Os Condenados: 18º trecho da trilogia de Oswald

“O artista deitou a cabeça farta ao colo suave da amante imprevista. E dialogaram ante a festa muda do mar brasílico e da terra brasílica”

140926_frida-kahlo_love_embrace

.

“O artista deitou a cabeça farta ao colo suave da amante imprevista. E dialogaram ante a festa muda do mar brasílico e da terra brasílica. Estavam em Santos”

Por Oswald de Andrade | Imagem Frida Kahlo

____

No âmbito da série “Oswald 60″, Outras Palavras publica semanalmente, em formato de folhetim, a trilogia “Os Condenados”, obra perturbadora que Oswald de Andrade escreveu entre 1922 e 1934. Acesse aqui os capítulos já publicados.

____

Na sequência anterior, na casa dos parentes, em Nova Olímpia, Jorge d’Alvelos lê cartas de amor trocadas com Mary Beatriz. Em seguida, despede-se inesperadamente da família, feudal e inútil, que não entendia. Volta a São Paulo. Mário Alfenas leva o escultor a um cabaré. Jorge não conhece ninguém. Amigos de Carlos Bairão, que se intitulam os artistas da cidade, visitam o seu atelier. O escultor lhes apresenta a sua última criação. O mesmo Carlos obtém para ele um contrato de trabalho. Dentro de uma igreja, Jorge sente, num misto de desolação e descrença, todo o quadro de graças feito para os pequenos consumidores. Encontra na rua uma modelo que, tempos atrás, recusara. Marcam um encontro, embora, no fundo, acredite que não irá. Sem rumo, por entre as ruas, duvida ainda mais do sentido da própria existência. (Theotonio de Paiva, editor de Oswald 60)

____

Fechou-se de novo no atelier. Compôs um esboço de relevo monumental.

Ante a criação ia comovendo-se.

As lágrimas subiam, inundavam-lhe os côncavos olhos.

Que opressão integral do ser emotivo, que nervos abertos aos menores barulhos, que sentidos sonoros!

Como o Cristo do Jardim das Oliveiras, o artista carregava dentro de si toda a pena do mundo.

*-*-*-*-*

Ficara até tarde na rua, perscrutando as coisas terríveis que andavam à noite. Viu um casal moço e alegre brigar longamente numa sala de parque; passou por ele com um magricela, comentando atletas de trapézio, um anãozinho de circo; bêbedos e mulheres desciam a esplanada do Municipal cantando.

Encaminhou-se por uma rua deserta e silente entre árvores e súbito ouviu como uma música cadenciada de dança bárbara, um arrastar de chinelos rascantes e passos caminhando para ele. Em sua frente, longe ainda, desenharam-se dois bizarros peregrinos da cidade cosmopolita. Vieram. Cresceu o arrastar regulado dos chinelos e o batuque dos passos sob as árvores. Passaram. Um era alto, moreno e trazia na cabeça um disforme canudo, o outro, minguado e reteso, sobraçava um grosso embrulho. Um guarda que estava ali, fê-los parar. Houve um silêncio. O soldado examinava detidamente o embrulho. Jorge aproximou-se.

– Foi uma família que me deu – explicava o baixotinho, com os olhos concentrados nos botões metálicos do guarda. O escultor indagou o que faziam àquelas horas.

– Vamos dormir no albergue – disse o alto.

– É brasileiro?

– Não. Sou turco, meu senhor!

Jorge percebeu a Ásia toda dos grandes olhos habituados aos contágios religiosos no tipo escultóreo e moreno, de bigodes caídos sobre dentes brancos. Trazia um chapéu de mulher e um bastão de viandante. Era paralítico da perna que arrastava.

– E você?

O pequenino largou na calçada o embrulho que sobraçara de novo, tranquilo.

– Sou um inutilizado também.

Tirou do escuro das roupas uma mãozinha retorcida e dura e exibiu-a como um passaporte vitorioso para todas as tranquilidades da vida.

