Um Euclides Socialista no Outros Quinhentos

Recém lançado na Flipei 2019, livro reúne obras esquecidas de Euclides da Cunha e ganha sorteio de 2 exemplares (além de descontão na compra) para quem colabora com Outras Palavras



Por Simone Paz | Imagem da Flipei 2019

“Euclides da Cunha, com os seus olhos de brasileiro profeticamente voltados à Amazônia e com suas preocupações de socialista enjoado com as misérias da exploração capitalista.”

Gilberto Freyre

Quem acompanhou a efervescente Flip deste ano (Festa Literária de Paraty), sabe que o homenageado da vez foi Euclides da Cunha, que o evento aconteceu de 10 a 14 de julho e teve até peça do Teatro Oficina, inspirados no emblemático espetáculo Os Sertões, com direção de Camila Mota.

Mas além disso, há dois invernos é a Flipei vem causando uma revolução na cidade praieira: Flipei é a Flip Pirata ou das Editoras Independentes, que envolve as editoras parceiras Autonomia Literária, Elefante, Ubu, Alameda, Boitempo e Expressão Popular, entre outras, que ancora com um barco no rio Perequê-Açu e realiza os melhores debates políticos do evento — teve até Glenn Greenwald e Zé Celso.

Aproveitando a ocasião, os meninos da Autonomia Literária prepararam uma seleção de textos esquecidos de Euclides da Cunha, para lançar na Flipei, sob o título de Euclides Socialista – Obras Esquecidas

O livro conta com prefácio da especialista em Euclides, Walnice Nogueira Galvão, e organização de Cauê Ameni e Wander Wilson.

A notícia boa é que tem 2 exemplares em sorteio para os membros de Outros Quinhentos — financiamento coletivo de Outras Palavras.

Se você é um colaborador que financia nosso trabalho de jornalismo de profundidade, concorra preenchendo este formulário até segunda-feira 22 de julho de 2019


Se você não ganhar e quiser comprar seu livro — e muitos outros no site da editora Autonomia Literária — após o sorteio, enviaremos aos inscritos um cupom de 25% de desconto.

Caso queira receber o cupom antes do dia 22/7, escreva para [email protected]

Sobre o livro:

<< Quem diria que Euclides da Cunha, o mais renomado intelectual militar do Brasil, era um socialista? Assim como Lima Barreto, Oswald de Andrade, Tarsila Amaral e outros grandes literatos brasileiros, Euclides também teve sua militância política apagada da história.

Poucos sabem, mas o autor do clássico Os Sertões foi preso e expulso do Exército, em 1888, por um ato de rebeldia ao quebrar seu sabre numa cerimônia com o ministro da Guerra do Império, Tomás Coelho. Após esse ocorrido, o ex-militar largou a farda e se envolveu com ideias mais iconoclastas, passando a assinar seus artigos e crônicas no jornal A Província de São Paulo, antigo Estadão, com o pseudônimo do anarquista Joseph-Pierre Proudhon, a quem se referia como um dos pensadores mais originais de seu tempo.

Dois anos depois de ter publicado sua obra mais renomada, em 1904, Euclides começa a defender o legado intelectual do comunista alemão Karl Marx, “este inflexível adversário de Proudhon”, quando lembra, num artigo histórico, que: “o caráter revolucionário do socialismo está apenas no seu programa radical. Revolução: transformação. Para conseguir, basta-lhe erguer a consciência do proletário (…) Porque a revolução não é um meio, é um fim; embora, às vezes, lhe seja um meio termo, a revolta. Mas esta sem a forma dramática e ruidosa de outrora. As festas do primeiro de maio são, quanto a este último ponto, bem expressivas. Para abalar a terra inteira, basta que a grande legião em marcha pratique um ato simplíssimo: cruzar os braços… Porque o seu triunfo é inevitável”. >>

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