Capitalismo digital: como evitar o fatalismo?
Em obra da Ubu Editora, Jonathan Crary examina os efeitos devastadores do capitalismo tardio e da tecnologia. Para o autor, a superação do condicionamento às redes sociais exige reimaginar as relações humanas. Sorteamos dois exemplares
Publicado 23/01/2025 às 17:53 - Atualizado 28/01/2025 às 12:04

O ano de 2025 começou com dois cenários preocupantes para as democracias ao redor do planeta: a posse de Donald Trump e sua crescente aproximação com gigantes da tecnologia, como Elon Musk, Mark Zuckerberg e Jeff Bezos.
Além disso, a Meta anunciou o fim da checagem de fatos, tornando ainda mais evidente o alinhamento da empresa com setores de direita, que utilizam o discurso de “Freedom of Speech” (liberdade de expressão) para dissimular suas reais intenções.
Em meio ao mar de conteúdos online ofensivos e abertamente de extrema-direita, surgem termos como brain rot, por vezes traduzido como podridão cerebral e considerado pela Oxford a palavra de 2024. O termo “nomeia a deterioração do estado mental ou intelectual de uma pessoa, especialmente vista como resultado do consumo excessivo de material considerado banal ou pouco desafiador”, explica o professor da UFRJ Arthur Coelho Bezerra.
Tais notícias aterradoras são quadros do capitalismo tardio, e seus efeitos em nossas vidas e percepções ainda estão sendo estudados. No entanto, já podem ser sentidos de maneira avassaladora.

Em Terra arrasada – Além da era digital, rumo a um mundo pós-capitalista, publicado no Brasil pela Ubu Editora, o professor da Universidade de Columbia Jonathan Crary, dá continuidade às ideias expostas em sua obra anterior: 24/7: Capitalismo tardio e os fins do sono (Ubu, 2016), que investiga como a interconexão de dispositivos e lógicas digitais – que englobam tecnologias como 5G, Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial, biometria e big data – não só redefine nossa relação com o mundo, como também caminha lado a lado com a devastação ecológica e o desmoronamento das estruturas da sociedade civil.
Outras Palavras e Ubu Editora irão sortear dois exemplares de Terra arrasada – Além da era digital, rumo a um mundo pós-capitalista, de Jonathan Crary, entre quem apoia nosso jornalismo de profundidade e de perspectiva pós-capitalista. O sorteio estará aberto para inscrições até a segunda-feira do dia 3/2, às 14h. Os membros da rede Outros Quinhentos receberão o formulário de participação via e-mail no boletim enviado para quem contribui. Cadastre-se em nosso Apoia.se para ter acesso!
Na obra, o autor descreve como o domínio das redes sociais – um dos sintomas mais visíveis do que ele denomina de “complexo internético” – contribuem para a erosão da convivência humana e a transformação cada vez mais acelerada de nossas necessidades e desejos em mercadorias.
Uma das grandes provocações de Terra Arrasada é a crítica à ideia de que nossa vida e existência estão irremediavelmente condicionadas à internet.
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Embora o capitalismo tardio e suas estruturas tecnológicas pareçam inescapáveis, Crary desafia a percepção de que o domínio da internet seja eterno e absoluto. Ao invés disso, ele argumenta que nossa inserção nesse mundo digital não é uma fatalidade, mas um estado que pode ser combatido, sugerindo que é possível, e necessário, reimaginar outras formas de nos comunicar, colaborar e viver, além das lógicas impessoais e manipuladoras da rede, refletindo também sobre a incapacidade das plataformas digitais de promover mudanças profundas e transformadoras.
Em um momento em que as redes sociais são frequentemente usadas como palco para manifestações políticas e sociais, o autor questiona o real impacto dessas práticas, destacando a superficialidade e a alienação que elas geram. Para ele, a verdadeira transformação começa fora do espaço digital, em ações concretas que desafiam a lógica do mercado e a cultura da vigilância.
A obra busca provocar uma mudança nas práticas cotidianas e na maneira como nos relacionamos com as tecnologias, demonstrando como a autonomia e a criatividade humana podem ser resgatadas diante da ameaça de um mundo saturado por um sistema que favorece o controle e a exploração.