O escultor distribuiu-lhes parcas moedas a eles e ao guarda.

E foi pensando, só de novo, na escalada dos aleijões às seguranças divinas.

Ele, o aparente homem integral, não podia exibir aos guardas vigilantes da terra o coração aberto em chagas, a alma retorcida de paralisias, o cérebro cansado de doenças.

*-*-*-*-*

Pensou em renovar os fastos da existência. Reagiria. Se se casasse? Com quem?

Sentiu que aquela banal felicidade não podia nunca mais ser atingida pelo seu desejo. A sua tristeza segui-lo-ia nas calmas assembleias da vida. Um espetáculo de tribunal estacaria sempre diante dele, sentinela silenciosa de sua desgraça.

Nunca mais poderia ser alegre, nunca mais.

Uma inquietação qualquer haveria de roê-lo por dentro.

Interrogava uma a uma as larvas das aflições. Elas respondiam apenas com sua pasmada presença.

*-*-*-*-*

Por que o desleixavam assim? Porque o não entendiam. Andava sozinho pelas ruas, sem compensação para as velhas energias não gastas.

*-*-*-*-*

Súbito parou. Estava no canto deserto do Lava-pés.

Outra vez um instinto obscuro e luminoso o levava pelo braço até lá. Subiria até lá. Subiria agora.

Não se decidia, hesitava.

Mas romperam de chofre aos seus ouvidos pasmados, cem cornetas tocando. Era a fanfarra do antigo quartel.

– Oito horas.

Olhou o cenário noturno. Havia uma grande lua brincando com esfarrapamentos de nuvens.

– Esta noite permanecerá na nossa vida. Escuta como se recortam bem essas notas!

A fanfarra cantava, perto, sonora, a chamada solene das recordações.

Jorge subiu resolutamente, de chapéu na mão, numa convicção muda de peregrino. Sabia que a casa fora deixada pela mulher que o encontrara da outra vez. Lera, numa crônica de teatro, a sua mudança para o Rio.

Procurou apreender a fanfarra, destacá-la dos barulhos múltiplos da noite. A corneta cessara. Os tambores quase não se ouviam. E foi reconstruindo a via do antigo calvário. Parecia haver mais gente na rua do que outrora. Tinham feito casas novas numa esquina.

A corneta vibrante recomeçou. A lua muito alta aureola-se duma coma ruiva, onde as nuvens tênues brincavam. Onde estaria Alma? No céu imóvel dos católicos? No aro fulvo da lua? Ou ali, ainda, na casa muda como um túmulo?

Jorge parou para examinar o sobrado velho. Tinham posto cortinas nas janelas. Lá dentro, havia luz como antigamente. Uma vida angustiosa parecia sufocar-se por detrás das paredes.

E a corneta tocava, tocava, na noite de luar.

Ele recompôs os móveis, a disposição do leito, do reposteiro cor-de-sangue negro, do tamborete antigo.

Perdera-se tudo? Não. Nem ela se perdera. Bastava haver um toque súbito de clarim na noite evocativa.

Jorge comovia-se num grande respeito ante a ressurreição cristalizada de Alma. Ela ficará esperando-o ali, no local eleito do drama. Habitava a casa alta, assombrando-a num calado benefício, para quando ele passasse na renovada via sacra da vida.

Foi andando como antigamente.

A fanfarra amorteceu no brum-brum-brum das caixas sonoras que um pesado crepe envolvia. E ia dizendo:

– A boneca morreu. Escuta o funeral dos tambores!

*-*-*-*-*

Um e outro entusiasmo novo e amigo trazia-lhe o eco longamente frustrado das aclamações.

Insensivelmente o seu ânimo mudava. Uma claridade tomava-o a pouco e pouco e com ela vinha uma já esquecida capacidade de dionisismo. Surpreendia-se a cantar canções dos vinte anos.

