Um novo barco desafio o bloqueio a Gaza

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Com passageiros judeus — inclusive um sobrevivente do Holcausto — “Irene” pode ter grande impacto simbólico

“Esperamos que os soldados e oficiais da Marinha pensem duas vezes antes de obedecer ordens para nos parar. Tomara que eles se lembrem da história de nosso povo e daqueles que praticaram crimes e mais tarde alegaram estar “apenas cumprindo ordens”. Piloto da aviação israelense que se tornou conhecido por recusar-se a atuar nos territórios palestinos ocupados, Yonatan Shaphira transmitiu este recado na madrugada desta segunda (27/9) ao jornal Ha’aretz, de telavive, graças a um celular ligado a satélite.

Shaphira é um dos nove passageiros do pequeno navio Irene (paz, em grego), que zarpou ontem (26/9) de Chipre, com destino a Gaza. Ao contrário da flotilha atacada por um comando israelense, em maio, são todos judeus. Residem em Israel, Estados Unidos, Inglaterra ou Alemanha. Alguns têm história pessoal carregada de simbologia.

Rami Elhanan, por exemplo, teve a filha, Smadar, morta num atentado terrorista, em 1997. Nem por isso, vê na confragração com os palestinos uma saída para Israel. Reuven Moskovitz, de 82 anos, sobreviveu ao Holocausto e ajudou a fundar uma comunidade árabe-judaica em Neveh-Shalon. O próprio Shaphira grafitou desenhos e mensagens em favor da paz, há duas semanas, nos muros do Gueto de Varsóvia.

Os passageiros pretendem chegar a Gaza em dois dias, e entregar à população palestina livros escolares, instrumentos musicais, redes de pesca e próteses para tratamentos ortopédicos. Para chegar à Faixa, precisarão furar o bloqueio israelense. Richard Kuper, da organização Judeus pela Justiça na Palestina, que organiza o evento, afirmou que se trata de uma ação de não-violência e, portanto, os militares israelenses não terão pretexto para invadir o barco. Acrescentou: “O Barco Judeu é um ato simbólico de protesto contra a ocupação da Palestina e o cerco a Gaza. É um sinal de que as políticas do governo de Telavive não são apoiadas por todos os judeus”

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