Um Guia Pussy Riot para o Ativismo: a leitura de resistência do Outros Quinhentos
Manual de Nadya Tolokonnikova acaba de ser lançado no Brasil. Há dois exemplares em sorteio para colaboradorxs irreverentes que financiam Outras Palavras
Publicado 19/06/2019 às 20:16
Por Simone Paz |Foto de Igor Mukhin
“As barricadas fecham as ruas, mas abrem o caminho”;
“Todo poder à imaginação”;
“Sejamos realistas. Exijamos o impossível”;
“A felicidade é uma ideia nova”
Essas são algumas das palavras de ordem que circulavam em Maio de 68, em Paris, e que estão também no novíssimo livro que a nossa parceira Ubu Editora publicou no Brasil: “Um Guia Pussy Riot para o Ativismo”, da fundadora do coletivo artístico e banda punk Pussy Riot, Nadya Tolokonnikova.
Nadya passou quase dois anos presa na Rússia. Foi condenada por vandalismo e intolerância religiosa junto com sua colega, Maria Alyokhina, após invadirem a catedral de Moscou com sua banda e cantar no altar uma música contra Putin, em 2012. A prisão à qual foram destinadas era na verdade uma colônia penal, onde as mulheres realizam trabalhos forçados, como costurar uniformes policiais por até 17 horas seguidas.
A banda russa Pussy Riot ficou famosa por realizar flash mobs de provocação política — isto é, algo como uma performance repentina, que realiza uma apresentação de curta duração em lugares públicos e que rapidamente se dispersa como se nada tivesse acontecido.
Assim, Nadya Tolokonnikova emergiu como símbolo internacional de resistência radical e do otimismo anti-sistema. Com gritos de “Free Pussy Riot” (Liberte Pussy Riot) se espalhou pelo mundo todo com sua emblemática máscara de esqui colorida e seu batom preto.
Hoje, nas contrapartidas de Outros Quinhentos, o sistema de financiamento coletivo de Outras Palavras — que é sustentado por nossos leitores engajados e partidários da independência da imprensa — sortearemos dois exemplares do livro, graças a uma parceria muito querida com a Ubu, uma editora feita por minas fabulosas, com livros espetaculares.
Sobre Nadya e sobre o Guia, Eliane Brum, do El País Brasil, comentou:
“Não há nada que os déspotas temem mais do que aqueles que riem deles. Para manter o medo e o ódio ativos é preciso banir o riso e o humor. Nadya aprendeu a rir de seus carcereiros nos dois anos em que ficou na prisão por ousar confrontar o autoritarismo do regime, provocando um movimento de solidariedade global […]. Na abertura do livro […] a artista de 29 anos parece estar escrevendo para os brasileiros que vivem sob a administração do ódio de Bolsonaro e de suas milícias digitais.”
Para participar do sorteio, basta ser Outros Quinhentos, e preencher este formulário até segunda-feira 24 de junho.
Se você não ganhar e quiser comprar este livro ou qualquer outro no site da Ubu, basta escrever para [email protected] e solicitar o seu cupom de desconto (de 20% a 30%, dependendo do valor de sua colaboração).
E para entrar no clima de feriado com músicas de desobediência, a Ubu fez uma playlist especial para o lançamento do livro, escute aqui.
Boa sorte, boa insolência revolucionária e um ótimo feriado!
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