Mapuches chilenos suspendem greve de fome

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Adotada em 9/6, decisão visa preservar vida dos manifestantes — que jejuaram por 86 dias. Prossegue luta pela anulação de julgamento baseado em leis da ditadura Pinochet

No Opera Mundi

A greve de fome dos quatro mapuches chegou ao fim na noite desta quinta-feira (09/06), após 86 dias, confirmou a porta-voz dos indígenas, Natividad Llanquileo. A informação foi dada por Llanquileo poucas horas após o arcebispo de Santiago, Ricardo Ezzati, pedir ao governo que atuasse com prontidão para salvar a vida dos quatro indígenas. “Tivemos uma conversa e eles decidiram terminar a greve de fome, criando-se uma comissão pela defesa dos direitos do povo mapuche”, disse a dirigente à Rádio Cooperativa.

Nesta quarta-feira (08/06), as autoridades penitenciárias da região tinham argumentado “razões médicas” para separar os quatro presos, mas no final da jornada desta quinta-feira foram transferidos novamente ao Hospital de Victoria de onde tinham sido levados contra sua vontade.

Os quatro mapuches iniciaram o jejum em 16 de março, em reivindicação de um julgamento justo, após serem condenados a penas entre 20 e 25 anos de prisão pelo ataque a um fiscal e o assalto a um agricultor. Os indígenas sustentam que no processo se utilizaram contra si elementos da lei antiterrorista, como testemunhas sem rosto, o que limitou suas possibilidades de defesa.

A Corte Suprema rejeitou na semana passada um recurso de anulação do julgamento, embora tenha rebaixado as penas correspondentes ao ataque contra o fiscal, de tal modo que Llaitul deveria passar 14 anos na prisão em vez de 25 e os outros indígenas um total de oito anos em vez de 20 anos.

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