em seu prato comida boa e saudável, com diversidade e qualidade nas opções. Vale a pena se inscrever para receber as cestas que o sítio entrega em diversas regiões do Estado de São Paulo.

O sítio A Boa Terra atende as seguintes cidades do estado de São Paulo: ABC Paulista, Barueri, Campinas, Casa Branca, Diadema, Guarulhos, Holambra, Itobi, Mauá, Osasco, Ribeirão Preto, São José do Rio Pardo, São Paulo, e Vargem Grande do Sul.

Em parceria com o Sítio A Boa Terra, Outras Palavras irá sortear uma cesta de alimentos orgânicos entre quem apoia o nosso jornalismo. O formulário de participação será enviado por e-mail para quem participa do Outros Quinhentos e aceitará inscrições até a segunda-feira do dia 10/7, às 14h.

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