Em um cenário cada vez mais fragmentado e desolado, Crary convoca-nos a repensarmos nossas possibilidades de resistência e reconstrução social e nos desafia a enfrentar a pretensa inescapabilidade do digital.
Em parceria com a Ubu Editora, Outras Palavras irá sortear dois exemplares de Terra arrasada – Além da era digital, rumo a um mundo pós-capitalista, de Jonathan Crary, entre quem apoia nosso jornalismo de profundidade e de perspectiva pós-capitalista. O sorteio estará aberto para inscrições até a segunda-feira do dia 3/2, às 14h. Os membros da rede Outros Quinhentos receberão o formulário de participação via e-mail no boletim enviado para quem contribui. Cadastre-se em nosso Apoia.se para ter acesso!
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Após ouvir ao que parece normalização devido inevitabilidade de um governo global dos bilionários das tecnologias de IA até por gente a esquerda lembrei das diversas matérias que compartilhei no blueskay e apenas as recentes e aproveitei para copiar todos os links adiante e seus títulos explicativos dando ideia geral caso queiram ir lendo aos poucos para completar visão da gravidade do que pode estar vindo pela frente.
https://www.diariodocentrodomundo.com.br/zuckerberg-sinaliza-que-bigtechs-querem-governar-a-politica-mundial/
Parece tentam atropelar governos e Estados nacionais claramente e assumirem um controle agora global até de cada cidadão como podemos ver neste projeto de começarem a copiar íris de milhões no mundo alegando segurança futura para identificar se humano ou robô ou IA, etc., mas achamos conversa para boi dormir ou muito mal explicada sobre as razões reais.
Sistema de segurança de quem, deles ou dos governos e Estados nacionais ou querem estabelecer agora controles de identidades de cada cidadão mas com sistema global controlado pelos bilionários de tais tecnologias de IA acima ou fora dos Estados nacionais e seus governos?
Uma forma de atrelar inclusive os governos do mundo na esteira de seus truques mágicos agora com IA como novos deuses do império global do capitalismo?
Mas quem ganha com isto certamente não serão cidadãos e suas nações e democracias ou seus governos e Estados cada vez mais ameaçados e esfarelados por este movimento das redes sociais e plataformas digitais e algoritimos acima das nações e democracias, estimulando inclusive o surgimento e crescimento da extrema direita, fascista, nazista e fundamentalista medieval e feudal contra democracias, como volta ao feudalismo medieval ou dos novos reis agora ocultos do capitalismo como acionistas majoritários das transnacionais acima também das nações e democracias.
Parece já um projeto global de implantação de chips a partir da farra ou febre da coleta de dados da íris ou leitura óptica de dados de cada cidadão em troco de alguns trocados como se fosse de graça e a pessoa ainda ganhasse mas sabemos que não existe almoço de graça.
Embora religiosos conservadores e reacionários sejam contra o chips no entanto já vivem chipados faz tempo com alguém controlando nos templos devido crenças negativas religiosas e mentiras conforme resgatamos nas pesquisas e vamos repetir o link delas ao final.
Vai funcionar mesmo isto se acabam com empregos e encurrala cada vez mais cidadãos e nações no corredor polonês como que de novas câmaras de gás ou fornos crematórios?
Na revolução francesa desespero das massas descontroladas chegou a degolar cabeças até do Rei e da Rainha e somente não degolaram do Papa pois morando longe ou em Roma senão teria dançado também….
E já começou como vimos recentemente de matarem até um CEO de empresa de seguro nos EUA e podem começar a matarem até estes acionistas majoritários de transnacionais acima das nações e Estados, os que de fato mandam no cenário global atual por baixo do pano mas tentam tomar o poder de vez em golpe usando cavalos de troia como Trump e agregados pelo mundo a partir da bíblia de Steve Banon o teórico de tudo isto….
No fundo esqueceram direita liberal e capitalismo ainda com alguma decência quanto a economia real no mundo real investindo nas fábricas gerando empregos e distribuição de renda para venderem seus produtos…
Mas agora são indiferentes a este velho modelo de capitalismo antigo pois ganham mais na especulação do cassino financeiro global das bolsas, e afundaram todos pelo visto no anarco capitalismo que é volta do faroeste ou lei do mais forte ou de quem pode mais chora menos ou volta para idade média ou virando oriente médio que nunca saiu da idade media com renascença, iluminismo e revolução francesa degolando cabeças e separando a igreja do Estado…
O mundo sempre da muitas voltas….
