Outros Quinhentos convida: Literatura & Cachaça, com Guimarães Rosa
“Sagarana”, “Grandes Sertões”, “Corpo de Baile”. Encontro — com degustação — neste sábado examinará presença da bebida na obra do grande escritor. Contribuintes de Outras Palavras concorrem a dois pares de ingressos
Por Maurício Ayer
[Abaixo, explicação sobre os tipos de inscrição]
A cachaça está presente em toda a obra de João Guimarães Rosa, a começar pelos contos de Sagarana, escritos originalmente nos anos 1930 e lançados em livro em 1946, como estreia editorial do médico e diplomata mineiro. Ali e nas novelas e romances reunidos sob o título de Corpo de Baile, obra publicada em 1956, mesmo ano de Grande Sertão: Veredas, a cachaça participa como um ingrediente na hospitalidade dos vaqueiros e demais sertanejos do Norte de Minas Gerais. Neste contexto, há sutis referências que nos ajudam a conhecer a tradição cachaceira da cidade de Januária, mencionada em mais de um desses textos.
Uma de suas estórias, entretanto, tem a cachaça como um elemento central – seja do ponto de vista da narrativa, seja dos universos simbólicos que ela mobiliza. É “Meu tio, o Iauaretê”, publicada no livro póstumo Estas Estórias. A cachaça é a “abrideira” do labirinto da linguagem e torna as personagens suscetíveis a revelações e metamorfoses as mais surpreendentes. A estória é descrita por Haroldo de Campos como aquela em que Guimarães levou mais longe a aventura da linguagem, e é justamente neste ponto que a cachaça age, pontuando ritmicamente o textos e provocando uma crescente liberação da fala até o rugido da onça.
Como em todos os nossos encontros, a literatura chama a cachaça. Vamos conhecer na letra e na boca a tradicional cachaça de Januária, além de outras cachaças de Minas Gerais e Espírito Santo que dialogam com suas letras.
Sábado, 15/9, às 16h — no Ateliê do Bixiga — R. Conselheiro Ramalho, 945 — Bixiga — São Paulo
Leituras: Textos e trechos selecionados de Sagarana, Corpo de Baile, Grande Sertão: Veredas e Estas Estórias.
Degustação: cachaças de Minas Gerais e Espírito Santo.
*Maurício Ayer é doutor e pós-doutor em literatura pela USP e Universidade de Paris 8, além de escritor, tradutor, editor e sommelier de cachaça. Autor do blog Molhando a Palavra: cachaça e literatura, convenceu-se de que tudo está ligado com tudo e se dedica a procurar os fios de conexão. A cachaça tem ajudado muito nesse caminho.
Tipos de inscrição
Inscrição: para todos os casos, exceto os abaixo especificados.
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Sorteio de duas bolsas para integrantes de Outros Quinhentos
Participantes de Outros Quinhentos poderão participar do sorteio de duas bolsas para o curso preenchendo este formulário até o dia 13 de setembro, sábado às 10h00
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