Mas uma mínima contrariedade gelava-o. Vinha-lhe à vigilância magoada a recordação de tudo o que tivera e de tudo o que perdera. Voltava-lhe a visão das justiças impassíveis que o haviam desnudado de benefícios, tudo o que era seu e que lhe tinham tirado.

A esperança falava de novo. Mas era a esperança timorata dos desiludidos.

Às vezes um perfil de mulher ou de criança assustava-o. Uma recordação afirmava-se por um nome – Mary Beatriz, Alma, as outras, as perdidas no longínquo passado, as que a primeira eclosão da existência tinha feito vir pelos caminhos do amor.

Jorge fora uma explosão de energias ciclópicas, invertera destinos nas mãos de modelador, destruíra tranquilidades para sempre, quebrara apaixonadas resistências e fizera dos seus anos iniciais um dominado tumulto de lágrimas hostis.

A vida depois modelara-lhe o torso, implacável justiceira.

*-*-*-*-*

Encontrara num jornal o anúncio de um pavilhão isolado numa chácara de Sant’Ana, chamada O Clarim.

Fora incumbido de compor os relevos de um teatro novo. Mudou-se para o arrabalde. Na vivenda morava um agricultor maníaco, de barbas pretas, com a mulher Rita e sua cunhada de quinze anos – Gulnare.

*-*-*-*-*

Tivera um reinicio de vida nova com a alegria de comer a horas certas à mesa dos Castros. A comida simples como a conversa reanimava-o infantilmente!

Isolava-se no pavilhão dos fundos durante o dia. E assim, insulado, num eco de reminiscências, a pata longa das tragédias vinha encostá-lo à parede do destino.

Sentia uma peneração suave na presença de Gulnare.

Amá-la-ia?

Um contato simples da mão, um interessado riso, um grato gesto punham-lhe benefícios incalculáveis na alma voltada a si.

Uma prolongada indiferença, um acento incontido de cólera, num brinquedo, faziam-no bater os dentes no silêncio claro da grande sala onde trabalhava.

*-*-*-*-*

Gulnare parecia tê-lo abandonado nas longas noites inúteis.

Ele saiu, rodou, foi às redações onde tinha amigos.

Sentou-se para cear num restaurante noturno, comeu numa represália à vida funesta. Não tinha nada mais senão a animalidade a satisfazer. O amor negado transformava-lhe a vida num horário de bestialidades.

Regressou a Sant’Ana num táxi.

A má digestão pôs-lhe fantasmas no quarto. Gulnare toda de branco avançava para ele de punhos terríveis, outra, diversa. Ele defendeu-se, ergueu-se de pé, num salto, sobre o leito.

E, na noite opaca, o vestido branco fixou-se num retângulo vago de janela.

*-*-*-*-*

Encontrou-a no jardim. E de repente quis interrogá-la, saber, decidir. Ela estacara num silêncio, o livro habitual fechado sobre os dedos.

Mas a sua frieza desencorajou-o.

Ia descer para a cidade, para o Conservatório. Colocou ante o espelho da sala o extenso chapéu de palha da Itália. Partiu depois de lhe dar a mão indiferente.

*-*-*-*-*

Na manhã de céu sombrio, Jorge ficou pensativo, olhando a cidade, num desconcerto de ideias e caminhos.

Percebia definitivamente, na adolescência de Gulnare, uma inquietude perigosa que a levava a repeli-lo e a tentá-lo, mesmo nas horas boas de entendimento.

Precisava como as outras ser maltratada e tinha apenas 15 anos.

Alguém parecia trabalhar-lhe o pequenino espírito vivo. Seria com certeza a irmã absurda e viperina.

Jorge teve subitamente a certeza de que Rita o amava, dentro de infindáveis e pequeninas perseguições, súbitos interesses, querelas idiotas.

E sentia, num acordar de cansaços, que era preciso ainda continuar a vida.

A paz que julgara encontrar junto ao agricultor barbudo e a sua família simples, no deserto do Clarim, jogara com ele o esconde-esconde da felicidade. Rita, a mulher honesta do início… uma fêmea revoltante.

