Uma receita para o Caderno Brasil

.

Tornar-se, no grande caos criativo da internet, um na rede, um ponto onde múltiplos saberes dialoguem e construam o comum — sem perder a própria identidade jamais…

Dois novos colunistas e um ilustre colaborador eventual estrearam no Caderno Brasil do Diplô, na virada do ano. Bruno Carmelo escreverá semanalmente sobre cinema e diversidade. Bruno Cava, a cada quinzena, sobre movimentos estudantis. Giuseppe Cocco, parceiro do filósofo italiano Toni Negri em pelo menos um livro e diversos artigos, analisa o programa Bolsa-Família, relacionando-o com a utopia possível da desmercantilização do trabalho.

Carmelo, Cava e Cocco expressam, cada um a seu modo, o projeto do Caderno Brasil: tecer uma ampla rede de colaboradores brasileiros, unida por valores e visões de sociedade convergentes, mas diversa nas temáticas abordadas e nas nuances de suas sensibilidades políticas. Estimular a autonomia desta rede. Abandonar a velha idéia de jornal — um produto verticalizado, cuja forma final (expressa na pauta, na alocação arbitrária dos textos em um número limitado de páginas e em relações internas marcadas por hierarquia e assalariamento) tinha a cara dos editores.

O papel destes é outro (e muito mais instigante, do nosso ponto de vista…) na era da comunicação compartilhada. Cabe-lhes animar a rede de colaboradores. Com abertura para identificar ou garimpar os temas e autores que possam enriquecê-la. Com acompanhamento constante dos fatos, para sugerir novas pautas à rede armada em torno do jornal. Com sensibilidade para propor, no material produzido por esta rede, alterações que mantenham a integridade dos artigos, mas construam, simultaneamente, alguns padrões editoriais e gráficos.

Passados pouco menos de três meses do lançamento do Caderno Brasil, os primeiros resultados parecem muito animadores. O número de textos visitados no site a cada dia subiu para mais de 5 mil — um patamar expressivo, levando em conta o caráter da publicação. A estréia de Carmelo, Cava e Cocco amplia para 34 o número de colaboradores do jornal. Destes, nove escrevem regularmente, como colunistas. Entre este corpo estão pensadores e jornalistas admirados por sua contribuição à cultura brasileira, como Augusto Boal, Elisabeth Carvalho, Iganacy Sachs, José Luís Fiori, Ladislau Dowbor. Mas não são menos importantes os personagems que expressam assuntoe e ações emergentes. Entre muitos outros, Rodrigo Gurgel, Eleílson Leite, Dalton Martins, Ernani Dimantas, Evilásio Salvador, Manoel Neto, Flávio Shirahige, Luiz André Ferreira, Sílvia Ferabolli, Cláudio César Dutra de Souza.

É um ótimo começo. Mas o Caderno Brasil quer ir muito além, em 2008.

Leia Também:

Um comentario para "Uma receita para o Caderno Brasil"

  1. Zilda disse:

    Particularmente estou satisfeita de poder Le Monde Diplomatique versão Brasil, tanto o caderno quanto a versão online. que bom um jornalismo sério sem a danação do proselitismo político tão nauseante!
    Sou muito preocupada com a quetão ambiental, gostaria de poder ler uma materia muito séria sobre a destinação de certos tipos de lixo no Brasil, p ex. pilhas em geral, bateria de celular, lâmpadas fluorescentes, etc. Qual tem sido e como dever ser o destino deste tipo de lixo. Existem normas legais que regulam essa destinação? Se não existem quem deve fazer essa regulação? Sei que a questão do lixo em geral, nosso país, sempre tem sido uma coisa deficil de se administrar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *