2011 começou no norte da África

Primavera Árabe derrubou duas ditaduras em cinco semanas. Espalhou-se. Sofreu revezes. Continua viva (e inspiradora) no final do ano

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Da Redação

Desde o começo do ano o Outras Palavras vem acompanhando as extraordinárias manifestações populares que chacoalharam o mundo árabe. A queda de dois regimes autoritários — na Tunísia e no Egito — em apenas cinco semanas tornou-se um marco na política internacional e colocou 2011 na história da emancipação dos povos. A revolta iniciada no norte da África ganhou os olhos do mundo e acendeu a faísca que acabou por impulsionar uma descontrolada onda de manifestações em vários pontos do planeta. Com relevante participação feminina e de grupos laicos, varreram para longe o medo diante dos repressores regimes que se perpetuavam no poder.

Porém, os países árabe enfrentam ainda grandes dificuldades na sua transição democrática. Caos político, interesses estrangeiros, corrupção endêmica, milhares de vitimas, a disputa entre militares e correntes islâmicas e as dificuldades econômicas são alguns dos sintomas deste inesperado fenômeno que abalou profundamente o cenário geopolítico da região.

Outras Palavras oferece abaixo um conjunto de análises para melhor compreender as raízes desse processo que continua em plena efervescência.

 Análises Gerais

Três impasses na primavera árabe

Os revolucionários não chegaram ao poder; há conflitos entre laicos e religiosos que querem mudanças; o Ocidente nunca desiste de interferir

O que disparou a Revolução do Jasmim

As revelações do Wikileaks e a autoimolação de um vendedor deflagraram um processo molecular e incontrolável de revolta, que ainda terá muitos desdobramentos nos países árabes.

Egito

Os dias da Praça Tahrir

A “república livre” que colocou Egito de pernas para o ar — com seus personagens, corpos, vozes e acontecimentos extraordinários

A semana em que a revolução egípcia renasceu

Como os jovens da Praça Tahrir desafiaram militares, contrariaram islâmicos e venceram. Que o episódio pode sugerir aos movimentos anticapitalistas

Egito, primavera e eleições

Reportagem sobre país que vai às urnas. Em meio a domínio militar e crescimento islâmico, revolucionários buscam lugar ao sol

Tunísia

Tunísia: a vertigem do possível

Panorama do país que iniciou primavera árabe. As inovações democráticas. A relação islamismo-política. A esquerda. A crise social não encerrada

Primeiros na revolta, primeiros no voto

Enquanto democracia retrocede ou cai em descrédito na Europa, árabes decidem levá-la a sério. O caminho da revolução à eleição pode parecer marcha atrás, mas não aqui

Líbia, Barhein, Iêmen e Síria

A encruzilhada da Líbia pós-Gaddafi

Começa etapa que decidirá futuro do país: será possível conciliar interesses díspares dos grupos políticos e tribos que enfrentaram regime?

Iêmen: a revolução ignorada

ONU não se importou com assassinatos num país sem reservas petrolíferas e cujo ditador apoiava a “guerra contra o terror”

Bahrain: onde o Ocidente não veste máscara

Robert Fisk analisa caso emblemático do reino árabe que pratica massacres e torturas sem que OTAN cogite “intervenção humanitária”

 Síria: novo revés para o ditador

Por manter repressão e descumprir promessa de reformas, Bashar Assad estaria para perder apoio de aliado decisivo: o governo turco

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