Gulnare, irmã virgem de Rita.

*-*-*-*-*

Pensou em sair daquele jardim, mudar-se de novo.

Oprimia-o, amassava-o, penetrava-o de brutalidades a vontade de ser feliz. Era o desejo imperecível que carregava num inextinto clarão, dentro do ser amoroso, expectante de repercussões, cansado de maldades, horrorizado de equívocos.

Encontraria outra vez o amor de Mary, o amor ambicionado que o completasse? A sua natureza, amadurecida numa plenitude de lógica, necessitava de claras correspondências, de abertas respostas – uma mulher que fosse transparente, cristalina e igual.

Teve um desespero rápido. Perdera tanto tempo, tanto tempo!

Pensou aflitivamente em Gulnare. Amava-a sim. E por que ela não se deixava plasmar nas suas mãos heroicas? Cresceria. Far-se-ia mulher, entenderia afinal para se arrepender, quando já o irrevogável de outros caminhos os tivesse afastado para sempre.

Era assim a vida, a procissão do Desencontro que o trouxera para longe de Mary Beatriz.

*-*-*-*-*

Voltava à morta lírica. Às vezes ao topar-lhe o risonho retrato, fulminado vi-a viver num rápido minuto de aprovação, de consolo, de tácita esperança.

Mas a fotografia estacava na atitude procurada, deixava escapar a existência humana readquirida, ficava inerte, sorrindo.

E o turbilhão que o oprimia de sonho desfazia-se, deixava-o num velho amargor de velha desilusão.

*-*-*-*-*

Agora descia mais vezes à cidade.

Ia realizar os detalhes de uma cripta que lhe fora encomendada pelo engenheiro Paulo Garças, num grande escritório do centro.

Mandaram-no ao Rio, a fim de tirar reproduções das igrejas coloniais. No corredor do noturno uma mulher interessou-se por ele.

Na excitação tropical, orgíaca, bêbedos um do outro, amanheceram no largo apartamento do mesmo hotel.

*-*-*-*-*

Tomando-a pelo braço, saía com ela no burburinho das ruas. Oprimia-lhe a mão enluvada no escuro dos cinemas.

*-*-*-*-*

Na tarde cenográfica, tomaram um automóvel. Copacabana abria um imprevisto mundo de águas verdes, rolando sob o céu finito e igual.

Na direção da Gávea, o oceano líquido e verde beirava ilhas imóveis. No fundo da terra, os morros da cidade erguiam cubismos negros, volumes majestáticos, enormes. O auto corria para eles pela faixa lisa e branca, numa ânsia de soterramentos.

O artista deitou a cabeça farta ao colo suave da amante imprevista. E dialogaram ante a festa muda do mar brasílico e da terra brasílica.

Nora falou como quem fala para a nua natureza. O homem forte ouvia-a. Sentia-lhe o sentimento estuante e súplice nos olhos lindos sob o chapéu lilás. As suas mãos tocavam-no tremulamente, num carinho impulsivo.

Os volumes montanhosos pareciam deslocar-se sobre eles, oscilar.

O mar beirava as ilhas quietas.

A mulher falava, falava.

E estabeleceu-se em Jorge, ante o cenário irreal, uma súbita transposição para dantescos mundos, onde a miséria humana igualasse, pela poesia e pela dor, os recortes assombrosos das selvas e a grandeza silente do horizonte marítimo.

Estaria vivo ao lado da desconhecida ou a morte os açoitara já em terras olímpicas para julgamentos e definições, para irreveladas notícias do que tinham sido?

*-*-*-*-*

Voltaram a São Paulo. A cidade barulhava numa festa de relógios sonoros. Cinco horas. Jorge jantaria com ela. Ia conhecer o palacete onde morava só.

Uma mulata veio abrir. A patroa saíra. Jorge depôs o chapéu de feltro, penetrou numa saleta penumbrosa e odorante.

