Venezuela elege novo Congresso com votos divididos

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Aliados de Chávez conquistam 90 de 165 cadeiras. Depois de boicotar pleito de 2005, oposição volta ao Parlamento, com metade dos votos no país

O Conselho Eleitoral Nacional da Venezuela divulgou, esta madrugada, o primeiro balanço consolidado das eleições para o Parlamento (Assembleia Nacional), realizadas ontem. Das 165 cadeiras em disputa, o Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV), dirigido pelo presidente Hugo Chávez, assegurou 90. A coalizão oposicionista Mesa de Unidade Democrática, 59. Os seis mandatos restantes caberão à bancada indígena (3) e a um pequeno partido de esquerda independente, ou se referem a distritos onde a o resultado ainda estava incerto.

Nenhuma das partes contestou a lisura dos resultados. Eles mudam o panorama político do país. Até as eleições, os aliados de Chávez dominavam a Assembleia Nacional, já que a oposição tentou inviabilizar as eleições de 2005 e fracassou. Agora, apesar de majoritário, o PSUV já não tem o número de representantes necessários para fazer mudanças constitucionais (2/3) ou para delegar poderes legislativos ao presidente (3/5). De duas, uma: ou a tensão se acirrará ainda mais, com a oposição fortelecida; ou a disputa de projetos para o país irá se dar em um ambiente em que há pressões de parte a parte, mas, ao mesmo tempo,  negociação permanente.

O sistema eleitoral venezuelano é, em parte, distrital. A composição da Assembleia Nacional não reflete a votação nacional de cada partido, e sim o número de distritos em que venceu. Mas os representantes do país para o Parlamento Latino-Americano são eleitos também pelo voto direto — uma novidade que merece ser seguida. Até a madrugada de hoje, a disputa indicava 46,6% para o PSUV e 45,1% para a oposição, num sinal de que o eleitorado está dividido quase ao meio.

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