Trump parece mais Nero colocando fogo em Roma ou ateando fogo em suas próprias vestes mas tem gente torcendo…
Vamos as diversas matérias a respeito deste cenário global onde tentam redesenhar nova ordem mundial dos novos reis acima das nações e democracias ou acima dos povos e seus Estados nacionais:
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Zuckerberg sinaliza que big techs querem governar a política mundial
https://www.diariodocentrodomundo.com.br/zuckerberg-sinaliza-que-bigtechs-querem-governar-a-politica-mundial/
Capitalismo digital: como evitar o fatalismo?
Em obra da Ubu Editora, Jonathan Crary examina os efeitos devastadores do capitalismo tardio e da tecnologia. Para o autor, a superação do condicionamento às redes sociais exige reimaginar as relações humanas. Sorteamos dois exemplares
https://outraspalavras.net/outrosquinhentos/capitalismo-digital-como-evitar-o-fatalismo/
“É uma nova concentração de poder”, analisa cientista política sobre vínculo de Trump com big techs
Rosemary Segurado, em entrevista à Fórum, analisou extremismo do governo republicano e o cenário que se desenha para as eleições de 2026 com tentativas de desgaste à Lula
https://revistaforum.com.br/politica/2025/1/24/e-uma-nova-concentrao-de-poder-analisa-cientista-politica-sobre-vinculo-de-trump-com-big-techs-172966.html
EUA: Os arautos do negacionismo de negócio
Kennedy Jr., espécie de ministro da Saúde dos EUA, é um estridente ativista antivacina, utiliza pesquisas fraudadas e orquestrou a saída da Organização Mundial da Saúde. Mas, assim como a defesa de Trump das petroleiras, há muitos interesses por trás da anticiência…
https://outraspalavras.net/outrasmidias/eua-os-arautos-do-negacionismo-de-negocio/
As promessas e os perigos dos ‘agentes de IA’ – com Elen Nas
https://www.youtube.com/live/B6k4MqHkgJQ
A miragem das tecnologias opressoras
Um exame das inovações que impulsionam a captura da riqueza coletiva, consolidam o poder das corporações e sacodem o mundo do trabalho. E uma hipótese: enxergar na técnica a origem principal de nossos dramas ajuda a esconder (e a preservar) as relações sociais que nos oprimem
https://outraspalavras.net/tecnologiaemdisputa/miragem-das-tecnologias-opressoras/
O recado das big techs para o Estado brasileiro: é guerra
https://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-recado-das-big-techs-para-o-estado-brasileiro-e-guerra/
“Destruição e agressividade do capitalismo crescem com novas tecnologias”, diz Ricardo Antunes
Professor da Unicamp e filósofo do trabalho renomado, ele deu uma entrevista ao colunista da Fórum André Lobão
https://revistaforum.com.br/opiniao/2025/1/22/destruio-agressividade-do-capitalismo-crescem-com-novas-tecnologias-diz-ricardo-antunes-172879.html
Trump, o veludo molhado e a crise neoliberal
Moda dos anos 1990 revisitada em um mundo marcado por desigualdades, nostalgia e ascensão de extrema direita
https://revistaforum.com.br/moda/2025/1/22/trump-veludo-molhado-crise-neoliberal-172873.html
Mutações do Trabalho no Brasil: da fábrica ao aplicativo
Informalidade já atinge 39% dos trabalhadores. A uberização avança. E as relações laborais se fragmentam. A antiga noção de identidade de classe está em mutação, o que acarreta grande impacto nas escolhas eleitorais – e traz novos desafios às esquerdas. É preciso compreendê-los
https://outraspalavras.net/trabalhoeprecariado/mutacoes-do-trabalho-no-brasil-da-fabrica-ao-aplicativo/
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Repito link das pesquisas caso queriam aprofundar nas visões acima:
Jornalistas de proveta? Queda das religiões e dos reis ocultos do capitalismo como foi da URSS e Muro de Berlim? Asia melhor que ocidente.
https://www.linkedin.com/pulse/ditadura-militar-come%25C3%25A7ou-fabrica-de-jornalistas-ou-puxa-garrucino-nchdf/