Outras Palavras sorteia Cuba no século XXI – Dilemas da Revolução

Trabalho coletivo de 33 investigadores, obra baseia-se em entrevistas com ativistas, pensadores, dirigentes políticos e pessoas comuns. Para Frei Beto, a melhor referência em português para entender a atualidade da ilha

Por Editora Elefante

“Este é o melhor texto sobre Cuba ao alcance do leitor brasileiro na virada dos anos 2017-2018. Leitura obrigatória para quem, frente a Cuba, reage com equilíbrio, sem o reacionarismo anticomunista dos que veneram o capitalismo e o esquerdismo infantil e dogmático de quem considera a Revolução Cubana o paraíso na Terra.” — Frei Betto

Miguel Díaz-Canel Bermúdez quando era primeiro vice-presidente do Conselho de Estado e de Ministros de Cuba ACN FOTO/Armando Ernesto

Cuba no século XXI: dilemas da revolução é o resultado de uma pesquisa realizada por um grupo de trinta e três investigadores de várias universidades brasileiras (Unifesp, USP, Unicamp, Unirio, UFRR e Unila) e de diferentes áreas do conhecimento (Relações Internacionais, História, Economia), nos marcos da terceira edição do Programa de Extensão “Realidade Latino-Americana” da Unifesp. Em fevereiro de 2016, demos início a um calendário de estudos coletivos, leituras e palestras, ocorridas no auditório da biblioteca do Memorial da América Latina, em São Paulo, instituição que apoia o programa desde a sua primeira edição. Após dez meses de trabalho, finalizamos esse ciclo de formação com uma “oficina de formulação de perguntas”, buscando indagar sobre a realidade cubana do século XXI em perspectiva histórica.

Munidos de uma agenda de investigação coletiva, viajamos a Cuba na primeira quinzena de dezembro de 2016, onde realizamos mais de trinta entrevistas com pesquisadores, movimentos, dirigentes políticos e instituições especializadas. Não foi menos importante o que o grupo chamou de “agenda invisível”, isto é, as conversas com os cubanos que participaram de nosso cotidiano, nas ruas, feiras, praças, restaurantes e demais espaços públicos. O acaso nos proporcionou que a viagem ocorresse poucos dias depois do falecimento de Fidel Castro, em um momento delicado da história cubana, o que também contribuiu para captarmos a sensibilidade e o sentido das mudanças em curso.

Miguel Díaz-Canel em 2016

 

Em outras palavras, esse livro é resultado de um processo que combinou formação teórica, elaboração coletiva e investigação de campo. Com ele, pretendemos trazer informações e análises atualizadas sobre a ilha no século XXI e os dilemas da sua revolução, em um mundo cada vez mais distante daquele que a gestou. Nosso propósito é dialogar com as dúvidas e inquietações que os brasileiros carregam a respeito da história cubana e do socialismo latino-americano.

Todos os capítulos são guiados por perguntas, para as quais apresentamos aproximações e hipóteses, sem nenhuma pretensão de esgotamento. Segundo nossa percepção sobre o debate público brasileiro a respeito de Cuba, algumas dessas perguntas costumam ser evitadas pelo senso comum de esquerda e vulgarizadas pelo senso comum de direita, sendo este um dos fatores que nos motivou a escrever o livro. Nesse sentido, nosso objetivo é alargar e aprofundar o debate sobre Cuba no Brasil, oferecendo mais elementos informativos e analíticos ao público, buscando fugir de polarizações fáceis. Por isso também, os capítulos nunca ultrapassam dez páginas, podendo assim ser lidos coletivamente em salas de aula, universitárias ou escolares.

Diaz Canel em reunião com Vladmir Putin, presidente da Rússia.

Alguns exemplos das questões levantadas podem ser vistos no sumário: Cuba é uma democracia? É um país pobre? É um país desenvolvido? Há censura na ilha? Como a juventude se relaciona com a revolução? Quem se beneficia da reaproximação entre Cuba e Estados Unidos? Qual a participação do capital estrangeiro na ilha? Qual a força das empresas privadas? Com essas e outras perguntas buscamos criar um panorama dos dilemas da revolução cubana no século XXI.

Os autores desse livro formam um grupo politicamente diverso, mas que encontram pontos em comum na defesa do pensamento crítico, no compromisso com a transformação social e na rejeição aos dogmatismos. A partir desta perspectiva, entregamos ao leitor um material de formação política e histórica, visando estimular o debate e a reflexão fraterna, em sintonia com quem encontra na experiência cubana um ponto inescapável para o estudo da América Latina. Não pretendemos apresentar a revolução cubana como “modelo” ou “contra-modelo”, mas sim analisar as lições que sua história pode nos oferecer para o presente e o futuro.

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