A noite caíra. De olhos cerrados, a cabeça pendida num encosto de poltrona, Jorge sentia uma vaga preguiça amolecer-lhe o corpo cansado.

Aquilo tudo podia ser seu.

Nora chegou num halo branco. E ao recebê-lo ali, ria toda, tocada de felicidade nervosa.

Foram jantar. Ela voltou do quarto de cabelos refeitos e lábios avermelhados.

E, enquanto a mulata servia os pratos ligeiros, ela lhe relatava a vida dos últimos dias.

Aquelas rosas de açafrão tinham-lhe sido mandadas por um amigo milionário que regressara dos Estados Unidos.

Mandara-lhe um anel.

– E essa pulseira?

Era um aro simples de cabelo de elefante que ela trazia sempre ao braço esquerdo.

– Foi o meu amor que morreu.

– Era casado?

– Com outra.

Silenciaram. A noite lá fora dobrara as estrelas.

– Tens fotografias dele?

– Só uma.

Trouxe um retrato. Depô-lo na sala silenciosa.

A expressão de Nora pedia que o artista continuasse a ronda emocional. Trouxe um cofre minúsculo de bronze. E de dentro saiu uma carteira de couro monogramada na ponta, depois um cachimbo usado. E, num laço branco, uma mecha pequenina, tímida, de cabelos luzidios.

– Olha como o cabelo dele era lindo, fofinho!

Quis cantarolar. Mas uma súbita tristeza emudeceu-a. Teve uma súbita queda de cabeça soluçante. Tremia toda, pequenina, humilhada, numa imprevista confissão de miséria integral.

Jorge olhou a mesa onde os objetos permaneciam.

*-*-*-*-*

Uma altercação imprevista, brutal esperava-o no escritório central do engenheiro Garças. Negavam-lhe brutalmente qualquer indenização pelos custosos trabalhos da cripta que fora recusada a pretexto de modernismo.

– Eu o conheço! – berrou o homenzinho entroncado.

Jorge zangou-se. O outro quis pô-lo na rua. Ele então atirou-se, bateu.

Empregados acorridos de toda parte acudiam. O homem chorava. Tinha a cara ensanguentada, os olhos feridos.

Jorge compreendeu que devia fugir. Procurou a escada, saiu.

*-*-*-*-*

Sentia-se másculo, sentia-se homem. Talvez a sua atitude o perdesse. Não haveria mais recurso algum. Tomavam-lhe os trabalhos sem pagar.

No regime capitalista, era assim. Ele se endividara para produzir…

Mas sentia-se másculo, sentia-se homem.

*-*-*-*-*

Carlos Bairão fê-lo dormir na sua garçonnière. E de manhã, preparando uma viagem às pressas, pô-lo na sua Cadillac veloz. Mascarou-o com óculos enormes de excursão.

Foram buscar uma maleta de roupas no Clarim, o que Castro atarantado emprestou.

Passaram os portões do Caminho do Mar. Desceram a serrania num panorama de calor.

Estavam em Santos. Chegaram a um hotel. Carlos então contou-lhe que contra ele tinha sido dada uma queixa-crime. Os jornais, vendidos às classes ricas, agravavam a agressão. Envolviam numa infame suspeita de desonestidade o artista lesado.

*-*-*-*-*

Jorge acordou na manhã do quarto desconhecido. E viu Carlos Bairão e um outro rapaz, alto, elegante, forte. Era Claro Dutra que lhe vinha propor como refúgio seguro, enquanto as coisas não se aclarassem em São Paulo, a Ilha Verde em frente ao litoral.

Numa confusão de ideias que o cansaço amortecia, Jorge agradeceu o apoio que lhe traziam. Os dois amigos falavam diante dele, semiacordado no leito. A ilha era quase desconhecida. Frequentavam-na apenas os práticos que iam esperar os vapores na barra. Gente fiel. Num pavilhão abandonado morava uma família de pescadores que perdera o chefe. O marítimo Quim João zelaria pela sua segurança.

(Continua na próxima semana)

Leia Também:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *