Um convite à arte (e ciência) da sabotagem

Crônica de um ex-colaborador do Pasquim: Washington planejou o golpe contra a Dilma, criou o corvo Moro, elegeu um títere no lugar do Lula e saqueou o pré-sal. Para contra-atacar o Império, uma estratégia vietcongue revisitada

Imagem: Gontran Guanaes Netto/Exposição Paysans
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Na História da humanidade, nenhum país participou de tantas guerras como os Estados Unidos, fossem de conquista ou para garantir o controle das riquezas de alegados inimigos. É uma Roma piorada, em contínua expansão, e seu ex libris – a Estátua da Liberdade – tem nas mãos uma tocha embebida em petróleo que usa para incendiar o resto do mundo. Se o Brasil elegeu um presidente que bate continência para a Star and Stripes Banner, é porque descobrimos o pré-sal, excitando a cobiça dessa superprepotência viciada em oil, que, como revelou o Assange, espionava a Dilma e a Petrobrás. Foram os think tanks de Washington que conceberam o Show do Mensalão (conduzido por um juiz que hoje vive e tem casa em Miami), patrocinaram o golpe de 2016 contra o governo petista, treinaram o Moro e o Dallagnol para trancafiar o Lula sem provas e, na corrida presidencial de 2018, ordenaram o fuzilamento dos eleitores, disparando as fake news da Cambridge Analytica e as meias verdades facciosas da Rede Globo. Deu no que deu: após esse intenso e orquestrado ataque jurídico-parlamentar-midiático, os ianques garantiram a tomada do poder pela extrema-direita fascista e por uma elite nacional que é tudo menos nacionalista, conseguindo que entreguistas como o Zé Serra (a serviço das petroleiras Chevron e Exxon Mobile) e traidores da pátria como o Temer et caterva lhes dessem o pré-sal de bandeja. Só que não pode ficar assim, vai pegar mal nos livros de História. Antes que alguém pense que nós somos frouxos, temos de contra-atacar o Império!

Mas como?

Com que forças vamos combater um inimigo que detém a maior indústria bélica do planeta? Como enfrentar a Great America, se os nossos velhos tanques de guerra queimam óleo 40 e, desde que Mr. Bolzonarrow alterou alguns decretos, o próprio governo brasileiro estimula a compra de arminhas made in USA? Como vencer os States se eles são o centro do mundo rico e nós vivemos na periferia do precariado internacional? Como financiar uma luta contra capitalistas que vivem de renda se somos uns descapitalizados sobrevivendo de bicos? Como contra-atacar os brancos anglo-saxões protestantes lá de cima se eles contam com os neopentecostais cá de baixo, que fazem o jogo do inimigo? Como, se os nossos banqueiros, empresários, industriais e latifundiários têm a mesma ideologia do Império, beneficiam-se da mesma ação predatória do neoliberalismo na economia e são tão egoístas como os gringos rentistas?

Muita calma nessa hora.

O Império pode ser poderoso mas não é invulnerável. E os livros de História têm muito para nos dizer a esse respeito, especialmente com os capítulos sobre a guerra do Vietnã, que os vietcongues chamavam de Guerra de Resistência contra a América. É um caso exemplar. Não foi fácil para o pequeno país asiático, após ter enfrentado os franceses na longa Guerra da Indochina, ser ainda invadido por 500 mil marines com todo o seu arsenal bélico e tecnológico, dispostos a resolver, a favor do Império, o conflito que opunha o Norte comunista ao Sul capitalista. Os soldados da América entraram com os dois pés no peito dos vermelhos, empregando armas terríveis como as bombas de fragmentação (que crivavam de estilhaços metálicos o corpo dos inimigos e, quando não matavam, aleijavam) ou o fogo eterno do napalm (gasolina gelatinosa lançada do céu pela USAF para fazer churrasco de carne humana) ou… bem, já deu para entender. O Império matava, aleijava e queimava vivo quem estivesse no caminho, fossem inimigos de uniforme ou civis desarmados, o que incluía velhos, mulheres e crianças, um povo de camponeses baixinhos que nunca estudaram inglês para poder gritar: Help! Mas se o Vietnã virou um campo de extermínio para os nacionais, tornou-se também um fardo pesado para a tropa ianque, que foi lá pensando que a guerra ia ser a piece of cake. Só que não. Do lado comunista estava o general Vo Nguyen Giap, o maior gênio militar da história moderna, e com ele o respeitado líder do governo Ho Chi Min, que mandou construir estradas de ligação ao sul para os seus inventivos guerrilheiros, os vietcongues. Exemplo da sua criatividade eram os túneis cavados sob a terra, cobertos de erva e utilizados como esconderijo e meio de locomoção, invisíveis aos olhos dos invasores (relatos da anterior Guerra da Indochina davam conta que, a cada manhã, aparecia um soldado francês esfaqueado em sua tenda, no interior de acampamentos estritamente vigiados, sem que as sentinelas tivessem visto viva alma; depois dessas mortes furtivas, nenhum François conseguia dormir sem a arma nas mãos, e muitos acordavam ao menor ruído, disparando a esmo e acordando os sobressaltados companheiros, até que o stress e o cansaço fizessem deles um grupo de combatentes inúteis). Havia outras táticas simples mas de grande eficácia, como a que consistia em espetar pedaços de bambu afiados e sujos de fezes nas trilhas da selva, que perfuravam os pés inimigos e obrigavam os marines a caminhar com grande dificuldade e fortes dores, não raro pegando infecções difíceis de tratar. Outra ainda, baseada na aritmética mais elementar, era obra de gênio: os guerrilheiros escondidos pela folhagem das árvores, com munição escassa, não atiravam para matar e sim para ferir, o que inutilizava não só o soldado atingido como outros dois que o tinham de carregar, ou seja, uma bala apenas punha fora de combate três inimigos. Por essas e outras, o Império foi obrigado a fabricar caras botas com placas de metal nas solas para evitar o gratuito bambu, além de produzir milhões de litros de um herbicida conhecido como Agente Laranja, que era despejado pela força aérea dos United States para desfolhar a selva e tornar visíveis os guerrilheiros. Só que esse produto era altamente tóxico e, além das folhas, acabava por exterminar também os seres humanos, o que fazia dele uma arma química em flagrante violação ao Tratado de Genebra de 1949, como denunciado no livro “Crimes de Guerra no Vietnã”, dos filósofos e ativistas políticos Bertrand Russel e Jean Paul Sartre.

E onde é que esta História vai chegar?

Simples: para recuperar a nossa soberania e o pré-sal, temos de usar táticas de guerrilha à la Vietcong. É fato que os marines ainda não invadiram o Brasil nem há outro porta-aviões americano estacionado nas nossas águas territoriais como no golpe de 64. Mas o governo Bozo, depois de babar ovo para o Trump, está abrindo as pernas para o Joe Biden, autorizando manobras conjuntas dos exércitos dos EUA e brasileiro em território nacional, trazendo a raposa para o nosso galinheiro desde a Amazônia até o Vale do Paraíba, nas barbas de São Paulo. Fora que os golpes de 2016/18 já tinham promovido uma guerra suja nas nossas selvas de pedra com armas não convencionais – como as pautas-bombas que explodiram no Congresso durante o governo Dilma – e produtos mais tóxicos que o Agente Laranja – como o lawfare com que a República de Curitiba e sua Lava Jato puseram os líderes do PT fora de ação (tendo a ajuda ilegal e invasiva de agentes do FBI, do DoJ e do Departamento de Segurança Doméstica dos EUA que atuaram na capital paranaense, como o senado americano já reconheceu). Figuradamente falando, os novos marines a enfrentar são um poder executivo miliciano, um judiciário parcial, um legislativo adverso e uma mídia corporativa venal, comandados por via remota e presencial pelo Império, que tudo vê com os olhos da águia americana e a tecnologia espiã de Silicon Valley, além de ter a Força! Mais fracos que somos, seria insensato encarar esse poderoso inimigo em campo aberto: temos de nos esconder sob a folhagem do anonimato e combater na sombra, fazendo baixar em nós o espírito Vietcong!

Às armas!

BOICOTE À COCA-COLA

Boicotar é uma forma de guerrilha com mais de dois mil anos. Surgiu não no Vietnã mas na Grécia Antiga, na peça “Lisístrata, a greve do sexo” de Aristófanes, cuja síntese pode ser expressa pelo lema Faça amor, não faça a guerra, pois a personagem central, uma ateniense casada e submetida às convenções de uma sociedade machista, convence as amigas a boicotarem o prazer dos seus maridos, deixando de ir para a cama com eles se não interromperem a guerra contra os espartanos (manobra que dá certo e traz de volta a paz). Exemplo mais atual (1995) foi dado pelo governo da Austrália quando decidiu boicotar as empresas da França se esta retomasse seus testes nucleares no atol de Mururoa, oceano Pacífico: os australianos fizeram com que a EDF (Eletricidade da França) fosse proibida de participar de uma privatização no seu país, melaram um contrato de abastecimento de água com a Compagnie Lyonnaise des Eaux e ainda excluíram a Dassault (fabricante de aviões) de uma concorrência. Um jornal francês, “Le Quotidien de Paris”, resolveu comprar a briga e convocou seus conterrâneos à retaliação, boicotando produtos da Austrália, enquanto um restaurante sueco, que não tinha nada a ver com o peixe, tomou as dores dos aussies e deixou de servir vinhos franceses aos seus clientes. Caso recentíssimo (2021) tem o Brasil como protagonista, quando os varejistas europeus ameaçaram boicotar nossas commodities se as medidas para o meio ambiente anunciadas por Bolsonaro (em abril, na cúpula com Joe Biden) continuassem a ser descumpridas. E se nenhum destes exemplos convence alguém de que a tática funciona, eis o argumento definitivo: boicotar dá tão certo que o próprio Império faz isso – com o nome de “embargo” –, impedindo que países como Cuba, Venezuela, Irã e outros desafetos possam vender seus produtos no Ocidente pró-americano, minando assim a economia dos rivais para que morram de inanição ou coisa parecida. O que nos traz de volta à pergunta: que lição tirar destas páginas da História? O que elas ensinam? Resposta nota 10: o melhor meio de atingir um país inimigo é metendo a mão nos bolsos dele. Ou seja, um bom começo para o nosso contra-ataque seria bater a carteira do Império, o que pode ser feito, por exemplo, com um boicote nacional à multibilionária Coca-cola. Sim, só ela: o símbolo máximo da América. Deixemos a Pepsi para lá, esqueçamos a McDonald’s, não nos preocupemos com a Nike e outras marcas, pois o erro da Austrália foi esse, propor um boicote genérico a todos os produtos franceses, alvos tão múltiplos e dispersos que na prática se tornaram inatingíveis. Temos poucas balas e não podemos desperdiçar munição: façamos a mira à la Vietcong para enfiar uma azeitona no joelho da Coca-cola, fazendo-a cair junto com as suas ações na Bolsa de Nova Iorque (um “dano colateral”, na linguagem doPentágono, algo parecido com o que a Lava Jato fez com as ações da Petrobrás). Em outras palavras, nenhum brasileiro que se preze deve mais comprar nem beber Coke, pois não podemos aceitar que o refrigerante ianque continue a enfraquecer os nossos filhos com o ácido fosfórico da sua fórmula – que rouba cálcio dos ossos e dentes –, e a usurpar o mercado do nosso amazônico guaraná. Pior: não podemos aceitar que as mais puras fontes de água mineral do país continuem nas garras dessa megaempresa, a qual, não satisfeita em explorá-las sob a marca Crystal, ainda pôs seu olho gordo no Aquífero Guarani, uma das maiores reservas de água potável do planeta, patrimônio inalienável do povo brasileiro. Nãhn! É inadmissível que a “água suja do capitalismo” continue a conspurcar as nossas cristalinas águas! Temos de secar a fonte do inimigo e dar um exemplo histórico para o mundo, motivando outras vítimas da cobiça imperial, em particular na América Latina, que já cansou de ser quintal desse vizinho folgado e intrometido. Se levarmosa Coca-colaà bancarrota, será como ver Aquiles – leia-se o Tio Sam –, tombar com o calcanhar ferido, perdendo sua suposta invulnerabilidade, derrotado e enfim caído aos nossos pés.

Um parêntese…

(Tão importante quanto o boicote em si é a sua divulgação, pois recuperar o pré-sal e a soberania só será possível se a maioria dos brasileiros alinhar nisso, e cada um de nós – progressistas conscientes do seu papel histórico – tem o dever de alertar seus conterrâneos para o significado e a importância de uma ação dessas, pois só parte da população será efetivamente motivada a deixar de consumir a bebida do inimigo: os que, como nós, não estão felizes com o nazifascismo no poder e querem ver novamente eleito, em 2022, um governo democrático, alicerçado por um Estado forte, que invista no social, reduza a desigualdade, impeça a privatização das riquezas estratégicas do país e dê um basta na nossa vergonhosa submissão ao capitalismo internacional capitaneado pelos EUA.)

USEMOS A FORÇA DO IMPÉRIO CONTRA ELE

Essa tática vem do Aikido, arte marcial japonesa em que os lutadores usam a seu favor a força do rival. Se o Império usa (USA?) a internet para nos espionar e depois vende nossos dados pessoais para seus anunciantes sem que nós tivéssemos autorizado, nada mais justo do que anunciarmos o boicote à Coca-cola nas redes sociais do próprio Império, do Facebook ao Instagram, do Linkedin ao Twitter, do Youtube às lives do Zoom, and so on. Vamos dar de barato que essa campanha de pessoas físicas irá logo ecoar nos canais contra-hegemônicos (da Mídia Ninja aos Jornalistas Livres, do Opera Mundi ao DCM, da TV 247 ao GGN, etcétera) e nos blogs de esquerda que, por uma questão de princípios, serão levados a se juntar ao coro. Mais simples, impossível: basta um celular para passarmos da teoria à prática, convocando uma megapasseata pró-boicote na autoestrada da informação e reunindo não milhares, mas milhões de manifestantes nos quatro cantos do país. Que ninguém duvide dessa força coletiva: juntos somos capazes de dar ao boicote mais visibilidade do que todas as motociatas que o Mito já fez e a TV Globo transmitiu ao vivo. Mas, uma vez iniciada a cruzada virtual, convém sair a campo também presencialmente, com todos os meios que o Brasil real tiver disponíveis: colar cartazes caseiros nos postes, grafitar muros, estampar palavras de ordem em camisetas ou carimbar slogans no dinheiro (tática 100% nacional, que já mostrou a sua eficácia com o carimbo LULA LIVRE que circulou nas notas durante a prisão do “ex” e virou notícia até na mídia oligárquica, que não teve como ignorar tão original clamor por justiça). E vejam a ironia da coisa: de carimbo na mão, os assalariados vão poder usar o capital – Das Kapital, como escrevia o alemão barbudo – para combater nada menos que o núcleo duro mundial do… capitalismo! Uma doce vingança para quem tem vida amarga: se a classe trabalhadora tem de pagar gás de cozinha inflacionado, o arroz cada dia mais caro, o osso que substitui a carne e os transportes superlotados onde se infecta com Covid-19, ao menos vai fazer circular as notas do seu salário mínimo com as novas palavras de ordem: “O TIO SAM NOS EXPLORA, BOICOTE A COCA-COLA!”; ou “A CIA NOS CONTROLA, BOICOTE A COCA-COLA!”; ou ainda “O IMPÉRIO NOS ESFOLA, BOICOTE A COCA-COLA!”; e o que mais a criatividade dos cidadãos ditar. Por último, mas não em último lugar, temos o popular boca a boca (de máscara cirúrgica no rosto) para alistar potenciais vietconguesno lar ou no bar, na praia ou no campo, no mato ou no morro, e sem ser preciso matar ou morrer por isso, pois o que se propõe aqui não é o terrorismo nem a luta armada, que só servem de pretexto para pôr em marcha o American Way of Death (própriode marines e milicianos que ganham a vida tirando a dos outros). Nós, ao contrário, amantes da vida, propomos uma ação – ou inação – de pacífica desobediência civil: iniciar uma “greve de sede” de Coca-cola para mostrar ao Império que é melhor os seus think tanks pensarem duas vezes antes de nos atacar de novo.

Moral da História:

Esse “boicote seletivo” só não terá resultado numa condição: se nunca for tentado. Se acharmos que não vai dar em nada. Se cedermos ao nosso complexo de vira-latas, com medo de um inimigo maior que nós. Mas a História, ah, a História, ela nos ensina até quando se repete: se o jovem Davi venceu o gigante Golias com uma funda; se as mulheres de Atenas fizeram seus bélicos maridos pararem a guerra com um cruzar de pernas; se os baixinhos vietnamitas derrotaram marines altos e fortes com farpas de bambu; então o que nos impede de contra-atacar o Império com um boicote? Trata-se de legítima defesa diante das agressões que temos sofrido com a geopolítica dos USA: linchamento da Petrobrás; demolição da Odebrecht; sucateamento da indústria naval; entrega da Embraer; cultivo da má Educação e deseducação da Cultura; perda de empregos, direitos e aposentadorias; demissão de civis concursados do funcionalismo público para aparelhar o Estado com milicos golpistas (sinal de uma nova guerra anunciada contra o “inimigo interno”, a serviço do externo); sem mencionar a transformação do Ministério da Saúde em Mistério da Doença, matando 600 mil brasileiros com negacionismo e leviandade. Essa lista vai longe, o estrago é enorme. E muita coisa ruim ainda será tentada nas eleições presidenciais deste ano, pois Washington já está tramando alguma “fakeada” para reeleger o capitão subserviente que atende aos seus interesses. Se não reagirmos, o Império que quer confinar Julian Assange numa cela escura por 175 anos amanhã ainda vai querer nos obrigar a beber Coca-cola sob tortura. É chegada a hora de cuspir de lado, coçar nossos bagos e falar grosso: “AQUI NINGUÉM É FROUXO, NÓS TEMOS SACO ROXO! QUEM TEM AS DUAS BOLAS FAZ BOICOTE À COCA-COLA!”. É preciso estar atento e forte. Vivemos num patropi, faz sol, o calor é insano e, à nossa frente, o terreno está minado com freezers cheios de latinhas e garrafas inimigas. Quem for brasileiro dê um passo atrás! Vá beber guaraná, cerveja nacional estupidamente gelada ou um balde de caipirinha. No futuro, quando os nossos netos e bisnetos – e netos e bisnetos deles – abrirem um livro de História, não podemos ficar mal na fotografia.

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3 comentários para "Um convite à arte (e ciência) da sabotagem"

  1. Ghassan El-Kadri disse:

    Belíssimo artigo!

  2. Ghassan El-Kadri disse:

    Artigo magnífico!

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