(Des)conferência pela colaboração

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Como as novas mídias ajudaram no surgimento de formas colaborativas de produção de conteúdo e como a formação de “rede de redes” fortalece a articulação entres os midialivristas

(por Carolina Gutierrez)

A quinta desconferência – Mídias Colaborativas, Novas Mídias –, do I Fórum de Mídia Livre, realizada entre 14 e 15 de junho, começou lotada em meio a uma profusão de idéias. Sem uma linha muito clara do que se iria discutir ali, assuntos como TV pública, licenças Creative Commons, Software Livre e produções colaborativas foram abordados. Mas o assunto que mais sofreu intervenções foi a necessidade de se construir a “rede de redes” entre os movimentos de Mídia Livre.

Para a jornalista Rita Freire, da Ciranda Internacional de Informação Independente, a interconexão entre as diversas altermídias é falha, o que impede o crescimento e força do movimento. Apesar das ínumeras técnicas produzidas e descobertas (ferramentas de publicação como wiki, ning, além de sites como overmundo etc), a colaboração vem, de fato, da interrelação entre os midialivristas. “Ferramenta não faz mágica. Temos de buscar a colaboração entre as pessoas, além de parcerias e de um processo colaborativo entre as diversas áreas de atuação. Muitas mídias já estão construídas, falta conexão entre as pessoas.”

Partilhando da mesma opinião, Oona Castro, do Coletivo Intervozes e do site colaborativo Overmundo completou: “A gente não se ouve. Não há troca de conteúdo entre as mídias livres.”

De acordo com Ermanno Allegri, da Agência de Notícias da América latina (Adital), a idéia de “rede de redes” esbarra também em uma concepção “rançosa” – típica das mídias coorporativas – de concorrência. Segundo ele, a competição está presente dentro da própria mídia independente. “Temos de desconstruir a idéia de concorrência. Isso dificulta a articulação.”

O consenso foi de que o movimento midialivrista deve avançar, em todas as formas, na contra-mão da grande mídia. Propostas e experiências não faltaram, o que incluiu construir novas linguagens e conteúdos, compartilhar o conhecimento, democratizar de informação (torná-la mais acessível) e exigir políticas públicas de comunicação.

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