Na quarentena: “O que fazer?”

O livro de Tchernichevski está de edição nova e é graças à Editora Expressão Popular. O título do romance russo revolucionário combina com essa espera que o Covid-19 nos trouxe, para refletir sobre os novos tempos que virão. Concorra

Por Simone Paz

“O século XIX presenteou a Rússia com muitos escritores talentosos, como Tolstói, Púchkin e Gógol. Tchernichevski teve de competir com eles pela atenção das editoras ocidentais. Perdeu. Não ajudou em nada ele ter sido apontado, pelo regime soviético, como o profeta da revolução de 1917”, o trecho é uma fala do professor do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP), Angelo Segrillo.

A Editora Expressão Popular, parceira nossa, cedeu um exemplar do livro “O que fazer”, de Nikolai Tchernichevski, para sortearmos entre nossos apoiadores do Outros Quinhentos.

O livro conta a história de uma jovem de classe média, Vera Pavlovna, que se casa com um estudante de medicina para fugir do matrimônio arranjado por seus pais. Depois, ela se apaixona pelo melhor amigo do estudante. O triângulo amoroso seria resolvido, nos padrões da sociedade de então, em um duelo. Mas, na obra, o marido de fachada sugere que todos morem juntos. A partir do casamento de Vera abre-se um longo debate sobre a questão feminina, a necessidade de direitos iguais entre homem e mulher e de se lutar concomitantemente no âmbito coletivo e interpessoal para a transformação das relações humanas.

Quando o livro foi traduzido e publicado pela primeira vez no Brasil, em 2015, a revista Época fez uma matéria em que explica melhor quem era Nikolai Tchernichevsi e o contexto da publicação do romance:

“Nos anos 1860, a literatura russa refletia o debate político. Em 1861, o czar Alexandre II aboliu a servidão em todo o Império Russo, mudando o modo de vida da nobreza rural. No ano seguinte, Ivan Turguêniev publicou o livro Pais e filhos, repleto de personagens que sonhavam com a modernização da Rússia segundo o modelo ocidental. Tchernichevski não gostou da maneira caricata como Turguêniev descreveu os revolucionários. O que fazer? foi sua resposta.”

Mas não se confunda, esta edição ganha cara nova e charmosa nas mãos da Expressão Popular.

Para concorrer, basta ser nosso apoiador e preencher este formulário até segunda-feira 23/3.

Por motivos de isolamento e cuidado, não estamos indo à redação de Outras Palavras, então, o envio ao ganhador só será feito após ser seguro voltarmos às ruas, com o fim da quarentena do Coronavírus.

Para mais informações sobre o livro, acesse aqui.

Sigamos fortes.

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